AMANHÃ: CAFÉ ORPHEU NOS 100 ANOS DA ORPHEU 2

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Em Março, no início das comemorações dos 100 anos de Orpheu, entrámos nos cafés, lugares de encontros casuais ou rituais, solenes ou informais. Surpreendemos quem passava, fizemos companhia a quem estava, invocando o espírito e a palavra de Orpheu – o grupo e a “revista extinta e inextinguível”. Depois, na Feira do Livro de Lisboa, em dia de aniversário, revisitámos os textos, Orpheu continuava na rua.
 
É agora tempo de um terceiro turno, o turno da noite na noite em que passam 100 anos da publicação do número 2 de Orpheu. A 28 de Junho de 1915 foi posto a circular aquele que seria o último título de um projecto que, à data, ainda não se sabia que não teria continuidade. A Orpheu 2 é o número que traz o poeta-louco Ângelo de Lima, a “novela vertígica” de Raul Leal, poemas de um “anónimo ou anónima que diz chamar-se Violante de Cysneiros”, a colaboração especial do futurista Santa-Rita Pintor. É o número do escândalo de Manucure de Mário de Sá-Carneiro e de Ode Marítima de Álvaro de Campos. Os directores deste número: Pessoa e Sá-Carneiro.
 
Neste turno da noite pela primeira vez as diferentes leituras de Café Orpheu encontram-se e intersectam-se num lugar comum: ocupam a Casa Fernando Pessoa para a apresentação de uma versão compacta. Amanhã, sábado, dia 27 de Junho, às 21h30.
 
Com Andresa Soares, Filipe Pinto, Lígia Soares e Miguel Castro Caldas, Sara Graça e Tiago Martins, Os Possessos e Sílvia Real, Sérgio Pelágio e Mariana Ramos
 
A Casa Fernando Pessoa, casa habitada pelo autor nos últimos 15 anos da sua vida, está aberta de Segunda a Sábado, das 10H00 às 18H00. Além da programação regular que dinamiza este espaço, pode também visitar-se o quarto de Fernando Pessoa e a biblioteca temática, especializada em Fernando Pessoa e em poesia.

CASA FERNANDO PESSOA
Rua Coelho da Rocha, 16, Campo de Ourique
1250-088 Lisboa
www.casafernandopessoa.pt 
+351 213 913 270 | info@casafernandopessoa.pt 
 
10H00 – 18H00 | Encerra aos Domingos e nos feriados 1 de Janeiro, 1 de Maio e 25 de Dezembro
Autocarro: 709, 720, 738 | Eléctrico: 25, 28 | Metro: Rato | Acessibilidade: Acessível a pessoas com mobilidade reduzida.
 
Preçário €3 (descontos para estudantes, menores de 25 anos, reformados e maiores de 65 anos), €8 bilhete família (máximo dois adultos)
 
 
INFORMAÇÃO DETALHADA SOBRE ESTE PROJECTO 
 
performance/Leituras
café orpheu
terceiro turno
27 DE JUNHO
sábado às 21h30
DURAÇÃO 120’
classificação a definir
PREÇÁRIO €6
Em Março, no início das comemorações dos 100 anos de Orpheu, entrámos nos cafés, lugares de encontros casuais ou rituais, solenes ou informais. Surpreendemos quem passava, fizemos companhia a quem estava, invocando o espírito e a palavra de Orpheu – o grupo e a “revista extinta e inextinguível”.
Num segundo momento, o Café Orpheu foi montado na Feira do Livro de Lisboa, em dia de aniversário. Na viagem do Chiado para o Parque Eduardo VII, os artistas do Café Orpheu deram a volta aos textos, afinaram pontas e fizeram outras escolhas. Orpheu continuava na rua.
Chegamos agora ao terceiro turno, o turno da noite em que passam 100 anos da publicação do número 2 de Orpheu. A 28 de Junho de 1915 foi posto a circular aquele que seria o último título de um projecto que, à data, ainda não se sabia que não teria continuidade. Orpheu 2 é o número que traz o poeta-louco Ângelo de Lima, a “novela vertígica” de Raul Leal, poemas de um “anónimo ou anónima que diz chamar-se Violante de Cysneiros”, a colaboração especial do futurista Santa-Rita Pintor. É o número do escândalo de “Manucure” de Mário de Sá-Carneiro e de “Ode Marítima” de Álvaro de Campos. Os directores deste número: Pessoa e Sá-Carneiro.
Neste turno da noite, de novo rangem as engrenagens do Café Orpheu. Desta e pela primeira vez as diferentes leituras de Café Orpheu encontram-se e intersectam-se num lugar comum. Cruzam-se nos vários espaços da Casa Fernando Pessoa para a apresentação de uma versão compacta. Até chegar a meia-noite.
 
