Tecnologia portuguesa no pódio de Prémio Europeu de Inovação

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Com solução para fertilização de precisão, INESC TEC garante o terceiro lugar nos EARTO Innovation Awards e é o único instituto de I&D português entre os vencedores


MyNPK é uma solução de fotónica inteligente, que combina espectroscopia e Inteligência Artificial, para quantificar azoto, fósforo e potássio (NPK) em fertilizantes líquidos - in situ e em tempo real. A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e permite gerir e otimizar a utilização de fertilizante mediante as necessidades nutricionais da planta. O objetivo? Melhorar a produção, reduzir o desperdício de fertilizantes e a sua consequente reutilização, minimizar o consumo de água e o impacto ambiental. Foi com esta tecnologia que o INESC TEC venceu o terceiro lugar do Prémio de Inovação atribuído pela Associação Europeia EARTO (Associação Europeia de Organizações de Investigação e Tecnologia).
 
O INESC TEC é a única entidade portuguesa entre os vencedores da edição de 2023 dos EARTO Innovation Awards. O Instituto alcançou o terceiro lugar na categoria “Impact Expected” – uma categoria que visa distinguir soluções com elevado potencial de impacto na sociedade e transferência tecnológica para o mercado - com a MyNPK – Precision fertilization sensing technology. “A fertilização de precisão é um processo que envolve o uso de tecnologias avançadas e análise de dados, de forma a aplicar, a uma determinada cultura, a quantidade certa de nutrientes no momento certo, tendo em consideração as necessidades específicas daquela cultura”, avança Rui Costa Martins, investigador principal do projeto no INESC TEC.
 
Esta abordagem visa, conforme explica o investigador, melhorar o rendimento das colheitas, reduzir o desperdício de fertilizantes e minimizar o impacto ambiental. É neste contexto que surge a MyNPK. “Desenvolvemos uma tecnologia de fotónica inteligente inovadora, capaz de quantificar NPK, isto é, azoto, fósforo e potássio, em fertilizantes líquidos, in situ e em tempo real, usando espectroscopia UV-Vis e Inteligência Artificial”, descreve Rui Costa Martins, acrescentando que se trata de um sistema concebido para aplicar em métodos como hidroponia e fertirrigação - estando também em desenvolvimento para solos e fertilizantes orgânicos, assim como medição de absorção nutricional pela planta.
 
A tecnologia, já em fase de testes em hidroponia e protegida por patentes em vários países, distingue-se de soluções atualmente utilizadas, ao permitir a quantificação NPK no local de cultivo, sem recurso a reagentes – isto porque com os métodos atuais a quantificação tem de ser realizada em laboratório, com amostras composicionais complexas. “A nossa solução usa inferência de rede química para determinar a especificação de NPK e otimizar o fluxo de nutrientes de acordo com a fisiologia e absorção da planta, maximizando a produtividade e o uso de fertilizantes. O objetivo é tornar a produção de alimentos eficiente, resiliente, e sustentável devido ao impacto reduzido sobre o ambiente e qualidade da água”, conclui o investigador.
 
A cerimónia de entrega de prémios decorreu em Bruxelas, no dia 11 de outubro. Criados em 2009, os Prémios de Inovação EARTO visam distinguir membros da EARTO – uma associação europeia de organizações ligadas à ciência e à tecnologia, que o INESC TEC integra, destacando contribuições inovadoras, com elevado impacto social através de duas categorias: “Impact Delivered” e “Impact Expected”. A Associação EARTO integra mais de 350 membros de mais de 30 países.   



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