Main Streets Across the World: 5ª Avenida é a mais cara do Mundo para comércio de rua. Chiado ocupa o 27º lugar
Lisboa, 23 de novembro de 2022 – A Cushman & Wakefield, consultora líder global em serviços imobiliários, lançou hoje a 32ª edição do seu icónico estudo Main Streets Across the World, que monitoriza e ordena localizações de retalho nas principais 92 cidades do mundo. Este ano, a 5ª Avenida, em Nova Iorque, é a localização de comércio de rua mais cara do mundo, e, no que diz respeito a Portugal, o Chiado, em Lisboa ocupa a 27ª posição no ranking global.
De acordo com os últimos dados apresentados pelo relatório global da Cushman & Wakefield, Main Streets Across the World, a 5ª Avenida, em Nova Iorque, recuperou o primeiro lugar do ranking, após ter perdido, em 2019, para Causeway Bay, em Hong Kong. Atualmente, e emblemática avenida é a localização de comércio de rua mais cara do mundo, com uma renda média de 21.076€ anuais por metro quadrado.
A indexação do Dólar de Hong Kong ao Dólar americano permitiu a Hong Kong manter a segunda posição no ranking, com a Tsim Sha Tsui a praticar uma renda média de 15.134€ anuais por metro quadrado, substituindo a Causeway Bay como localização representante do território.
Em terceiro lugar, surge a primeira localização europeia, mais precisamente a Via Montapoleone, em Milão, com uma renda média de 14.547€ anuais por metro quadrado. É a primeira vez que esta localização fica em primeiro lugar na Europa, ultrapassando a New Bond Street em Londres e os Champs Élysées em Paris.
Global Ranking 2022 |
Ranking Pre-Covid |
Localização |
Cidade |
Renda
|
Rent
|
Pre-Covid até presente (moeda local) |
Y-o-Y (moeda local) |
1 |
2 |
Upper 5th Avenue (49th to 60th Sts) |
Nova Iorque |
$2,000 |
€21,076 |
14% |
7% |
2 |
1 |
Tsim Sha Tsui (main street shops) |
Hong Kong |
$1,436 |
€15,134 |
-41% |
-5% |
3 |
5 |
Via Montenapoleone |
Milão |
$1,380 |
€14,547 |
9% |
7% |
4 |
3 |
New Bond Street |
Londres |
$1,361 |
€14,346 |
-11% |
-7% |
5 |
4 |
Avenue des Champs Élysées |
Paris |
$1,050 |
€11,069 |
-18% |
-4% |
6 |
6 |
Ginza |
Toquio |
$945 |
€9,956 |
0% |
5% |
7 |
8 |
Bahnhofstrasse |
Zurique |
$847 |
€8,927 |
-3% |
-1% |
8 |
7 |
Pitt Street Mall |
Sydney |
$723 |
€7,624 |
-24% |
-7% |
9 |
9 |
Myeongdong |
Seoul |
$567 |
€5,973 |
-23% |
-15% |
10 |
10 |
West Nanjing Road |
Shanghai |
$496 |
€5,225 |
-14% |
-14% |
Fonte: Cushman & Wakefield
Robert Travers, Head of EMEA Retail da Cushman & Wakefield disse: “A indústria passou por um dos maiores testes de stress de sempre nos últimos anos, mas os melhores imóveis para retalho de rua permaneceram robustos. Embora agora enfrentemos novos desafios económicos, o discurso mudou do pessimismo para a evolução omnicanal no setor do retalho.”
“Muitas marcas estão a apostar numa estratégia de longo prazo, procurando garantir antecipadamente localizações privilegiadas, por forma a se adaptarem às necessidades cada vez mais exigentes dos clientes. Com mais investimentos em experiências de alta qualidade nas lojas e desenvolvimentos nas abordagens omnicanal, estamos confiantes na resiliência do setor, principalmente no segmento de luxo e nas principais cidades globais”.
O caminho para a recuperação
As rendas nos principais destinos globais de retalho caíram 13% em média no pico da pandemia da Covid-19, mas posteriormente recuperaram para apenas 6% abaixo dos níveis pré-pandémicos. O crescimento global das rendas no ano passado foi em média de 2%, mas este indicador variou consideravelmente ao longo do ano.
A APAC (Ásia / Pacífico) foi a região mais impactada durante o período da pandemia e as rendas caíram em média 17%, principalmente devido ao encerramento de fronteiras, afetando dessa forma os principais destinos turísticos internacionais. Na região EMEA (Europa, Africa e Médio Oriente) as rendas caíram em média 11%, enquanto nas Américas, a queda foi de apenas 7%, em parte graças às políticas fiscais de apoio e aos padrões de migração doméstica que fizeram aumentar o poder de compra.