Com Andresa Soares, Filipe Pinto, Lígia Soares e Miguel Castro Caldas, Miguel Loureiro, Sara Graça e Victor d’Andrade, Os Possessos e Sílvia Real, Sérgio Pelágio e Mariana Ramos 
 
INFORMAÇÃO DETALHADA MENSAL
(por ordem cronológica/programa sujeito a alterações) 
 
FORA DE CASA
A CASA FERNANDO PESSOA NA FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
até 14 de junho
 
Entre os já habituais e esperados pavilhões que todos os anos chamam a cidade para leitura, estará desta vez a Casa Fernando Pessoa. Em colaboração com a APEL e com as BLX (Bibliotecas Municipais de Lisboa), a CFP preparou um programa variado para integrar este encontro que, durante duas semanas e meia, reúne no Parque Eduardo VII todos os que gostam de passear entre livros.
 
A Feira do Livro de Lisboa é o mais amplo acontecimento dedicado ao livro e à leitura da cidade de Lisboa e ao longo de 85 edições tem convidado os leitores a partilhar o gosto pela literatura. A Casa Fernando Pessoa toma agora parte nesta festa e participa na celebração.
 
Assim, pelos livros, pelos escritores, pelos editores, pelos livreiros, pelos tradutores, pelas capas, pelas ideias, pela palavra, pela dúvida, pelo poema: ao Parque! 
 
EXPOSIÇÃO
nós, os de orpheu
pavilhão da casa fernando pessoa
até 14 de junho
horário da feira
 
VISITAS GUIADAS:
Dia 31 de Maio, Domingo, às 16h30 com Sílvia Laureano Costa
Dia 7 de Junho, Domingo, às 16h30 com Antonio Cardiello
Dia 14 de Junho, Domingo, às 17h30 com Jerónimo Pizarro
 
Há 100 anos um grupo de jovens publicou uma revista: Orpheu. Saíram apenas dois números. Foi o bastante para lançar a polémica e agitar o cenário artístico português, adormecido nas linhas estéticas novecentistas. Orpheu, revista e geração, “foi o primeiro grito moderno que se deu em Portugal”, na expressão de José de Almada Negreiros.
 
A exposição Nós, os de Orpheu – título parafraseado do texto de Fernando Pessoa na revista Sudoeste 3, em 1935 –, traça o percurso da revista e dos seus protagonistas, recorrendo, muitas vezes, às próprias palavras dos “órficos”. Antonio Cardiello, Jerónimo Pizarro, Sílvia Laureano Costa
 
Através da reprodução de diversas obras e documentos (fotografias, recortes de imprensa, correspondência, manuscritos, etc.), apresenta-se o “Nós” que formou Orpheu e alargam-se perspectivas de leitura a todos “Nós” que, um século depois, continuamos a descobrir Orpheu. Porque, como Pessoa concluiu: “Orpheu acabou. Orpheu continua.”
A construção desta exposição procurou um ângulo que permitisse apresentar a revista Orpheu e o grupo que a criou a partir de dentro, ou seja, a partir dos contributos dos seus protagonistas, tanto no tempo histórico da revista, como posteriormente, e a partir das memórias que alguns destes autores e artistas nos legaram.
 
É um projecto desenhado originalmente para a itinerância, com o objectivo de fazer viajar em diferentes plataformas o espírito e a palavra de Orpheu. A exposição vai circular internacionalmente através da rede do Camões, I.P., ao mesmo tempo que a nível nacional será lançada no circuito do ensino básico e secundário, bem como junto das bibliotecas municipais.
 
