MÚSICA NAS PRAÇAS
Largo de São Carlos, Praça do Município, Ruínas do Carmo, Museu do Chiado
Organização: EGEAC
Programação: Metropolitana
Pelo sétimo ano consecutivo, sempre em torno do Dia Mundial da Música, o Música nas Praças enche de sons o coração de Lisboa, na zona envolvente do Chiado. A EGEAC e a Metropolitana juntam-se assim, uma vez mais, nesta iniciativa que já conquistou lugar cativo na agenda cultural da cidade. Com um mapa de eventos que redesenha o espaço público, toca-se de perto quem vem assistir ou, simplesmente, vai a passar. Regressam os coros às Ruínas do Carmo, com vozes de todas as idades e repertórios que se estendem desde a música tradicional a partituras célebres de outros tempos e geografias. Os ritmos do jazz e o som das orquestras de sopros invadem o Largo de São Carlos. A energia das percussões faz vibrar a Praça do Município, um local emblemático onde a Orquestra Metropolitana de Lisboa encerrará com um programa noturno recheado de sinfonias.
O Dia Mundial da Música foi instituído em 1975 pelo International Music Council, uma Organização Não Governamental fundada em 1948 sob o patrocínio da UNESCO. Pretendia-se, então, promover os valores da Paz e da Amizade por intermédio da Música. Hoje, e passadas quase quatro décadas, a efeméride continua a ser assinalada em todo o planeta, no primeiro dia de cada mês de Outubro. A Música e a Cidade: cantamos alto esta ideia.
Pedro Amaral
Director Artístico da AMEC – Metropolitana
Diz-se que o Verão em Lisboa tarda, por vezes, mais em chegar do que em despedir-se. A experiência do Outono em Lisboa é, portanto, a de um doce declínio, como se a cidade insistisse em reter, até ao mais extremo dos limites, o império da luz.
Seguindo o mesmo rumo, insistimos também em prolongar para além do equinócio a experiência cultural de cada Verão, intensamente vivida e celebrada. Música nas Praças é a eloquente expressão desse momento último em que, nostálgicos, nos despedimos dos dias em que a cidade generosamente nos acolheu, revelando-se.
Fazemo-lo no coração da cidade histórica, celebrando o Dia Mundial da Música, em vários espaços de património e de memória. Este será um dia de concertos promenade, resultado de uma cumplicidade já longa com a Metropolitana, responsável pela direcção artística.
O programa é ecléctico, procurando estabelecer um diálogo com o carácter diferenciado e o distinto contexto de cada espaço de apresentação, propondo, em cada edição, múltiplas possibilidades de escutar e conhecer melhor a música erudita.
Conselho de Administração da EGEAC
PROGRAMAÇÃO 4 OUTUBRO:
15h30, Largo de São Carlos - Orquestra de Sopros da Metropolitana
16h, Ruínas do Carmo - Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa
17h, Largo de São Carlos - Orquestra de Jazz da Universidade de Évora (OJUÉ)
17h30, Ruínas do Carmo - Coro Juvenil de Lisboa
18h, Praça do Município – Percussões da Metropolitana
18h30, Largo de São Carlos - Big Band de Alunos da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas
19h, Ruínas do Carmo - Concerto a Três Coros - Polyphonia Schola Cantorum, Coral Allegro e Coral Encontro
21h30, Praça do Município - Orquestra Metropolitana de Lisboa
15h, 16h, 17h Museu Nacional de Arte Contemporânea (Museu do Chiado)
15h Ateliê de Percussão
16h Ateliê de Sopros
17h Ateliê de Cordas
Orquestra de Sopros da Metropolitana
Largo de São Carlos - 15h30
Este concerto leva o público por curta viagem até à Hungria e ao México. A singularidade destas culturas, tão diferentes quanto a distância geográfica existente entre países do Leste Europeu e da América Latina, são aqui revividas pelos jovens e promissores músicos das escolas da Metropolitana e pelo maestro Reinaldo Guerreiro. Primeiro, com um concerto para tuba do compositor húngaro contemporâneo Roland Szentpali, que promete surpreender com um virtuosismo pouco habitual neste instrumento, aqui nas mãos de Henrique Costa. Segue-lhe La Noche de los Mayas, de Silvestre Revueltas, com a evocação de outras melodias, também tradicionais, mas que misturam a tradição romântica europeia oitocentista com as correntes nacionalistas mexicanas que emergiram na primeira metade do século XX.
