MERCADO IMOBILIÁRIO COMERCIAL DEVE BATER NOVOS MÁXIMOS EM 2018
· Entre janeiro e julho de 2018 foram fechadas mais de 30 operações de compra e venda de ativos imobiliários comerciais em Portugal, envolvendo cerca de €1,9 mil milhões, quase tanto como em todo o ano de 2017.
· Volume de investimento total nos 1,9 milhões de euros; valor médio de negócio de investimento foi de €70 milhões, o dobro do período homologo 2017
· No primeiro semestre do ano foram colocados 114.000 m2 de novos escritórios na Grande Lisboa – taxa de desocupação atinge mínimo histórico de 7,2%
· Porto tem mais de 150.000 m2 de escritórios em pipeline até 2021
· No primeiro semestre do ano foram registadas mais de 100 novas aberturas de lojas de rua em Lisboa e 50 no Porto
· Existem130 novos projetos hoteleiros com abertura prevista até 2020
Lisboa, 14 de setembro 2018 – Segundo o último Marketbeat Portugal Outono 2018 publicado hoje pela Cushman & Wakefield, o mercado imobiliário tem mantido ao longo de 2018 a forte atividade que tem vindo a registar nos últimos anos, com um aumento muito acentuado dos níveis de procura e dos valores de mercado. Trata-se de uma evolução sustentada pelo crescimento económico nacional e internacional, bem como pela cada vez maior atratividade do imobiliário como alternativa de investimento aos tradicionais ativos financeiros.
A economia portuguesa deverá revelar em 2018 o quinto ano consecutivo de crescimento. O comportamento robusto da procura interna, bem como a continuada subida dos níveis de investimento e das exportações, contribuíram para mais um bom desempenho da economia.
ESCRITÓRIOS
O mercado de escritórios da Grande Lisboa registou entre janeiro e julho um volume de absorção de espaços de 114.000 m2, retratando uma subida de 31% face ao período homólogo de 2017. Este forte dinamismo resultou num valor mínimo histórico da taxa de desocupação, que se situou no primeiro semestre nos 7,2%, descendo 140 pontos base nos últimos seis meses. A oferta em pipeline na cidade começa a dar sinais de retoma – estando identificados dez novos projetos até 2020 num total de 128.000 m2 – no entanto, 37% destes espaços tem já ocupante garantido. As rendas praticadas retratam o bom momento do mercado, tendo-se registado um crescimento face ao primeiro semestre de 2017 em todas as zonas. As zonas 1 (Prime CBD) e 6 (Corredor Oeste) verificaram os crescimentos de renda prime mais acentuados, na ordem dos 8%, situando-se respetivamente nos 21€/m2/mês e 14€/m2/mês.
Na cidade do Porto o primeiro semestre regista já 43.500 m2 de ocupação. Este valor representa uma evolução muito positiva face aos últimos 3 anos, para os quais se estima um volume médio anual de procura entre os 30.000 e os 40.000 m2. Os projetos para novos edifícios de escritórios aumentaram exponencialmente no Grande Porto, estando hoje identificados mais de 150.000 m2 de área de escritórios em pipeline. A nova oferta deve entrar no mercado de forma gradual, entre o final deste ano e 2021, encontrando-se já em construção 54.000 m2.
RETALHO
O setor de retalho também esteve muito dinâmico, com o volume de vendas a subir 4,6%, muito influenciado pelo comércio não alimentar que cresceu 6,1% face ao ano passado. A indústria de centros comerciais foi responsável por grande parte deste crescimento: de acordo com os indicadores da Associação Portuguesa de Centros Comerciais, o volume de vendas terá aumentado 5,1% no primeiro semestre de 2018 e o número de visitantes 4,1%.
A procura de espaços de retalho refletiu este bom momento do setor, com o índice da Cushman & Wakefield a revelar mais de 100 novas aberturas de lojas de rua em Lisboa no primeiro semestre do ano. A restauração manteve-se o setor mais ativo, tendo sido responsável por 60% das novas aberturas.
Em Lisboa, as Avenidas Novas foram a zona com maior dinamismo, com destaque para o sector alimentar que tem vindo a expandir no formato de proximidade. Lidl, My Auchan, Minipreço e Meu Super são exemplos de novas aberturas nesta localização. O eixo de Cais do Sodré / Santos foi o segundo mais ativo com 13 novas aberturas, todas elas no sector da restauração. Nesta zona destaque para o Botanista, um conceito de restauração vegan inaugurado na Rua Dom Luís I. O Chiado esteve também particularmente dinâmico no primeiro semestre, não obstante a reduzida oferta disponível. Nesta localização destacam-se as aberturas da Quem Disse Berenice, na Rua do Carmo, e dos restaurantes Pitaria e Oficio, na Rua Nova da Trindade. A zona da Baixa registou igualmente um número significativo de novas aberturas: uma nova unidade da Manteigaria na Rua Augusta e o restaurante Casa de Lisboa na Praça do Comércio.