Associada à exposição está em desenvolvimento a criação de um livro + CD (Editora BOCA), complemento deste trabalho expositivo e seu prolongamento - registo e memória - para lá do tempo de celebração.
 
Comissão científica Antonio Cardiello, Jerónimo Pizarro, Sílvia Laureano Costa
 

  • Sílvia Prudêncio
Coordenação editorial (livro + CD) Oriana Alves (BOCA)
Parceria Camões, IP – Instituto da Cooperação e da Língua
Colaboração IELT
Iniciativa e coordenação Casa Fernando Pessoa
 
mesa-redonda
três CARAS de orpheu
richard zenith, steffen dix e Sílvia LAUREANO costa
auditório da feira do livro de lisboa
7 de junho
domingo às 18h00
duração 75’
 
Esta mesa-redonda reúne Richard Zenith, Steffen Dix e Sílvia Laureano Costa que vão trocar experiências e partilhar perspectivas sobre a construção das exposições que idealizaram para celebrar o centenário de Orpheu.
 
A montagem de uma exposição sobre Orpheu é necessariamente um exercício de leituras cruzadas: que história quer contar? A quem se dirige? O que fazer com o material que fica de fora?
 
Conversaremos lado a lado sobre três propostas alternativas de evocação de Orpheu: Os caminhos de Orpheu, exposição comissariada por Richard Zentith para a Biblioteca Nacional de Portugal, 1915 – o ano do Orpheu com curadoria de Steffen Dix para o Museu da Electricidade e Nós, os de Orpheu da autoria de Sílvia Laureano Costa, Antonio Cardiello, Jerónimo Pizarro e Sílvia Prudêncio, uma parceria Casa Fernando Pessoa e Camões IP para a itinerância.
 
Com moderação de Luís Caetano 
 
SERVIÇO EDUCATIVO - programa aniversário Pessoa*
DESCALÇAR botas d’elástico
E Fazer uma REVISTA modERNISTA
ESPAÇO BLX
11 DE JUNHO, terça às 14h00 - ESCOLAS
13 DE JUNHO, sábado às 18h00 – FAMÍLIAS
Para crianças a partir dos 6 anos
 
 
*Junho é mês de aniversário, Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António. O programa da CFP nos dias 12 e 13, sexta e sábado, brinda a essa data.
 
Há cinquenta anos, Almada Negreiros fez uma maquete de livro sobre “os dias de Orpheu”: um desdobrável em forma de harmónio, uma espécie de livro que estica e encolhe, em que criticava aqueles que resistiam às ideias de modernidade. Chamava-lhes “botas d’elástico” ou, bem pior, “lepidópteros”…
 
Em Descalçar botas d’elástico vamos fazer uma revista modernista ao estilo da revista Orpheu e segundo a lição de Almada Negreiros: afinal, de que precisa uma revista para ser uma revista? Pode ser redonda? Tem de ser quadrada? Podemos arrancar as páginas? Ou não há páginas? Na nossa revista vale tudo!
 
Uma oficina da Equipa do Serviço Educativo da CFP 
 
performance/Leituras - programa aniversário Pessoa*
café orpheu
segundo turno
palco praça amarela
13 DE JUNHO
sábado
às 18h00 – performance e MÚSICA
às 21h00 – performance e filme
 
*Junho é mês de aniversário, Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António. O programa da CFP nos dias 12 e 13, sexta e sábado, brinda a essa data.
Em Março, no início das comemorações dos 100 anos de Orpheu, entrámos nos cafés, lugares de encontros casuais ou rituais, solenes ou informais. Surpreendemos quem passava, fizemos companhia a quem estava, invocando o espírito e a palavra de Orpheu – o grupo e a “revista extinta e inextinguível”.
Começa agora um segundo turno: o Café Orpheu é montado na Feira do Livro de Lisboa, em dia de aniversário. Na viagem do Chiado para o Parque Eduardo VII, os artistas do Café Orpheu deram a volta aos textos, afinaram pontas e fizeram outras escolhas. Orpheu continua na rua.
Com Andresa Soares, Filipe Pinto, Lígia Soares e Miguel Castro Caldas, Miguel Loureiro, Sara Graça e Victor d’Andrade, Os Possessos e Sílvia Real, Sérgio Pelágio, Mariana Ramos e Bruno Canas 
 