Roland Szentpali
Concerto para Tuba e Orquestra de Sopros
I. Moderato
II. Andante
III. Moderato
Silvestre Revueltas
La Noche de los Mayas (arr. Douglas McLain)
I. La Noche de los Mayas
II. Noche de Jaranas
III. Noche de Yucatán
IV. Noche de Encantamiento
Solista Henrique Costa (tuba)
Maestro Reinaldo Guerreiro
Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa
Ruínas do Carmo - 16h
O Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa é constituído por cerca de quarenta crianças e jovens, com idades compreendidas entre os seis e os dezasseis anos. Desde a primeira apresentação pública, em 2005, realizou uma centena de concertos no país e no estrangeiro. Em Maio de 2012 tornou-se o primeiro coro português a ser selecionado para participar no Festival Europeu de Coros Juvenis, tendo actuado em diversas igrejas e salas de concerto de Basileia, na Suíça.
Tradicional do Minho
A Senhora da Abadia (arr. Armando Leça)
Daniel Porat
O Cavalo
O Cão o e o Gato
Tradicional do Japão
Hakai Hana (arr. Nashico Terashima)
Benjamin Britten
There is no Rose
Afonso X
Cantiga de Santa Maria
Jean-Philippe Rameau
Hymne à la nuit
Tradicional Tai
Shining Moon (arr. Audrey Snyder)
Fernando Lopes-Graça
O Ladrão do Negro Melro
Aulis Sallinen
Sea Prayer
Charles Collins
Tutti Tutti tumaistani
John Williams
Africa (do filme Amistad)
Tradicional da Libéria
Banuwa
Tradicional da Argentina
Pala Pulpero (arr. Alberto Ginasterra)
Tradicional dos E.U.A.
This Old Man (arr.James Fulleylove)
Tradicional da Sérvia
Niska Banja (arr.Nick page)
Jim Papoulis
Sililiza
Tradicional da Catalunha
Cançó de Bres (arr. A. Rodrígues Sabanés)
Piano João Lima
Direcção Musical Erica Mandillo
Orquestra de Jazz da Universidade de Évora (OJUÉ)
Largo de São Carlos - 17h
Liderada pelo seu director musical, Claus Nymark, a OJUÉ apresenta-se pela primeira vez no Música nas Praças com uma composição de Kenny Wheeler, trompetista de jazz canadiano que construiu a sua já longa carreira sempre radicado em Londres. The Sweet Time Suite integra sete temas escritos em 1990 e que se tornaram presença obrigatória no repertório das Big Bands. Com um estilo de jazz que dialoga desassombradamente com outros géneros, a música de Wheeler promete criar um ambiente que junta à elegância uma grande descontração.
Kenny Wheeler
The Sweet Time Suite
I. Opening
II. Kind Folk
III. For Jan
V. Know Where You Are
VI. Consolation
VII. Freddy C
Direcção Musical Claus Nymark
Coro Juvenil de Lisboa
Ruínas do Carmo - 17h30
O Coro Juvenil de Lisboa e o maestro Nuno Margarido Lopes interpretam partituras corais célebres do repertório da Zarzuela, o género mais emblemático dos palcos líricos espanhóis, que tanto sucesso chegou a ter no nosso país e que ainda hoje continua a encantar. Recorda-nos o ambiente dos bairros antigos de Madrid onde muita da sua música nasceu ou se inspirou, retratando personagens e episódios de épocas distantes. Com uma mensagem sempre crítica e mordaz, com uma força e uma vitalidade sem igual, vislumbra-se aqui uma tradição que marca profundamente a memória colectiva do povo espanhol através de alguns momentos retirados de espetáculos gloriosos, como Agua, Azucarillos y Aguardiente e El año passado por agua, de Federico Chueca, e La Tempranica, de Gerónimo Giménez.