Na cidade do Porto foram identificadas cerca de 50 operações, com o setor de restauração a representar 68%. A Baixa do Porto foi a zona mais ativa: na Rua Sá da Bandeira inaugurou, no princípio do ano, a Fábrica de Cervejas Portuense e, mais recentemente, a Brasileira reabriu portas após cinco anos encerrada. Na Rua de Santa Catarina, mais vocacionada para a moda, destaca-se a abertura da Salsa. Na Rua das Flores, destino de restauração muito em voga na cidade, inaugurou recentemente a marca internacional de gelados Häagen-Dazs.
As rendas de mercado registaram o seu crescimento mais acentuado na cidade do Porto. Na Rua de Santa Catarina, a localização mais valorizada da cidade, a renda prime subiu 30% nos últimos 12 meses, estando atualmente nos 75 €/m2/mês.
INDUSTRIAL
A escassez de oferta de qualidade continua a condicionar o mercado imobiliário industrial, mas ainda assim o primeiro semestre de 2018 revelou crescimento na procura. Entre janeiro e junho de 2018, foram identificadas nesta zona 16 novas contratações de espaços industriais e logísticos que totalizaram uma ocupação superior a 42.000 m², revelando um crescimento de 54% face a igual período de 2017. A ocupação da Torrestir de 15.400 m² no Azambuja 5 da Logicor, foi o maior negócio da região. No Grande Porto a atividade foi residual, essencialmente justificada pela escassez de produto de qualidade, destacando-se a ocupação de 2.300 m² pela Scania na Maia.
HOTELARIA
O setor hoteleiro continua a atrair a atenção dos grandes investidores imobiliários, em grande parte motivada pela excelente performance da indústria de turismo. Ainda que os indicadores de procura na primeira metade do ano revelem algum abrandamento no crescimento, 2,6% no número de hóspedes e 0,5% no volume de dormidas, os indicadores de operação registaram no primeiro semestre uma subida dos preços médios praticados na ordem dos 12% e do RevPAR (receita por quarto disponível) de 7,8%.
Nos últimos 18 meses inauguraram em Portugal mais de 80 unidades hoteleiras trazendo ao mercado cerca de 4.200 novos quartos. Atualmente são conhecidos cerca de 130 novos projetos hoteleiros com abertura prevista até 2020 que deverão trazer ao país mais de 10.000 novos quartos. A cidades de Lisboa e Porto e a Região do Algarve contam com o maior volume de oferta futura.
RESIDENCIAL
O mercado residencial continuou a registar um bom comportamento na primeira metade de 2018. A análise dos dados do SIR para a cidade de Lisboa revela, no entanto, uma estagnação dos valores médios praticados, que no primeiro trimestre de 2018 se encontravam nos €4.500/m², em linha com o registado no final do ano passado. Esta estabilidade de preços é muito possivelmente explicada pelo crescimento dos fogos em oferta, que entre 2016 e o primeiro trimestre de 2018 subiram 16%. Na cidade do Porto os valores médios de venda registaram uma subida de 10% em 2018, fixando-se nos €2.710 /m². O volume de fogos em oferta na cidade, após quebras sucessivas desde 2012, aumentou cerca de 50% no primeiro trimestre.
INVESTIMENTO
A tendência global de crescente alocação de capital a ativos imobiliários como uma alternativa aos produtos financeiros tradicionais continua a dinamizar a atividade de investimento imobiliário em Portugal. Entre janeiro e julho de 2018 foram fechadas mais de 30 operações de compra e venda de ativos imobiliários comerciais em Portugal, envolvendo cerca de €1,9 mil milhões quase tanto como em todo o ano de 2017.
A atividade de investimento foi caracterizada pela elevada presença de operações de grande dimensão, situando-se o valor médio por negócio nos €70 milhões, duplicando o indicador de 2017. O grande número de portfólios transacionados explica a forte subida deste valor. Desde o início do ano foram transacionados dez portfólios de ativos, todos eles adquiridos por investidores estrangeiros e maioritariamente de ativos de retalho ou escritórios.
Neste enquadramento, 2018 constituirá certamente um novo ano recorde em termos de volume de investimento em imobiliário comercial em Portugal, estimando-se para o fecho do ano um volume superior aos €3 mil milhões de investimento.
Sobre a Cushman & Wakefield
A Cushman & Wakefield é uma consultora líder global em serviços imobiliários. Os 43.000 colaboradores em mais de 60 países prestam serviços local e globalmente criando valor significativo a ocupantes e investidores em todo o mundo. A Cushman & Wakefield está entre as maiores empresas de serviços imobiliários com uma faturação de 5 mil milhões de dólares através de serviços de agência, representação de inquilinos, vendas e aquisições, gestão de imóveis, gestão de projetos, consultoria e avaliações. Para saber mais visite www.cushmanwakefield.pt
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