SERVIÇO EDUCATIVO
PEQUENOS PESSOAS
mostra de curtas e storyboards
3 DE JUNHO
quarta ÀS 10H30 e ÀS 14H30
apresentação para as escolas
 
Com o projecto Pequenos Pessoas, a Casa Fernando Pessoa associa-se, em cada ano lectivo, a três escolas do ensino básico para, de modo alargado, trabalhar com alunos e professores o gosto e o prazer da leitura e da escrita, articulando conhecimento com desenvolvimento emocional e criativo. No centro deste trabalho está Fernando Pessoa, a sua vida e a sua obra, dados a conhecer através de múltiplas actividades lúdico-pedagógicas.
 
A edição de 2014/2015 chega agora ao fim e é momento de mostrar a todos o trabalho que foi feito. Às escolas participantes, juntou-se uma escola convidada, a Escola Secundária Artística António Arroio, e com ela a oportunidade de conhecer e construir novas linguagens num estimulante cruzamento de idades e níveis de ensino.
 
Com EB1 Rainha Santa Isabel, EB1 Eng. Ressano Garcia, EB1 nº 72 e Escola Secundária Artística António Arroio (escola convidada)
 
Agradecimento Visão, TNSC - Teatro Nacional de São Carlos (Secretaria de Estado da Cultura) 
 
SERVIÇO EDUCATIVO
paladares cruzados
6 DE JUNHO
SÁBADO DAS 10H30 ÀS 12H00
DURAÇÃO 90’
Crianças dos 3 aos 11 anos
€4 (criança) | €5 (ADULTO) – marcação prévia/ lotação limitada
 
São as cidades onde moramos, os sítios que conhecemos, as ruas que atravessamos e aquilo que mais gostamos de fazer em cada um desses lugares que nos permitem dar forma a um mapa muito pessoal: o nosso próprio álbum de memórias onde cabem histórias, músicas, sabores, um qualquer perfume... Nesta oficina entramos no álbum de memórias de Pessoa pelo lado do paladar: nascido em Lisboa, quando tinha 7 anos foi viver com a família para a África do Sul e de lá só voltou 9 anos mais tarde. Que sabores viajaram na lembrança de Pessoa? E como se cruzaram com os da sua cidade natal? São os cheiros e os gostos dessas duas cidades que nos guiam numa oficina em que realmente se “metem as mãos na massa”!
 
O Serviço Educativo da CFP desenvolve regularmente um trabalho de proximidade com escolas e educadores, e, no primeiro sábado de cada mês, com crianças e famílias. Com oficinas que se centram no poder criador e multiplicador da palavra, a equipa do Serviço Educativo promove propostas em torno da prática da leitura e da escrita, observando as inúmeras possibilidades da comunicação e da linguagem.
 
Marcações servicoeducativo@casafernandopessoa.pt / 21 391 32 70 
 
LANÇAMENTO DE LIVRO - noite da literatura europeia
Os Contratos do Comerciante. Uma comédia Bancocrática
elfriede jelinek
6 DE JUNHO
SÁBADO às 15H00
DURAÇÃO 90’
entrada livre
 
Pela primeira vez, a Casa Fernando Pessoa associa-se à Noite da Literatura Europeia - um projecto da EUNIC (European Union National Institutes for Culture) desenvolvido em vários países europeus -, momento único para festejar as línguas, os textos e os escritores que marcam a contemporaneidade na Europa.
 
Os Contratos do Comerciante. Uma comédia Bancocrática de Elfriede Jelinek (Prémio Nobel da Literatura 2004) escrutina a frenética especulação de banqueiros e pequenos investidores à volta de activos fictícios. Este trabalho foi traduzido e levado à cena pela primeira vez pela companhia Ponto Teatro (Porto) em 2012, sob o título Capital Fuck. A edição que agora se apresenta -  uma parceria Ponto Teatro, PinTeatro Associação Cultural e editora Verso da História, decorre desse trabalho desenvolvido e que contou com o apoio da Embaixada da Áustria e do Goethe Institut.
 