Coros de Zarzuelas Famosas
Pablo Sorozabal
Ensalada Madrileña (Don Manolito)
Federico Chueca
Coro de barquilleros (Agua, Azucarillos y Aguardiente)
Federico Moreno Torroba
Schottisch (La Chulapona)
Federico Chueca
Seguidillas (El Chaleco Blanco)
Reveriano Soutullo
Ronda de enamorados (La del Soto del Parral)
Francisco Asenjo Barbieri
Preludio y Coro (El Barberillo de Lavapiés)
Amadeo Vives
Coro de Románticos (Doña Francisquita)
Federico Chueca
Sevillanas (El Bateo)
Manuel Fernandez Caballero
Coro de fumadoras (Los Sobrinos del Capitán Grant)
Gerónimo Giménez
Tango (La Tempranica)
Federico Chueca
Pasa-calle (El año passado por agua)
Percussões da Metropolitana
Praça do Município - 18h
Para muitos, os instrumentos de percussão são porta de entrada para o mundo da música. Bombos e caixas, jogo de sinos e marimbas, tam-tans e tom-tons... a magia destes instrumentos revela-se, sobretudo, de cada vez que os escutamos ao vivo, ora imponentes ora misteriosos, reservados ou descontraídos. As Percussões da Metropolitana vêm provando ao longo dos anos o valor do seu projecto. Protagonizado por jovens músicos das escolas da Metropolitana, sempre sob a direção de Marco Fernandes, traz-nos desta vez um conjunto de temas muito diversificado e que não se envergonha da vontade de dançar. Aos ritmos do Caribe, junta-se o swing norte-americano e muitas melodias que nos soam familiares.
Yanni
Marching Season (arr. Chris Brooks)
George Gershwin
Porgy and Bess (arr. Edward Freytag)
Chuck Mangione
Tribute To Mangione (arr. Chris Crockarell)
Djavan e Doug Fieger
The Zoo Blues (arr. Chris Brooks)
Béla Fleck
Sunset Road (arr. David Steinquest)
Donald Fagen
The Goodbye Look (arr. Chris Brooks)
Roland Vazquez
Pire (arr.Steve Houghton e Tom Warrington)
Enrique Garcia
Conga (arr. Chris Crockarell)
Michael Camilo
Caribe (arr. Rande Sanderbeck )
Michael Camillo, Julie Eigenberg e Hilary Koski
Why Not! (arr. Chris Brooks)
Andy Smith
Lalopalooza
Big Band de Alunos da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas
Largo de São Carlos - 18h30
A Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, antiga Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, conta três décadas e meia de existência. Referência incontornável do ensino e divulgação do jazz no nosso país, apresenta-se com uma Big Band formada pelos próprios alunos, mostrando-nos o swing e a energia de que se faz o “jazz puro”.
J. Klenner / S. M. Lewis
Just Friends
F. Green / D. E. Wolf
Corner Pocket
F. Foster
Shiny Stockings
L. Hart / R. Rodgers
This Can’t Be Love
G. Gershwin / I. Gershwin
They Can't Take That Away From Me
J. Kern / D. Fields
S. Cahn / J. Styne
Time After Time
H. Warren / A. Dubin
I Only Have Eyes For You
G. Gershwin / I. Gershwin
How Long Has This Been Going On
Jerry Bock / G. D. Weiss / L. Holofcener
Too Close For Comfort
G. Marks / S. Simons
All of Me
Pick Yourself Up
Concerto a Três Coros
Polyphonia Schola Cantorum, Coral Allegro e Coral Encontro
Ruínas do Carmo - 19h
Numa verdadeira celebração da voz cantada, juntam-se neste concerto o Coral Allegro, o Coral Encontro e o Polyphonia Schola Cantorum – este último com mais de seis décadas de existência, boa parte sob direcção do saudoso musicólogo Mário de Sampayo Ribeiro. Em conjunto, interpretam uma missa muito especial, a Misa Criolla, escrita por Ariel Ramírez em 1964. As principais partes cantadas da liturgia cristã surgem aqui com sonoridades bastante diferentes do habitual, sobressaindo a característica expressividade das músicas tradicionais da Argentina e da Bolívia, por entre bangalós, chacareras e, até, música do carnaval de Cochabamba. Antes disso, podemos ouvir a intervenção de cada um dos agrupamentos em separado, com polifonia dos séculos XV e XVI, para além de harmonizações de melodias tradicionais portuguesas e de outros continentes.
