IndieLisboa 2015

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De que forma é que Catarina Mourão e Margarida Leitão se projectam nas suas histórias, revelando uma intimidade ao mesmo tempo subtil e desconcertante? Se em A Toca do Lobo, Catarina Mourão prefere partir da sua própria história (a da sua família), para depois se ausentar e dar lugar a outras personagens - a mãe, o avô – Margarida Leitão parte precisamente da presença da avó para depois revelar o seu conflito com o mundo. Tão diferentes, estas duas primeiras longas metragens da Competição Nacional aproximam-se no que é essencial: a forma como o eu vive e enfrenta o mundo e a história que lhe foi aleatoriamente atribuída - em dois brilhantes exorcismos cinematográficos. Gipsofila estreia hoje, às 21h30 no Grande Auditório da Culturgest e A Toca do Lobo amanhã, dia 28, às 21h30, também no Grande Auditório da Culturgest.

A Competição Nacional, que integra vinte filme (dezasseis em formato curto e quatro em formato longo), arranca hoje no Cinema São Jorge. A primeira sessão é composta por quatro obras: Para Lá do Marão, de José Manuel Fernandes, Iec Long, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, Outubro Acabou, de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman e Aula de Condução, de André Santos e Marco Leão. Uma observação a quatro tempos. Primeiro, de uma população em extinção e uma terra que desaparece no tempo, depois o cinema como resgate das memórias de Macau (uma viagem que continua, para a dupla de realizadores), até chegarmos – em Outubro Acabou – ao tempo da infância, também ele cheio de memórias. A fechar, uma aula de condução que serve de abrigo ao amor. Esta sessão acontece no Cinema São Jorge, hoje às 19h, na sala Manoel de Oliveira.

Amanhã, dia 28, a segunda sessão de curtas metragens integra também quatro filmes - três ficções e um documentário cuja força reside na singularidade das suas personagens e histórias: Lei da Gravidade, de Tiago Rosa-Rosso, O Rebocador, de Jorge Cramez, A Trama e o Círculo, de Francisco Queimadela e Mariana Caló e Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Começamos por brincar com o cinema português para partir para a sua desconstrução, é importante olhar para a arte com sentido de humor e Tiago Rosa-Rosso fá-lo com elegância. De seguida, Jorge Cramez não abandona o seu território noir, para nos levar numa viagem num reboque, com um condutor que tem memórias para partilhar, algumas das quais não queremos ouvir. A fronteira de A Trama e o Círculo é uma que desconhecemos, até a passar, e onde queremos permanecer. A fechar a sessão Manuel Mozos a mostrar-nos Isabel Ruth como Dulce Maria Cardoso - e da fusão entre a literatura e o cinema nasce a magia. Para ver no Cinema São Jorge, sala Manoel de Oliveira, às 19h.
 

Projecção de imprensa

Force majeure, Ruben Östlund
30 de Abril, 10h30, Cinema City Alvalade

O IndieLisboa 2015 é organizado pela IndieLisboa - Associação Cultural, com o apoio financeiro do Secretário de Estado da Cultura/ICA - Instituto do Cinema e do Audiovisual, da CML - Câmara Municipal de Lisboa, do Programa MEDIA, da União Europeia e da Allianz Portugal; em co-produção com a Culturgest e o Cinema São Jorge e em parceria estratégica com a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, EEM.

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