 
Com Helena Topa (tradutora), Bruno Monteiro (sociólogo), Emanuel de Sousa (encenador e director artístico da Ponto Teatro), Daniela Gonçalves (Ponto Teatro), Andreia Faria (editora Verso da História), Embaixada da Áustria e Goethe Institut
 
A Noite da Literatura Europeia em Lisboa é organizada pela EUNIC Portugal e pela Representação da Comissão Europeia em Portugal 
 
LANÇAMENTO de livro - programa aniversário Pessoa*
O Meu Tio Fernando Pessoa
manuela nogueira
12 DE JUNHO
sexta ÀS 17h00
DURAÇÃO 60’
ENTRADA LIVRE
 
*Junho é mês de aniversário, Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António. O programa da CFP nos dias 12 e 13, sexta e sábado, brinda a essa data.
 
O meu tio Fernando Pessoa é uma antologia de textos escritos por Pessoa para a infância, compilados pela sobrinha Manuela Nogueira numa edição prefaciada por Richard Zenith, revelando um lado menos conhecido do autor e que atravessa, na verdade, toda a sua vida e obra. A expressão de Jorge de Sena: “Fernando Pessoa: o homem que nunca foi” reflecte, aqui, um dos seus significados, pois, até ao dia da sua morte, Fernando Pessoa foi, sempre, uma grande, genialíssima criança.
 
Com Manuela Nogueira
Uma edição Centro Atlântico
 
 
ciclo LEITURAS/CONTOS - programa aniversário Pessoa*
PESSOA GRANDE ÀS MAIS PEQUENAS
RECITAL DE ESCRITOS PESSOANOS PARA CRIANÇAS
13 DE JUNHO -
SÁBADO ÀS 15H20
DURAÇÃO 60’
ENTRADA LIVRE
M/6
 
*Junho é mês de aniversário, Fernando Pessoa nasceu no dia de Santo António. O programa da CFP nos dias 12 e 13, sexta e sábado, brinda a essa data.
 
Um programa Sem casas não haveria ruas, leituras e contos entre a Casa Fernando Pessoa, a Fundação José Saramago e a BOCA
 
No dia de Santo António, a 13 de Junho de 1888, pelas 15 horas e 20 minutos, no 4.º andar esquerdo do n.º 4 do Largo de São Carlos, nascia Fernando Pessoa, pequenino. Ensaiava a orquestra, a prima-dona cantava... E o menino? Sonhava?
?
"Minha alma é uma orquestra oculta”, escreveu mais tarde Pessoa na voz de Bernardo Soares. “Não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia."

Em dia de aniversário de Pessoa, e ainda perto do dia da criança, o ciclo Sem casas não haveria ruas propõe um recital de escritos pessoanos para pessoas a partir dos seis anos. Ana Sofia Paiva,Otto Pereira e Raquel Reis propõem-se encontrar a Sinfonia de Pessoa, as cordas e os tambores da sua relação com a infância, do seu propósito neste mundo, da sua complexa identidade.

No dia de Santo António, a 13 de Junho de 2015, às 15 horas e 20 minutos, no auditório da Casa Fernando Pessoa, o maestro sacode a batuta e começa o recital, a infância, a poesia, o sonho.
 
 
Com Sofia Paiva (voz), Otto Pereira (violino) e Raquel Reis (violoncelo), organização e coordenação de Oriana Alves (BOCA)
 
 
Todos os meses a editora BOCA sai para a rua e celebra a palavra em casa amiga. À Fundação José Saramago leva contadores de histórias, reinventores da melhor tradição oral e popular. Na Casa Fernando Pessoa desfruta em voz alta dos vários géneros da literatura consagrada e por consagrar. Fica o encontro marcado: um sábado na Casa Fernando Pessoa, na Fundação Saramago uma sexta-feira do mês seguinte e por aí adiante alternadamente.
 
