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Claudio Panunzio, Managing Partner da HipoGes: “Em 2021 assistiremos a uma maior consolidação e investimento em tecnologia e recursos por parte das plataformas de Asset Management”

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A pandemia da Covid-19 foi responsável por uma série de transformações em todos os setores da sociedade. Acelerou tendências, marcou novos horizontes e estabeleceu novas regras segundo uma única certeza: a capacidade de adaptação é a chave para sobreviver.

Os setores de dívida e Real Estate não são exceção. O exercício de 2020 “foi especialmente difícil para o setor de crédito e do imobiliário”, afirma Claudio Panunzio, Managing Partner do servicer de referência em Asset Management HipoGes Iberia.

Claudio Panunzio, Managing Partner da HipoGes Iberia

2020: Um mercado com menos volume

A evolução do mercado foi claramente afetada com a chegada da Covid-19. “O volume de transações e de compra e venda sofreram uma redução significativa ao longo do segundo e terceiro trimestres” afirma Panunzio que justifica a situação devido “primeiramente ao confinamento e posteriormente à chegada do verão.  E embora a recuperação no último trimestre “se tenha concretizado, não há dúvidas de que atingiu patamares inferiores ao inicialmente previsto, acrescenta o Managing Partner do grupo.

De acordo com Claudio Panunzio, “a continuidade do acesso ao financiamento bancário através da criação de linhas de crédito e o lay-off para empresas ajudaram consideravelmente a colocar um teto mínimo ao volume de transações. Por outro lado, assistiu-se à supreendente estabilização dos preços, e com variações muito limitadas, o que fez com que “muitos investidores apostassem, neste momento, por não reduzir as suas expectativas em relação aos preços, avança.

Todos estes fatores contribuíram para que pela primeira vez “desde o início deste ciclo, o volume de carteiras transacionadas se tenha reduzido muito e tanto investidores como plataformas tenham tido que dividir um bolo muito mais pequeno do que no passado.

 

Pressão para plataformas de Asset Management aumenta

Como estão as plataformas a ser afetadas por esta nova realidade? Panunzio explica que os servicers têm um desafio entre mãos, já que “esta situação está a gerar muita pressão nas plataformas, tanto ao nível da receita como na capacidade de crescimento, pontos fundamentais para poder continuar a oferecer aos seus colaboradores oportunidades de crescimento profissional, ter recursos para investir em tecnologia e processos, garantir um serviço de qualidade e cumprir as expectativas e os businesses plans dos seus próprios clientes.”

A capacidade de adaptação assume-se assim como o único caminho para conseguir competir e sobreviver neste mercado: “Sem dúvida, a partir de 2021 assistiremos a uma maior consolidação por parte das plataformas, assim como da necessidade de encontrar novas linhas de negócio, com novos serviços e produtos e com o desenvolvimento de novos mercados geográficos. Para a HipoGes isto é muito claro, sendo que a empresa está a atuar em concordância e a dedicar tanto recursos internos como capital para se adaptar a novos objetivos e cenários, como a situação exige”, assinala o Managing Partner Claudio Panunzio.

 

PLs, RPLs e build to rent: as novas estratégias para Asset Management em 2021

As fusões e aquisições a que o setor bancário tem vindo a assistir desde a crise de 2008, também vão afetar este mercado: “Em termos de negócio recorrente, enfrentamos também um mercado com um número cada vez mais limitado de entidades financeiras, tanto em Portugal como em Espanha, o que fará com que o número de operações nos segmentos de NPLs e REOs venha a sofrer uma redução”. 

No entanto, tudo aponta para que se venha a observar um interesse cada vez maior por parte de vários investidores em vender pequenos e médios pacotes de dívida no mercado secundário, com um duplo objetivo: “tanto para acelerar a performance que foi afetada pela Covid-19 como para poderem sair dos seus investimentos caso o foco na península mude”, explica Panunzio.

Além disso, novas tipologias de dívida também irão fazer mexer o mercado. “Os players vão focar-se muito em carteiras de empréstimos reestruturados e performing – PLs e RPLs –, que os bancos estão cada vez mais dispostos a vender, e em carteiras de imóveis para alugar para fazer frente à menor liquidez oferecida pelo produto imobiliário colocado à venda”, destaca Panunzio. Esta é já uma realidade para muitos promotores que “estão a passar de uma estratégia de negócio de build to sell para build to rent”

Claudio Panunzio destaca ainda que estamos perante um mercado “extremamente volátil”, onde aqueles que contam com maiores oportunidades serão “os que terão capacidade para adaptar-se à nova realidade e contar com uma base sólida, embora o futuro se avizinhe muito árduo para todos os participantes, tanto bancos, como servicers e investidores”.

Como em todos os aspetos da vida, também para os mercados a vacina e a evolução favorável da pandemia terão um papel chave. “Com os últimos avanços e se o país tiver a capacidade de cumprir com os objetivos logísticos de distribuição, podemos vir a deparar-nos com um cenário mais positivo”, termina Panunzio.

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