ÚLTIMO DIA DE DRIVE-IN EM ESPINHO

E eis que chega o fim-de-semana desta 16ª edição do FEST, um dia marcado pelas últimas sessões do drive-in a acontecerem na Nave do Parque Desportivo de Espinho e a continuidade das exibições em Lisboa e Porto. 

POR ESPINHO
PATRICK, TIM MIELANTS
02 ago, 21H30, Junta de Freguesia de Espinho
Patrick é um homem de grande estatura. É lento, pesado, mas discreto. Filho do proprietário de um parque de campismo para nudistas, é responsável pela manutenção do espaço. Só quer que o deixem em paz, na sua carpintaria, onde exibe orgulhosamente uma série de ferramentas como se tratassem de relíquias históricas. Mas, um dia, a sua rotina é virada de pernas para o ar. Esta primeira longa-metragem do belga Tim Mielants é uma comédia negra singular, sempre dominada pela nudez dos seus intervenientes, e uma panóplia de personagens deliciosas, tudo numa estrutura de thriller policial tenso, repleto de twists e transições inesperadas.

THE EARTH IS BLUE AS AN ORANGE, IRYNA TSILYK 
03 ago, 23H30, Junta de Freguesia de Espinho

O conflito na Ucrânia continua a ser uma das maiores incógnitas da cena mundial. A escassez de informação não contribuiu em nada para o seu melhor entendimento. O mundo do cinema documental tem, no entanto, vindo a ser um veículo privilegiado para entender o que se passa no ponto mais a leste da Europa. The Earth is Blue as an Orange é, inquestionavelmente, um dos documentos mais importantes e vitais dos últimos anos. A cineasta Iryna Tsilyk viajou para a frente de guerra para conhecer uma pequena família que tenta lidar com um dia-a-dia onde a ameaça é constante.

PELO PORTO

Poucos são aqueles que se sentem confortáveis a pensar na sua morte. Será sempre um tema tabu, sobre o qual escolheremos sempre evitar grandes dissertações. Por essa razão talvez seja compreensível que toda uma indústria tenha crescido à volta da morte, sem que tenhamos dedicado grande tempo a testemunhá-la. Meanwhile on Earth desmistifica o que se passa por detrás das câmaras de cremação. Ou o dia-a-dia de um coveiro. Apresenta-nos às conversas dos motoristas de carrinhas funerárias. Revela o sentido de humor negro que prolifera numa morgue, enquanto descobrimos que música ouve a senhora da limpeza numa sala de autópsias. O resultado é um autêntico triunfo do cinema documental, que nos obriga a sorrir com as mais “infelizes” das ocupações profissionais.
 

WILDLAND, JEANETTE NORDAHL
07 ago, 21H30, Cinema Trindade

A Dinamarca é frequentemente descrita como um paraíso social. E o caso não é para menos. Falamos, afinal de contas, de um dos países com o mais alto nível de vida. Mas o mundo do crime é indiferente às estatísticas, e prolifera por toda a parte. É neste contexto que Wildland se torna num thriller inesquecível, que fez correr muita tinta logo na sua estreia no Festival de Berlim, em fevereiro passado. Ida é ainda uma criança a entrar na adolescência. A trágica morte da sua mãe num acidente rodoviário leva a que se mude para viver com a sua tia e primos. O seu novo lar é uma casa repleta de amor e carinho. Mas as aparências iludem, porque a sua nova família revela uma outra faceta. Esta é uma família que prospera no mundo do crime organizado e violento. A cineasta Jeannete Nordhal apresenta-nos um retrato cruel e impiedoso, de uma família de criminosos que vê o seu domino ameaçado pela inclusão de Ida. Da matriarca que lidera a família a todos os níveis, ao desequilíbrio emocional dos seus primos, Ida terá de fazer uma escolha extremamente difícil.

POR LISBOA

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