 
 
Debate/LANÇAMENTO DE LIVRO
FERNANDO PESSOA E ESPANHA: UMA NOVA CARTOGRAFIA
ANTONIO SÁEZ DELGADO
17 DE JUNHO
QUARTA ÀS 19H00
DURAÇÃO 70’
ENTRADA LIVRE
 
Hoje, Fernando Pessoa é, sem dúvida, o expoente máximo da literatura portuguesa em Espanha, mas nem sempre assim foi. Na verdade, a vida de Pessoa foi sendo, nas palavras de Sáez Delgado, “salpicada de encontros e desencontros” com Espanha e com os seus escritores.
 
Antonio Sáez Delgado, escritor, professor e tradutor, procura decifrar o lugar e o papel de Fernando Pessoa entre os seus camaradas vanguardistas espanhóis e interpretar o significado e os ecos da sua obra no país vizinho. Nesta conversa que atravessa todo o trabalho realizado por Sáez Delgado sobre a relação de Pessoa com Espanha, o ponto de partida – que é, ao mesmo tempo, o de chegada - será o seu mais recente livro, acabado de publicar: Pessoa Y España (editora Pre-Textos, Valencia, 2015).
 
 
Com Manuela Parreira da Silva, Luis María Marina e Javier Rioyo (moderação)
Uma colaboração com o Instituto Cervantes
 
 
Visita temática
AMOR+PESSOA
20 DE JUNHO ÀS 11H30
27 DE JUNHO ÀS 15H00
SÁBADOS
PREÇÁRIO €5 (DESCONTOS PARA ESTUDANTES, MENORES DE 25, REFORMADOS E MAIORES DE 65)
 
Com vontade de guiar os visitantes por lugares e tópicos alternativos – dentro de portas, viajando porém ao encontro dos interesses e curiosidades dos mais intrigados, a Casa Fernando Pessoa propõe, aos Sábados, um conjunto diferenciado de visitas temáticas.
 
Uma visita-experiência, aproximação aprofundada a um determinado tema, uma certa vertente, uma escolhida linha de leitura para chegar ao universo pessoano ou a regiões de vizinhança. E sobretudo a vontade de abrir a porta para novas linguagens, interpretações outras.
 
Amor+Pessoa encoraja os visitantes a conhecer Fernando Pessoa e o espaço, lugar e importância do Amor nas suas múltiplas dimensões e vidas: “o amor romântico, o amor à pátria, o amor à língua portuguesa, o amor à família ou até o amor carnal, Pessoa amou, como de resto amaram todos os seus eus. E (d)escreveu-o. Por detrás do fingimento poético que foi sua ferramenta criativa, o “falso virgem” teceu amor nas entrelinhas de grossa fatia da sua escrita. E se é verdade que quase sempre cerebralizou esse amor, dele se distanciando para melhor o interpretar, não é menos verdade que nos deixou pistas evidentes para a decifração dessa escolha.”
 
 
Seguem-se essas pistas em Amor+Pessoa, a nova visita temática da CFP, com a orientação e a assinatura de Ricardo Belo de Morais (Equipa de Museologia e Património da CFP). 
 
ENSINO ARTÍSTICO
audições
conservatório de lisboa
20 de junho
sábado ÀS 16H00
DURAÇÃO 120’
ENTRADA LIVRE
m/6
 
Numa prática regular, os alunos de várias idades, instrumentos e linguagens musicais do Conservatório de Lisboa apresentam um pouco do seu trabalho a solo e em conjunto. O Conservatório de Lisboa abriu em 2009 e é uma escola privada de ensino artístico especializado de Música, de Dança e de Arte Dramática, que pertence à rede do ensino particular e cooperativo do Ministério da Educação e Ciência. A maestrina Joana Carneiro é o seu patrono artístico.
 
Neste recital apresentam-se as classes de violino, dos 4 aos 14 anos, interpretando o repertório clássico daquele instrumento.
 
