O pão engorda? Como consome o pão e qual a influência no seu peso?

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Catarina Sofia Correia

Nutricionista Clínica Tejo Saúde, Parceira Fitness Hut - Grupo Viva Gym

Número de cédula: 2653NE

A alimentação e um estilo de vida saudável são temas muito discutidos nos dias de hoje. A procura da dieta ideal e dos alimentos milagrosos tem vindo a aumentar de tal forma que os alimentos que anteriormente eram a base para uma alimentação equilibrada se tornaram nos alimentos mais temíveis e a evitar por completo. É o caso do pão.

Mas afinal podemos comer pão? O pão engorda? Qual o melhor tipo de pão? Estas são questões muito frequentes em consulta que irei tentar desmistificar em poucas palavras.

Primeiro é importante referir que nenhum alimento, por si, engorda. O que potencia o processo de ganho de peso é a quantidade das porções ingeridas. Tudo o que é ingerido em demasia faz mal, até mesmo a água. No caso do pão, para além da quantidade ingerida diariamente também é importante ter em atenção o que se coloca no seu interior.

“Costumo comer pão com manteiga ou manteiga com pão?”. Faça esta questão a si próprio para ter uma noção daquilo que consome e em que quantidade o faz. Colocar pouca quantidade de manteiga ou até mesmo de azeite, uma fatia de queijo flamengo ou queijo fresco ou uma fatia de fiambre não faz mal a ninguém, antes pelo contrário. O pão faz parte da tríade de alimentos base da nossa dieta mediterrânica: pão, azeite e vinho. É uma excelente fonte de hidratos de carbono e de fibra e deve fazer parte de uma dieta equilibrada. Há, no entanto, situações em que a sua ingestão deve ser moderada nas pessoas que sintam a famosa “barriga inchada”, para aquelas que tenham algum tipo de intolerância alimentar aos cereais que constituem o pão ou para aquelas que tenham hipertensão (devendo optar pelos pães com baixo teor de sódio).

Quanto ao tipo de pão há realmente diferenças do ponto de vista nutricional que poderão fazer a diferença. Aquando da escolha entre um pão branco (mais refinado) e um pão escuro (farinhas de grãos integrais) é preferível optar pelo “mais escuro possível”. Atualmente existem inúmeras opções no mercado como o pão de farinha de alfarroba, de malte, de cereais ou até o habitual pão integral.

As principais diferenças são:

- Sensação de fome

Embora ambos os pães refinados e integrais tenham uma densidade energética (calorias) semelhante, o pão integral tem um menor índice glicémico, ou seja, os hidratos de carbono, por serem mais complexos, demoram mais tempo a serem absorvidos contendo assim mais saciante contribuindo para a regulação do peso corporal.

-Fibra

Os pães integrais são ricos em fibra. Esta influencia o peso corporal pelo seu contributo para o bom funcionamento do trânsito intestinal, diminuição dos níveis de glicose no sangue e redução dos níveis de colesterol.

- Bactérias do intestino

Os cereais integrais podem influenciar a regulação do peso corporal através de um efeito prebiótico que contribui para a saúde da microbiota intestinal. Os estudos realizados em humanos demonstram que uma dieta rica em cereais integrais é capaz de aumentar o número de bactérias benéficas no intestino.

- Perda de peso

Diversos estudos referem que a redução do pão branco, mas não do consumo de pão integral, dentro de um padrão alimentar de estilo mediterrâneo está associado a menores ganhos de peso e gordura abdominal.

Não há, portanto, qualquer razão para ter medo de comer aquele pão de manhã ao pequeno-almoço que lhe dá tanto prazer. Deve, sim, ter um equilíbrio na dieta, optar por fazer escolhas conscientes e adequadas e não se deixar influenciar por muitos mitos alimentares que estão ainda por desmistificar.

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