Ascensão e Campo de Víboras na Semana da Crítica do festival de Cannes

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As curtas metragens Ascensão, de Pedro Peralta, e Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira integram a 55ª edição da Semana da Crítica do Festival de Cannes, que decorre entre 12 e 20 de Maio, em França, onde serão exibidas em estreia internacional. Antes disso, estreiam mundialmente no IndieLisboa já no dia 28 de Abril (às 19h na sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge). Ascensão, de Pedro Peralta (Competição Nacional/Competição Internacional) narra a história de um grupo de camponeses que tenta resgatar o corpo de um rapaz de um poço. As mulheres velam em silêncio. Os homens resistem no limite das suas forças. No centro de todos eles: uma mãe aguarda o resgate do filho. Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira (Competição Nacional) acontece em Trás-os-Montes e acolhe uma história de mistério e más-línguas durante as festividades dos Caretos. Rodado e inspirado em histórias do concelho de Vimioso, é protagonizado por Ana Padrão, Ana Brito e Cunha e Simão Cayatte.

10 sessões de curtas metragens em competição internacional

A competição internacional de curtas metragens integra 49 filmes divididos em dez programas. Numa perspectiva de acompanhamento do crescimento dos realizadores que passam pelo IndieLisboa saúda-se o regresso de cineastas premiados no festival como Kiro Russo (Nueva Vida), vencedor do grande prémio de curta metragem em 2011, Filipe Abranches (Chatear-me-ia morrer tão joveeeeem...), prémio de melhor realizador português de curta metragem em 2009 e Réka Bucsi com o seu muito aguardado novo filme Love, depois de na edição de 2015 ter ganho a menção de melhor animação. Repetentes são também Maria Alché (Gulliver) e Pedro Peralta (Ascensão), enquanto que Leonor Teles e o seu filme militante Balada de um Batráquio e Mónica Lima (Viktoria), regressam ao IndieLisboa, mas pela primeira vez na competição Internacional. Destaque ainda para filmes que abordam e reflectem, com pontos de vista originais e audazes como só o cinema permite, sobre temáticas actuais e próximas como a questão dos refugiados que aguardam lentamente por uma nova vida em Tout le monde aime le bord de la mer, de Keina Espiñeira, os atentados em Paris em Nos champs de Baptiste Ribrault, o conflito norte coreano por The Reflection of Power de Mihai Grécu ou o perigo que se esconde atrás do anonimato dos comentários online em Rate Me de Fyzal Boulifa. Como a amplitude de temas e géneros é uma das constantes do festival existe também espaço para filmes que ousam provocar e nos divertem através do seu sarcasmo e ironia como os totós de Retarded 2 (Lucas Doméjean), a interpretação de Thunder Road de Bruce Springsteen durante um funeral em Thunder Road, de Jim Cummings, ou um filme feito com um loop infinito de John Travolta a cantar no filme Grease em Craving For Narrative de Max Grau. I got chills, they're multiplying And I'm losing control 'Cause the power, you're supplying It's electrifying!

Silvestre curtas - novas vozes e autores consagrados

São 23 curtas metragens que estreiam na secção, entre filmes de novas vozes autorais e grandes mestres. Nesta última categoria destaque para: a última curta de Jean Marie Straub (L’aquarium et la nation), na qual o realizador trabalha os pontos de contacto entre a imagem do aquário, um texto de Malraux e um excerto de Jean Renoir; o novo filme de Kevin Jerome Everson (Ears, Nose and Throat); o último trabalho de Mike Hoolboom (Scrapbook), revisitando um hospital psiquiátrico e a animação mais recente de Don Hertzfeldt (World of Tomorrow), nomeada aos óscares de 2016 para melhor curta de animação. Importantes também os regressos de Jan Soldat (Coming of Age), depois de no ano passado ter sido alvo do foco desta secção, de André Novais Oliveira (Quintal), com um filme surpreendente sobre a pornografia, um buraco negro e os mundos paralelos e de Antoinette Zwirchmayr (Josef – Täterprofil Meines Vaters), com o segundo tomo da sua investigação familiar. A não perder ainda: o universo pop - de Lorde a Louie C.K. - em Dear Lorde, de Emily Vey Duke e Cooper Battersby; a homenagem de um filho à sua mãe, em Elle pis son char, de Loïc Darses; e um dos mais enigmáticos filmes de animação, onde tudo é posto em causa, Unhappy Happy de Peter Millard.

O IndieLisboa 2016 by Allianz é organizado pela IndieLisboa - Associação Cultural, com o apoio financeiro do Ministério da Cultura/ICA - Instituto do Cinema e do Audiovisual, da CML - Câmara Municipal de Lisboa, do Programa Creative Europe da União Europeia e da Allianz; em co-produção com a Culturgest e o Cinema São Jorge e em parceria estratégica com a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, EEM.

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