Organização Conservatório de Lisboa 
 
CICLO DEBATES
OS ESPAÇOS EM VOLTA DA METAMORFOSE
INÊS FONSECA SANTOS E FILIPA LEAL
25 DE JUNHO
QUINTA ÀS 19H00
DURAÇÃO 70’
ENTRADA LIVRE
 
Iniciado em 2014, o ciclo Os Espaços em Volta tem continuidade em 2015, em formato bimestral. Ao longo das edições do ano passado, e partindo sempre de uma efeméride como pretexto para cada sessão, Inês Fonseca Santos e Filipa Leal perguntaram a um heterogéneo painel de convidados o que tinham a dizer sobre variados factos e momentos da actualidade, habituando-nos a uma dinâmica troca de ideias.
 
Em Junho, debate-se a metamorfose em termos criativos e em termos psicológicos, e a identidade em construção. Para esta reflexão partimos de A Metamorfose, de Kafka, que em 2015 celebra 100 anos.
 
Com Inês Fonseca Santos e Filipa Leal  (coordenação e moderação) e António Vieira, Miguel Bonneville e Nuno Amado (convidados) 
 
performance/Leituras
café orpheu
terceiro turno
27 DE JUNHO
sábado às 21h30
DURAÇÃO 120’
classificação a definir
PREÇÁRIO €6
Em Março, no início das comemorações dos 100 anos de Orpheu, entrámos nos cafés, lugares de encontros casuais ou rituais, solenes ou informais. Surpreendemos quem passava, fizemos companhia a quem estava, invocando o espírito e a palavra de Orpheu – o grupo e a “revista extinta e inextinguível”.
Num segundo momento, o Café Orpheu foi montado na Feira do Livro de Lisboa, em dia de aniversário. Na viagem do Chiado para o Parque Eduardo VII, os artistas do Café Orpheu deram a volta aos textos, afinaram pontas e fizeram outras escolhas. Orpheu continuava na rua.
Chegamos agora ao terceiro turno, o turno da noite em que passam 100 anos da publicação do número 2 de Orpheu. A 28 de Junho de 1915 foi posto a circular aquele que seria o último título de um projecto que, à data, ainda não se sabia que não teria continuidade. Orpheu 2 é o número que traz o poeta-louco Ângelo de Lima, a “novela vertígica” de Raul Leal, poemas de um “anónimo ou anónima que diz chamar-se Violante de Cysneiros”, a colaboração especial do futurista Santa-Rita Pintor. É o número do escândalo de “Manucure” de Mário de Sá-Carneiro e de “Ode Marítima” de Álvaro de Campos. Os directores deste número: Pessoa e Sá-Carneiro.
Neste turno da noite, de novo rangem as engrenagens do Café Orpheu. Desta e pela primeira vez as diferentes leituras de Café Orpheu encontram-se e intersectam-se num lugar comum. Cruzam-se nos vários espaços da Casa Fernando Pessoa para a apresentação de uma versão compacta. Até chegar a meia-noite.
 
Com Andresa Soares, Filipe Pinto, Lígia Soares e Miguel Castro Caldas, Miguel Loureiro, Sara Graça e Victor d’Andrade, Os Possessos e Sílvia Real, Sérgio Pelágio e Mariana Ramos 
 
Continuam 
 
celebraçÃO
ORPHEU – EXTINTA E INEXTINGUÍVEL
100 ANOS
 
 
Quanto ao mais, nada mais. Cá estamos sempre. Orpheu acabou. Orpheu continua.
Fernando Pessoa, Revista Sudoeste 3, 1935
 
Passam 100 anos sobre a publicação de Orpheu, a revista que adensou e complexificou uma extraordinária rede de cumplicidades estéticas, literárias, artísticas entre o grupo de criadores multifacetados que veio trazer o escândalo e o escárnio aos circuitos literários da Lisboa de 1915.
 
Pessoa, Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardoso, e os outros também de Orpheu menos falados, conhecidos ou lidos, concentram a atenção da programação da Casa Fernando Pessoa para os próximos meses: um conjunto de iniciativas que pretende recuperar sinais do ritmo e do espírito desse cruzado encontro artístico do século passado.
 
Orpheu, revista “extinta e inextinguível”. Dois volumes publicados há cem anos e um terceiro sucessivamente adiado - projecto e plano em aberto, à espera do momento para se concretizarem. Não se concretizando, também assim se perpetuou o eco de Orpheu: “Quanto ao mais, nada mais. Cá estamos sempre. Orpheu acabou. Orpheu continua”. 
 
