13 de fevereiro - Dia Internacional do Preservativo

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Pelo quarto ano consecutivo, o GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, irá assinalar o Dia Internacional do Preservativo com a inauguração da pintura da fachada de um edifício devoluto no bairro da Mouraria e com a distribuição de preservativos na cidade de Lisboa.
 
A iniciativa, a ter lugar na véspera do Dia dos Namorados, tem como objetivo promover o uso do preservativo como meio de prevenção da infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis e resulta de uma parceria entre o GAT e a AHF – AIDS Healthcare Foundation.
 
O uso consistente do preservativo contínua abaixo do necessário, quer entre a população geral, quer entre as populações chave na resposta à epidemia VIH, pelo que a promoção do uso do mesmo continua a ser uma prioridade. Por esse motivo, este ano decidimos marcar a data com a pintura de um mural pelo street artist Hibashira em conjunto com utentes do centro IN-Mouraria, um centro do GAT dirigido a pessoas que usam drogas.
 
A inauguração terá lugar às 11 horas nos números 81 e 83 da Calçada de Santo André, bairro da Mouraria. Posteriormente, haverá uma distribuição de preservativos pelo centro da cidade.
 
Este evento, focado na prevenção do VIH e IST, em práticas sexuais mais seguras e no uso do preservativo, será assinalado em 130 eventos em 31 países.

Refira-se que em 2015 o GAT foi considerado exemplo de boas práticas pela Organização Mundial de Saúde quando a OMS publicou as novas recomendações para o rastreio da infeção pelo VIH. Nelas se inclui informação e linhas orientadoras para o rastreio do VIH, promoção do teste e referenciação para tratamento e exemplos internacionais de boas práticas. Os centros comunitários CheckpointLX e IN-Mouraria são os únicos exemplos nacionais referidos pela Organização Mundial de Saúde, que os escolheu a nível mundial juntamente com outros onze centros e programas europeus (45 de todo o mundo).
 
Os dois centros foram implementados pela associação GAT, organização não-governamental fundada em 2001 e composta maioritariamente por pessoas que vivem com VIH, que ao longo dos anos tem desenvolvido atividades e projetos em torno do aumento da literacia, adesão aos tratamentos e envolvimento das pessoas que vivem com VIH e SIDA e hepatites virais – trabalho particularmente relevante sendo Portugal o terceiro país europeu com maior incidência da infeção por VIH.
 
As orientações sobre o rastreio do VIH revestem-se de especial importância uma vez que se estima que 54% das infeções não estão diagnosticadas. Anualmente, existem dois milhões de novas infeções pelo VIH em todo o mundo, estimando-se que 40% destas ocorram nas populações-chave (homens que têm sexo com homens, trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas por via injetada, pessoas trans e reclusos) [2] e outras populações vulneráveis como os migrantes oriundos de países de elevada prevalência. Tal deve-se em parte ao reduzido número de serviços adaptados às necessidades destas populações, ao estigma e à discriminação. Embora existam esforços no sentido de aumentar o acesso destas populações aos serviços de rastreio à infeção pelo VIH, os programas criados são de pequena dimensão e financiados de forma precária.
 
O CheckpointLX é um centro comunitário gerido por pares (homens que têm sexo com homens) onde são avaliadas as necessidades de saúde desta população e onde se promove, em conjunto com outros membros da comunidade, a melhoria do acesso a serviços de saúde sexual por parte desta população. O serviço é divulgado através de um trabalho de proximidade com a comunidade e em locais de socialização através de folhetos, posters e publicidade em sites e aplicações de telemóvel destinadas a esta população. Entre 2011 e fevereiro de 2015 foram realizados 8 311 testes rápidos à infeção pelo VIH, existindo uma taxa de 4% (n=296) de resultados reativos em homens que têm sexo com homens. 243 destes homens foram encaminhados para o Serviço Nacional de Saúde para realização de um teste confirmatório.
 
O IN-Mouraria (Migrantes e Pessoas que Usam Drogas) é reconhecido pelas suas intervenções de rastreio à infeção pelo VIH e pelos serviços de redução de danos dirigidas sobretudo a migrantes e pessoas que usam drogas. Os serviços são prestados de forma gratuita, sem necessidade de marcação prévia e sem ser necessário apresentar um documento identificativo. O rastreio é efetuado por profissionais treinados e a informação e acompanhamento no caso de um resultado reativo é efetuado por mediadores das comunidades. Também se efetuam rastreios a outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), incluindo hepatites B e C e sífilis. É elogiado o trabalho de proximidade com associações de migrantes e o envolvimento das próprias comunidades.

Caso necessitem de mais alguma informação, por favor não hesitem em contatar-nos. O Diretor Executivo do GAT, Ricardo Fernandes, está disponível para contato.

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