Empresas de Tecnologia: os 5 riscos a enfrentar perante despedimentos
- Os despedimentos, principalmente os coletivos, trazem alguns riscos importantes aos quais as empresas devem estar atentas.
- Infidelidade dos colaboradores, difamação ou abuso dos direitos de propriedade intelectual do funcionário são alguns desses riscos.
Nas últimas semanas, o setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) tem sido um dos principais protagonistas e o motivo é a onda sem precedentes de despedimentos que gigantes tecnológicos como Google, Microsoft ou Meta estão a fazer, afetando dezenas de milhares de funcionários. A verdade é que as consequências de um despedimento podem alcançar dimensões significativas, tanto para o trabalhador como para a empresa, sobretudo quando se trata de despedimentos coletivos desta dimensão. Por isso, a Hiscox quis recordar alguns dos principais riscos que as empresas de TIC podem enfrentar após o despedimento de colaboradores e contra os quais devem estar protegidas.
- Ex-funcionários desleais
Quando um funcionário deixa de o ser por despedimento, ou por baixa/licença voluntária, a situação às vezes pode tornar-se complicada e não terminar da melhor maneira para nenhuma das partes. Um caso conhecido é o do fundador da empresa de TIC Esselar, que, depois de deixá-la, planeou, com meses de antecedência, uma vingança para a véspera de uma apresentação a um importante cliente da empresa, que consistia em hackear os telemóveis de cerca de 900 funcionários do cliente, apagando todas as suas informações. Esta situação culminou com o fim das relações entre as duas empresas, ações judiciais, danos reputacionais, obrigando também a uma mudança de imagem e marca.
- Difamações
A insatisfação pode levar ex-funcionários a difundirem informações caluniosas junto de alguns meios de comunicação ou nas redes sociais. Essas calúnias podem afetar diretamente a sua imagem e reputação e, por sua vez, dependendo da gravidade das denúncias, resultar em prejuízos económicos. Mas também pode acontecer que a própria empresa seja acusada de difamação por um terceiro, pelo que a empresa deve proteger-se contra esta possibilidade.
- Fugas e roubo de dados
Não são raras as situações em que um funcionário, ao ser despedido, decida levar algum tipo de objeto da empresa sem notificá-la. Mas, às vezes, o furto pode ir além de algo relacionado com bens materiais. Um colaborador com acesso a dados ou documentos confidenciais, além de poder retirá-los sem autorização e privar a empresa dos mesmos, também pode fornecê-los à concorrência, com as consequências que isso pode acarretar. Este caso específico é um perigo muito real no setor de TIC, pois, segundo dados da Gesprodat (consultora espanhola), 77% das empresas sofreram pelo menos uma tentativa de roubo de dados sensíveis por parte dos funcionários.
- Violação dos direitos de propriedade intelectual
As empresas não só podem despedir um funcionário, como podem contratar algum funcionário que tenha sido despedido de uma outra empresa. Em forma de vingança, esse funcionário pode utilizar na nova empresa alguma propriedade intelectual da antiga empresa, como um código-fonte de um software proprietário. Neste tipo de caso, não só se infringe o contrato relativo à sua utilização, prejudicando a empresa, como também se violam os direitos de propriedade intelectual, pelo que as consequências são graves.
- Atrasos na execução de projetos ou cumprimento de prazos
Um trabalhador é demitido, mas o que acontece ao projeto que ele pode deixar inacabado? Pode acontecer que, nesta situação, os prazos de entrega previstos de um projeto não sejam cumpridos, ou este seja executado de forma que não se atinjam os objetivos previamente definidos, acarretando um prejuízo económico para o cliente que contratou os serviços da empresa de tecnologia. A situação, que na verdade é um incumprimento involuntário do contrato, pode traduzir-se em prejuízos económicos para a própria empresa decorrentes de uma ação judicial.
“O futuro e a boa saúde financeira das empresas tecnológicas também depende, em parte, da proteção que as mesmas disponham para cenários de litígio, nomeadamente em situações mais complexas onde possam vir a ser demandadas judicialmente e a ter de fazer face a pesadas indemnizações. No mercado segurador, seguradoras como a Hiscox dispõem há vários anos de soluções específicas para as empresas tecnológicas, de modo que estas se possam proteger contra o risco financeiro que possa advir de eventuais reclamações de terceiros,” refere Ricardo Azevedo, Diretor Técnico da Innovarisk, representante da Hiscox em Portugal.
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