Coral Allegro
Juan del Encina
Hoy comamos y bebamos
Clément Janequin
Ce mois de mai
Pierre Certon
La, la, la, je ne l’ose dire
Coral Encontro
Tradicional da Beira Baixa
Canção da Vindima (harm. F. Lopes-Graça)
Polo Vallejo
Tango para 4 o para 24
Tradicional Africana
Siyahamba (arr. Doreen Rao)
Polyphonia Schola Cantorum
Cancioneiro de Uppsala
- Verbum caro factum est
- Dadme albricias
Tradicional de Évora
O Menino Está Dormindo (harm. M. Sampayo Ribeiro)
Coral Allegro, Coral Encontro e Polyphonia Schola Cantorum
Ariel Ramírez
Misa Criolla:
I. Kyrie
II. Gloria
III. Credo
IV. Sanctus
V. Agnus Dei
Solistas João Barros Tenor (a anunciar)
Piano Gian Lima guitarras Miguel Almeida percussão Tatiana Almeida
Direcção Musical Sérgio Fontão
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Praça do Município - 21h30
Neste concerto, o maestro Pedro Amaral e a Orquestra Metropolitana de Lisboa interpretam duas sinfonias do final do século XIX, e que bem demonstram a importância da consciência histórica no período romântico tardio. A Segunda Sinfonia de Richard Strauss marca um ponto de viragem na carreira do compositor. Raramente interpretada em Portugal, foi moldada nos exemplos de Schumann e Brahms, contrastando com as sonoridades modernistas que o músico alemão veio a protagonizar mais tarde. A Quarta Sinfonia de Tchaikovsky assume um cunho mais pessoal, inclusive de pendor autobiográfico. Segundo testemunho do próprio compositor, toma como referência a profunda meditação sobre a ideia de destino que ouviu na Quinta Sinfonia de Beethoven.
Alfredo Keil (Orq. de Frederico de Freitas)
A Portuguesa
Richard Strauss
Sinfonia n.º 2, Op. 12
Pyotr IlyitchTchaikovsky
Sinfonia n.º 4, Op. 36
Maestro Pedro Amaral
Ateliês de Percussão, Sopros e Cordas do Conservatório de Música da Metropolitana
Museu Nacional de Arte Contemporânea (Museu do Chiado) - 15h, 16h, 17h
Quando soam juntos – por exemplo, numa orquestra – os múltiplos instrumentos musicais parecem ter vivido juntos deste sempre. Porém, olhando bem de perto, revela-se um mundo de diferenças fascinantes: são cordas, sopros e percussões; cordas friccionadas, percutidas e beliscadas; sopros metais e sopros madeiras com as mais variadas configurações de tubos, boquilhas e campânulas; membranas esticadas, caixas de ressonância, idiofones percutidos por um sem-número de baquetas. Para desvendar um pouco deste universo serão realizados três ateliês em que se apresenta os instrumentos de música, falando sobre eles, dando-os a ouvir e a tocar, já que haverá no final oportunidade para quem assiste de os experimentar. Desafia-se melómanos de todas as idades para o despertar de uma escuta mais informada e – quem sabe? – descobrir vocações.
15h - Ateliê de Percussão
16h - Ateliê de Sopros
17h - Ateliê de Cordas
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