CATARINA RODRIGUES ELEITA HEAD SPORT DIRECTOR DA UNIÃO EUROPEIA DE JUDO

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CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO EJU – VIENA 2022 

A União Europeia de Judo (EJU) realizou o seu Congresso Extraordinário em Viena, que culminou com a eleição do novo Presidente – o húngaro László Tóth. Entre os membros do novo Comité Executivo da EJU, encontra-se a portuguesa Catarina Rodrigues, que passa a ocupar o cargo de Head Sport Director (Diretora Desportiva Principal), tornando-se na primeira mulher a desempenhar essas funções.

Catarina Rodrigues, que já integra o Comité Executivo da EJU desde 2012, foi uma das escolhidas pelo novo presidente László Tóth para continuar na lista de 16 elementos que compõem a comissão. Após desempenhar as funções de Diretora Desportiva do organismo europeu durante uma década, a portuguesa vê agora o seu trabalho e competência reconhecidos, reforçando a sua posição e passando a ocupar o cargo de Head Sport Director.

Após uma reformulação do organograma da EJU, Catarina Rodrigues assume um cargo que não era ocupado há 10 anos e que nunca tinha sido desempenhado por uma mulher. O novo Comité Executivo da EJU foi eleito até Paris 2024, mas o objetivo passa pela reeleição e desenvolver um trabalho de 6 anos, até Los Angeles 2028.

A nova Head Sport Director da EJU é graduada com o 6º Dan, treinadora certificada de judo, pós-graduada em gestão desportiva, medalhada de bronze no Campeonato do Mundo (2001), vencedora de 2 Taças do Mundo, 15 vezes campeã nacional, atleta da seleção nacional durante 16 anos, Diretora de Atividades da Federação Portuguesa de Judo e membro da Comissão Mulheres e Desporto do Comité Olímpico de Portugal.
 
Declarações
“Esta eleição acaba por ser uma progressão natural no caminho que tenho estado a fazer na União Europeia de Judo desde 2008, quando comecei na comissão desportiva e depois em 2012, com a nomeação para a comissão executiva e para diretora desportiva.

No início do ano, devido à guerra na Ucrânia, o presidente Sergey Soloveichik, sendo russo, apresentou a demissão e, como o secretário-geral também acabou por se demitir, achou-se por bem realizar eleições para legitimar o presidente e os restantes membros da comissão executiva. Quando ficou definido quem seria o candidato a presidente, este teve de constituir a sua equipa e na parte desportiva, onde tínhamos um vice-presidente e quatro diretores desportivos, apenas dois ficaram, eu e o Hrvoje Lindi que é croata. Houve uma restruturação na equipa desportiva, passando a haver um vice-presidente, um head sport director e três diretores desportivos.

Com esta nova estrutura, as políticas desportivas são definidas de forma próxima entre mim e o vice-presidente, uma vez que já trabalhamos juntos desde 2012 e temos um excelente entendimento e fluxo de trabalho, além de bastante experiência nesta área. A minha função enquanto Head Sport Director é definir as políticas desportivas da EJU, juntamente com o vice-presidente do desporto e com o presidente, fazer a ponte entre o vice-presidente e os diretores desportivos e supervisionar e coordenar todo o trabalho dos diretores desportivos.

Este mandato vai ser bastante curto, até Paris 2024, mas a ideia é apelar à reeleição e manter esta equipa para poder demonstrar as suas capacidades e poder implementar as suas ideias durante 6 anos. Queremos manter a EJU como a União continental mais forte, desenvolver e apoiar as federações na recuperação do número de atletas para níveis pré-pandemia e proporcionar as melhores condições para os atletas da europa de forma a conseguirem os melhores resultados possíveis nos Jogos Olímpicos de Paris.

Para o Judo Português, penso que é extremamente importante ter alguém na comissão executiva da União Europeia de Judo, é aí que se centram as decisões. Desde 2012, tenho conseguido representar Portugal, numa comissão executiva composta por 16 elementos em que todos têm de ter nacionalidades diferentes, ou seja, dos 51 países que integram a EJU, apenas 16 estão representados na comissão executiva, o que revela bem a importância de ter alguém neste grupo restrito.

Não vejo esta nomeação como um reconhecimento pessoal, mas sim, um reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Judo Nacional, que está a marcar cada vez mais pontos tanto na Europa como na Federação Internacional, seja através dos resultados dos nossos atletas ou através da organização de grandes eventos. Acaba por ser uma sinergia entre o que é feito na Federação Portuguesa de Judo e o trabalho que desenvolvo na EJU, que levou a este reforço da minha posição na EJU.

Relativamente ao facto de ser a primeira mulher a ocupar este cargo, não olho para isso como algo muito relevante porque penso que estou aqui por mérito e não pelo facto de ser mulher. Se não tivesse conseguido alcançar este cargo por ser mulher, isso é que seria problemático, é contra isso que temos de continuar a lutar e ultrapassar eventuais dificuldades que algumas mulheres que queiram alcançar altos cargos de dirigentes ainda enfrentam.

Este cargo foi ocupado por pessoas de grande relevância na modalidade, como o Densign White e o Daniel Lascau, tenho essa responsabilidade e estou ciente dela. Vou fazendo o meu percurso e continuando a trabalhar de forma honesta e competente, as coisas vão acontecer da melhor forma. Continuo a acreditar que a competência é sempre valorizada.”
 
 

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