Desde o ponto mais negro da pandemia, as rendas no mercado de retalho global recuperaram aproximadamente 50% das suas perdas. Grande parte desta melhoria ocorreu ao longo de 2021 e no início de 2022, sendo que o medo de uma recessão económica global enfatizada nos últimos seis meses, tem tido novo impacto negativo no setor.
Alterações Rendas por Região
Pre-Pandemia vs Pico da Pandemia |
Pico da Pandemia vs. Presente |
Pre-Pandemia vs. Presente |
|
APAC |
-17% |
7% |
-12% |
AMERICAS |
-7% |
23% |
15% |
EMEA |
-11% |
4% |
-8% |
Mundo |
-13% |
8% |
-6% |
Fonte: Cushman & Wakefield
Holofotes virados para a região EMEA
No pico da pandemia da Covid-19, as rendas na região EMEA caíram em média 11%, embora tenham variado consideravelmente de país para país, maioritariamente ancoradas às diferentes políticas de confinamento aplicadas em cada estado. A Irlanda, o Reino Unido, Espanha e França sofreram impactos significativos com as rendas a caírem em média até 28%. Em sentido inverso, as variações foram mínimas em países da Europa Oriental, como a Eslováquia e a Eslovénia.
As rendas prime recuperaram e estão atualmente apenas 8% abaixo dos níveis pré-pandémicos e, no início de 2022, a região da UE registrou um aumento no volume de vendas a retalho na ordem de 4,1%, quando comparado com valores prépandemia. No entanto, a recuperação foi e continuará a ser desafiada pela inflação, impactando a procura por parte dos consumidores e retalhistas.
Apesar das perspetivas económicas de curto prazo serem desafiantes, a Cushman & Wakefield registou uma onda de novas aberturas por estreantes no mercado de rua. Nos últimos 18 meses, 75% das operações de retalho representadas pela Cushman & Wakefield na região EMEA foram novos arrendamentos, enaltecendo o valor que os retalhistas atribuem à presença física.
Portugal
Em Portugal a localização mais cara é o Chiado, em Lisboa, que subiu duas posições no ranking face a 2019, ocupando agora o 27º lugar a nível mundial. A renda prime na Rua Garret, eixo de referência no Chiado, tem vindo a registar uma valorização muito significativa, desde 2013, ano em que o comércio de rua em Portugal começou a registar um forte crescimento - situando-se, atualmente, nos 1.426€ anuais por metro quadrado, valor cinco vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa.
O ranking começou a ser publicado em 1988 e, é baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação. Este relatório era publicado anualmente, até 2019, mas foi interrompido pela covid-19, sendo esta a primeira edição pós-pandemia, o que permitiu fazer uma análise de competitividade em cenários pré e pós-covid-19.
Sandra Campos, Diretora do Departamento de Retalho da Cushman & Wakefield Portugal, afirma que “o retalho é sem dúvida um dos mais dinâmicos setores do imobiliário. Diretamente impactado pelos bons e maus acontecimentos, tem vindo a responder com grande perspicácia aos desafios mais insólitos que o mundo tem vindo a assistir, capaz de se reinventar e adaptar constantemente. A prova disso está na continuada estratégia de expansão que as marcas têm vindo a adotar, contrariando afirmações de que o retalho físico tende a assumir um papel redutor no futuro. As rendas, por seu lado, acompanham este movimento e Lisboa ocupa agora o 27º lugar no ranking das capitais mais caras do mundo. Em cerca de 30 anos o Chiado quintuplicou o seu valor e a Avenida da Liberdade, artéria de luxo da cidade, acompanha esta trajetória e regista uma procura sem precedentes.”
“Para o comércio de rua o futuro é empolgante, com as novas tecnologias a abrir caminho para uma experiência online mais imersiva, os novos comportamentos do consumidor a impulsionar a inovação de produtos e modelos de negócios e as lojas a ssumirem cada vez mais um papel experiencial.” refere ainda Sandra Campos.
Pode consultar o estudo Main Streets Across the World aqui.
Sobre a Cushman & Wakefield
A Cushman & Wakefield (NYSE: CWK) é uma consultora líder global em serviços imobiliários que cria valor significativo a ocupantes e investidores em todo o mundo. A Cushman & Wakefield está entre as maiores empresas de serviços imobiliários com 50.000 colaboradores distribuídos por 400 escritórios em 60 países. Em 2021, a consultora registou uma faturação de 9,4 mil milhões de dólares através de serviços de agência, representação de inquilinos, vendas e aquisições, gestão de imóveis, gestão de projetos, consultoria e avaliações. Para saber mais visite www.cushmanwakefield.com