 
EXPOSIÇÃO
PEDRO PROENÇA
OS TESTAMENTOS DE ORPHEU
CASA FERNANDO PESSOA
ATÉ 26 DE SETEMBRO
SEGUNDA A SÁBADO, DAS 10h00 ÀS 18h00
PREÇÁRIO €3 (DESCONTOS PARA ESTUDANTES, MENORES DE 25, REFORMADOS E MAIORES DE 65), €8 BILHETE FAMÍLIA
 
Partindo da ruptura que Orpheu representou e poderá ainda representar, Pedro Proença (Lubango, 1962) ocupa os vários espaços da Casa Fernando Pessoa.
 
Sobre esta intervenção, escreve Proença: “A revista Orpheu é um fantasma que já há muito tempo vou digerindo e não cessa de ser uma fonte de entusiasmo. Adquiri os dois números da revista na adolescência e li na altura  as obras do Pessoa e do Sá-Carneiro (Ática), assim como as do Almada (Estampa). O encontro com o Amadeo começou por ser gráfico, e só lhe vi as obras mais tarde. Cedo senti curiosidade por todos os filões a que estava ligado, assim como os que lhe sucederam (sobretudo o dadaísmo). O apetite por celebrar os de Orpheu vai aqui traduzido em obras (pinturas, cartazes, esculturinhas) onde abundam textos dos seus membros, colagens e abusos sobre eles, ou pequenos ensaios da minha lavra. As obras irão surgir um pouco por toda a Casa Fernando Pessoa como se fossem música de fundo.”
 
Iniciativa e organização Casa Fernando Pessoa
 
 
 
EXPOSIÇÃO ITINERANTE
Nós, os de Orpheu
 
Há 100 anos um grupo de jovens publicou uma revista: Orpheu. Saíram apenas dois números. Foi o bastante para lançar a polémica e agitar o cenário artístico português, adormecido nas linhas estéticas novecentistas. Orpheu, revista e geração, “foi o primeiro grito moderno que se deu em Portugal”, na expressão de José de Almada Negreiros.
 
A exposição Nós, os de Orpheu – título parafraseado do texto de Fernando Pessoa na revista Sudoeste 3, em 1935 –, traça o percurso da revista e dos seus protagonistas, recorrendo, muitas vezes, às próprias palavras dos “órficos”.
 
Através da reprodução de diversas obras e documentos (fotografias, recortes de imprensa, correspondência, manuscritos, etc.), apresenta-se o “Nós” que formou Orpheu e alargam-se perspectivas de leitura a todos “Nós” que, um século depois, continuamos a descobrir Orpheu. Porque, como Pessoa concluiu: “Orpheu acabou. Orpheu continua.” Antonio Cardiello, Jerónimo Pizarro, Sílvia Laureano Costa
 
A construção desta exposição procurou um ângulo que permitisse apresentar a revista Orpheu e o grupo que a criou a partir de dentro, ou seja, a partir dos contributos dos seus protagonistas, tanto no tempo histórico da revista, como posteriormente, e a partir das memórias que alguns destes autores e artistas nos legaram.
 
É um projecto desenhado originalmente para a itinerância, com o objectivo de fazer viajar em diferentes plataformas o espírito e a palavra de Orpheu. A exposição vai circular internacionalmente através da rede do Camões, I.P., ao mesmo tempo que a nível nacional será lançada no circuito do ensino básico e secundário, bem como junto das bibliotecas municipais.
 
Associada à exposição está em desenvolvimento a criação de um livro + CD (Editora BOCA), complemento deste trabalho expositivo e seu prolongamento - registo e memória - para lá do tempo de celebração.
 
Comissão científica Antonio Cardiello, Jerónimo Pizarro, Sílvia Laureano Costa
 
  • Sílvia Prudêncio
Coordenação editorial (livro + CD) Oriana Alves (BOCA)
Parceria Camões, IP – Instituto da Cooperação e da Língua
Colaboração IELT
Iniciativa e coordenação Casa Fernando Pessoa
 

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