"O tempo, esse grande escultor" é o tema do V Ciclo de Concertos de Coimbra
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O tema do V Ciclo de Concertos de Coimbra, «O tempo, esse grande escultor», foi inspirado no título de um conjunto de ensaios diversos de Marguerite Yourcenar, cujo fio condutor é a passagem do tempo sobre os seres e as coisas e a beleza que dela pode ressumar. É precisamente esta ideia de erosão regeneradora e (re)criativa do tempo na arte que subjaz ao programa do V Ciclo de Concertos de Coimbra, organizado pela CulturXis, que se estende por três dias, entre 20 e 22 de março, em espaços diversos da cidade como o Museu Nacional Machado de Castro, a Igreja de Santa Cruz, Sé Velha, Sé Nova e Conservatório de Música.
«O tempo, esse grande escultor» é igualmente o mote para assinalar as efemérides 270 anos da morte de J.S. Bach, os 250 anos do nascimento de Beethoven, os 25 anos da morte de Miguel Torga, bem como os 800 anos dos Mártires de Marrocos e os 825 anos do nascimento de Santo António.
Será, assim, em tom de celebração de «lugares de memória» musicais (e também literários, dado que a literatura é afinal outra forma de música) e de constante diálogo com o presente que obras do passado irão ser revisitadas e recriadas por intérpretes de várias faixas etárias.
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A Igreja de Santa Cruz recebe o primeiro evento, um intenso momento de sensibilidade e de partilha, com o intuito de assinalar os 250 anos do nascimento de Ludwig Van Beethoven e o Jubileu dos 800 anos do Mártires de Marrocos e de Santo António, sepultados no Mosteiro de Santa Cruz. O programa deste recital levar-nos-á desde o classicismo do génio de Beethoven às elegantes melodias neoclássicas de Rachmaninoff, passando pelo lirismo romântico de Schubert, Grieg e Dvořák pelas mãos dos pianistas Adriano Jordão, Tiago Nunes e António Silva.
No dia 21, às 15:00, o duo Soni Clavium, constituído por Bárbara Serrano e Luís Arede, apresenta um concerto de piano a quatro mãos no Museu Nacional Machado de Castro, a que se segue, às 17:00, a atuação do organista João Santos, na Sé Velha, dois momentos com acesso gratuito.
No mesmo dia, às 21:30, no Conservatório de Música, realiza-se o espetáculo solidário "Os maestros também sabem tocar", uma iniciativa onde, por momentos, estes músicos trocam a batuta e o rigor da direção musical por outros instrumentos, com ingressos a cinco euros, a receita reverte para a Cáritas de Coimbra.
No dia 22, às 15:00, o músico de origem romena Titus Isfan interpreta guitarra clássica no Museu Machado de Castro, antes do recital de piano que no mesmo local, às 16:00, é apresentado por alunos do Conservatório Regional de Artes do Montijo e do Colégio São Teotónio, de Coimbra. A entrada é livre nos dois casos.
Às 17:00, a Sé Nova de Coimbra e o seu órgão recebem o mestre organista, Paulo Bernardino, para um recital num programa onde predominam compositores portugueses de diferentes eras.
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Na hora do adeus, às 18:30, o Conservatório de Música de Coimbra abre as suas portas para a última paragem da viagem musical e lírica deste Ciclo, reunindo em palco dois dos mais conceituados artistas portugueses: o ator António Capelo, no papel de diseur; e o Maestro António Victorino d’Almeida, ao piano, com "Improvisações sobre Miguel Torga" celebrando assim a obra do escritor e poeta.
A 5.ª edição do Ciclo de Concertos de Coimbra oferece um programa muito variado, destinado a toda a família, que encherá Coimbra de música e de poesia ao longo de todo um fim de semana, que se pretende tão mágico quanto memorável.
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