Nova plataforma de notícias portuguesa recebe prémio no valor de 10 mil euros

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‘Conta-me Histórias” recebeu Prémio Arquivo.pt que foi entregue no Encontro Ciência 2018 ontem, 3 de julho
 
Chama-se “Conta-me Histórias” a nova plataforma portuguesa agregadora de notícias que acaba de ser premiada com 10 mil euros pela obtenção do primeiro lugar no âmbito dos prémios Arquivo.pt 2018. A entrega decorreu ontem, dia 3 de julho, ao final da tarde, no Encontro Ciência 2018, na sessão plenária “Novas fronteiras da era digital na Europa e no Mundo”, que contou com a presença do Comissário para a Investigação, Ciência e Inovação da Comissão Europeia, Carlos Moedas.

Lançados pela primeira vez este ano, os prémios Arquivo.pt têm como objetivo galardoar trabalhos científicos inovadores que utilizem a informação preservada pelo Arquivo.pt, uma infraestrutura de investigação pública que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. Nesta primeira edição, que contou com 27 participantes, o prémio foi para o projeto ‘Conta-me Histórias”, uma tecnologia web que que proporciona ao utilizador criar uma narrativa temporal sobre qualquer assunto a partir de notícias arquivadas no Arquivo.pt. A tecnologia foi desenvolvida por quatro investigadores do Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD) do INESC TEC e um da Universidade de Kyoto.

Uma versão experimental (beta) da plataforma está disponível em http://contamehistorias.inesctec.pt/arquivopt/, onde o utilizador pode pesquisar livremente sobre qualquer tema e ainda executar alguns exemplos pré-definidos.  Como forma de garantir a pluralidade e diversidade de fontes de informação, o ‘Conta-me Histórias’ utiliza 24 fontes de notícias eletrónicas, entre jornais e portais nacionais.

Os resultados obtidos podem ser explorados com recurso a uma linha de tempo que permite ao utilizador navegar entre os diferentes períodos temporais, e dessa forma obter informação contextualizada sobre um determinado assunto.

Quanto às áreas de aplicação e potenciais beneficiários, Ricardo Campos, investigador do LIAAD do INESC TEC e docente no Instituto Politécnico de Tomar, refere que “tratando-se de uma ferramenta assente em notícias, esta aplicação pode ser do interesse de qualquer utilizador, desde jornalistas que pretendam ter rapidamente acesso a um conjunto contextualizado de informação, a políticos ou assessores que queiram ter acesso às eventuais contradições que um determinado oponente emitiu sobre um qualquer assunto ou até mesmo a estudantes interessados em obter informação detalhada e histórica sobre um determinado tópico. No fundo, qualquer utilizador interessado em entender rapidamente quais os principais atores de um evento, as suas relações, motivações, e trajetórias no tempo, sem necessidade de proceder à leitura integral das fontes de dados”.

Entre os fatores que motivaram o aparecimento deste projeto estão o aumento no número de publicações e consequente aumento do volume de dados (big data), que torna praticamente impossível ao cidadão comum entender o enredo de uma notícia ao longo do tempo sem recurso a ferramentas auxiliares. Neste contexto, o investigador do INESC TEC acredita que o ‘Conta-me Histórias’ é um importante contributo para uma democracia mais transparente, reforçando um acesso livre e democrático à informação, assente em fatos e tendencialmente livre de filtros ao fazer uso de diversas fontes jornalísticas.

A plataforma foi desenvolvida por Ricardo Campos investigador do LIAAD do INESC TEC e docente do Instituto Politécnico de Tomar, Arian Pasquali e Vitor Mangaravite, também investigadores do LIAAD do INESC TEC, Alípio Jorge, coordenador do LIAAD do INESC TEC e docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e Adam Jatwot docente da Universidade de Kyoto.

“O nome ‘Conta-me Histórias’ é uma homenagem à música dos Xutos & Pontapés de mesmo nome, com o intuito de retratar um dos objetivos do projeto, ou seja, o de quereremos contar histórias ao utilizador, que, tal como diz a música, sejam relativas a algo que este não viu ou do qual não se recorda.”, termina Ricardo Campos.

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