FPJ PROMOVE CV DO COMPETIDOR E AS SUAS ‘SOFT SKILLS’
FUTURÁLIA FOI PALCO DA CONVERSA DE PEDRO OLIVEIRA E INÊS CAETANO
FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA -FIL
A Federação Portuguesa de Judo divulgou esta quinta-feira, 31 de março, um vídeo que termina com a pergunta: "Gostava que o CV de um competidor se destacasse de todos os outros que recebe?" e foi este o ponto de partida da conversa entre Pedro Oliveira e Inês Caetano. A sessão, que contou com o apoio do Instituto Português do Desporto e da Juventude, realizou-se na Futurália que está a decorrer na FIL.
Ao longo do vídeo (https://youtu.be/zfWWBU-W4L4) faz-se uma analogia entre uma final do campeonato nacional e a fase final de um concurso nacional entre empresas, e ao longo da conversa moderada pela jornalista Ana Lima, ficou claro que as aptidões que os competidores desenvolvem são uma mais-valia para o mercado de trabalho. Veja abaixo as declarações e a conversa na integra.
Declarações
Pedro Oliveira (CEO da BP Portugal de 2013 a 2021 e também de Espanha desde 2016, agora dedicado a projetos mais pessoais, Campeão Nacional em todos os escalões e Atual Campeão do Mundo de Veteranos)
“Nas empresas temos de tomar decisões permanentemente, encontrar soluções para aquilo com que nos deparamos dia-a-dia, e no Judo, e no desporto em geral, também temos de fazer isso. O mundo do desporto, mesmo sem ser em alta competição, expõe as pessoas a circunstâncias mais exigentes e desafiantes do que o mundo corporativo. Os atletas estão bem preparados para isso e quando são expostas a essas situações nas empresas, de algum modo já experienciaram esse ambiente e estão mais confortáveis. O desporto é, cada vez mais, visto pelas empresas como uma incubadora de competências comportamentais, que as empresas procuram e identificam como sendo diferenciadoras em profissionais de sucesso e, mais do que isso, em pessoas equilibradas e felizes.
O conhecimento e a bagagem técnica é menos diferenciadora nas pessoas que recrutamos, damos por adquirido que as pessoas estão tecnicamente preparadas e que a diferenciação se faz nas competências comportamentais. E sabemos que o desporto é uma fonte desse tipo de competências. Também é importante que do lado de lá estejam desportistas, pessoas sensíveis para esta dimensão. Continuem a praticar desporto pelo desporto, ou até nesta dimensão mais "interesseira", para serem profissionais bem-sucedidos. Funciona sempre. Não têm de ser Campeões do Mundo porque essas competências até se ganham, um nível abaixo da alta competição. É nessa liga que se ganham essas competências que as empresas e corporações andam à procura. Os pais precisam de ter esta noção. Não é uma coisa ou outra. São as duas coisas e é essa polivalência que andamos à procura."
Inês Caetano (Fundadora da Sports Embassy)
“Muitas vezes, os atletas não sabem como fazer a transição para o mercado de trabalho. Tentamos ajudá-los a identificar as competências que adquiriram através do desporto, como podem trabalhar o que adquiriram e transferir essas competências para outras áreas. Temos de promover os atletas como mais do que atletas, sensibilizando a sociedade e o mercado de trabalho para esta questão das soft skills e dessas competências adquiridas através do desporto. Temos realizado algumas ações, no sentido de aproximar as empresas dos atletas.
Não podemos deixar que esses atletas, quando deixam o desporto, percam as qualidades ou que não tenham a noção das qualidades que adquiriram no desporto. É muito importante treinadores de formação terem noção que não são professores de competências técnicas, os treinadores são professores de competências. Se conseguirmos transmitir que a riqueza do desporto vai para além das competências técnico-táticas, é muito importante para todos os envolvidos. Se todos conseguirmos perceber, isto é um caminho que vai ser feito a longo prazo e que obviamente vai chegar às empresas."
Conversa na integra: www.instagram.com/tv/CbxLTCnBLtv
Fotografias: https://we.tl/t-fSjCtKtI1G (@Miguel Galhardas/FPJ) e https://we.tl/t-yl6RDnRKD8 (@Filipa Meias/ALC)
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