INESC TEC apoia o desenvolvimento de novos conceitos e modelos de negócio para melhorar a contratação de desempenho energético
Modelos podem ser aplicados a edifícios residenciais e não residenciais
INESC TEC apoia o desenvolvimento de novos conceitos e modelos de negócio para melhorar a contratação de desempenho energético
Tornar os edifícios mais eficientes em termos energéticos, introduzindo a flexibilidade, reduzindo as emissões de CO2, envolvendo proprietários de edifícios, fornecedores de energia e investidores, através de um modelo de contratação de desempenho energético focado em edifícios inteligentes foi o principal objetivo do projeto europeu AmBIENCe, que contou com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) como parceiro. Como? Através do desenvolvimento e disponibilização de um conjunto de recursos que facilitam o processo de contratação de desempenho energético, dando resposta à demanda e apoiando a captação de energia de fontes renováveis, garantindo, assim, uma maior eficiência e a redução de emissões, com menos custos associados.
O projeto AmBIENCe inovou em termos de contratação de desempenho energético: o grande objetivo do projeto foi a redução de emissões de CO2 dos edifícios, introduzindo a utilização flexível de diferentes recursos energéticos em termos de eletrificação e resposta à demanda.
A partir desta ideia, surgiu o conceito AEPC - Active building Energy Performance Contracting (em português, Contratação Ativa de Desempenho Energético em Edifícios). "Ao longo do projeto, combinando a contratação de desempenho energético e a resposta à demanda, fomos desenvolvendo o conceito de AEPC, que possibilita novos serviços, modelos de negócios e atores. Além disso, o conceito AEPC aplica-se a diferentes tipos de edifícios, nomeadamente, residenciais, instituições de ensino, escritórios, entre outros. Este conceito pode também servir clusters de edifícios, seguindo o conceito de comunidades energéticas locais", explica Annick Vastiau, responsável de projetos na VITO/EnergyVille e coordenadora do projeto.
De acordo com Annick Vastiau, para demonstrar a aplicabilidade do conceito foram elaborados modelos de negócio que se adaptam a diferentes tipos de edifício, independentemente da finalidade ou do financiamento. "Estes modelos visam potenciar a contratação de desempenho energético, apresentando soluções para diferentes realidades, em termos de tipologia de edifício, e para os diferentes atores envolvidos, sejam eles proprietários, fornecedores de energia ou agregadores Esta abordagem visa apoiar a elaboração de contratos”.
Entre os principais resultados do projeto AmBIENCe destacam-se os testes onde foram aplicados o conceito e os modelos de negócio AEPC, bem como o desenvolvimento do contrato de AEPC junto de dois edifícios-piloto: um edifício de escritórios em Portugal e um edifício residencial na Bélgica.
Para facilitar o processo de decisão quanto à contratação, o consórcio desenvolveu ainda uma prova de conceito para uma plataforma de simulação que, entre outras finalidades, calcula os custos de energia com base em cenários reais, apresentando a melhor opção para proprietários, empresas de energia e investidores. Além disso, foi desenvolvida uma base de dados de edifícios europeus, bem como uma metodologia para criar cenários sobre o sistema energético até 2050, permitindo calcular o impacto da adoção do controlo ativo.
O conceito, metodologia e resultados do projeto são apresentados numa série de vídeos – AmBIENCe Academy – produzida pelo consórcio, disponível no website do projeto.
De acordo com o investigador do INESC TEC Tiago André Soares, o Instituto contribuiu “para o desenvolvimento de modelos de negócio AEPC, considerando o tipo de edifício, finalidade, financiamento e propriedade". Além disso, o INESC TEC apoiou "o desenvolvimento da tradicional contratação de desempenho energético, incorporando medidas que aliam a eficiência energética, a introdução de energias renováveis ??e programas de resposta à procura”, afirma.
“Durante o projeto, o conceito e os modelos de negócios AEPC foram testados em dois pilotos, juntamente com o desenho de um contrato AEPC para os referidos pilotos. Acreditamos que a implementação da abordagem AEPC irá contribuir para os Edifícios com Zero Emissões. Combinar a eletrificação e resposta à demanda, apoiando a captação de energia de fontes renováveis, garante uma maior eficiência e a redução de emissões, com menos custos associados", conclui Annick Vastiau.
Sobre o projeto AmBIENCe:
O projeto AmBIENCe - Active Managed Buildings with Energy Performance Contracting, financiado pelo programa H2020 da Comissão Europeia, contou com oito parceiros: Vito/EnergyVille (líder do projeto), BPIE e Energinvest, da Bélgica; ENEA, de Itália; IK4, de Espanha e INESC TEC e EDP CNET, de Portugal. Todos os resultados do projeto estão disponíveis aqui.
O INESC TEC é uma instituição privada sem fins lucrativos dedicada a atividades de investigação científica e desenvolvimento tecnológico, transferência de tecnologia, consultoria avançada e formação, e pré-incubação de novas empresas de base tecnológica. Presente em seis locais nas cidades do Porto (sede), Braga e Vila Real, e com mais de 700 investigadores, o INESC TEC centra-se na promoção do conhecimento ubíquo nas suas áreas de aplicação, criando paradigmas e aplicações digitais. O INESC TEC procura também reforçar o seu papel de parceiro C&T nas políticas públicas, sendo as competências do Instituto vitais para as principais prioridades Digitais e Ambientais a nível europeu e nacional, nomeadamente: Indústria e Manufatura; Sistemas Energéticos Sustentáveis; Mar; Agroalimentar; Florestal e Biodiversidade; Saúde; Sistemas Ciber-Físicos e Métodos Avançados de Computação e Comunicação.
Porto, 07 de outubro de 2022
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