Vendas no mercado online de arte aumentam 6% em 2022, para US$ 10,8 mil milhões

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  • A quarentena aumenta o valor estimado do mercado em cerca de US$ 5,4 mil milhões
  • No entanto, 30% dos compradores pensam comprar menos obras de arte online nos próximos 12 meses

 

As vendas online de obras de arte e colecionáveis cresceram 6% em 2022, gerando um valor estimado de US$ 10,8 mil milhões. Após dois anos de um crescimento sem precedentes, este regressou aos níveis pré-pandémicos de aumentos de um dígito.

 

A décima edição do estudo anual Hiscox Online Art Trade Report 2023, sobre o mercado online de arte, sugere que a pandemia deu um impulso de US$ 5,4 mil milhões às vendas anuais do mercado online de arte. Se o crescimento tivesse continuado a sua trajetória pré-pandémica (4% de crescimento anual), as vendas para 2022 teriam sido cerca de metade dos níveis atuais.

À medida que o mercado volta a um ritmo mais lento e estável, também se prepara para tempos mais difíceis, com 30% dos colecionadores prevendo reduzir as suas compras online nos próximos 12 meses, como resultado da redução do seu rendimento disponível. Pouco mais de um quarto (26%) dos novos compradores de arte disseram que provavelmente comprariam arte em 2023 (contra cerca de 57% em 2022). Esta percentagem cai para 18% no caso dos colecionadores mais jovens (abaixo dos 44% de 2022).

De acordo com Rui Ferraz, Diretor Comercial da Innovarisk, representante da Hiscox em Portugal, “a pandemia de Covid-19 foi o abre-latas que fazia falta a um mercado incipiente até 2019. O facto de estarmos isolados nas nossas casas, afastados fisicamente de galerias, leiloeiras ou museus, assim como a necessidade destes, e dos artistas, de colocar as suas obras junto dos colecionadores, fez ultrapassar as barreiras psicológicas ao comércio online de arte e objetos de coleção. O aumento da segurança destas transações, assim como da confiança dos clientes, resultou na duplicação em dois anos do valor do mercado. Apesar de sabermos que este crescimento era insustentável no longo prazo, as consequências destes dois anos sentir-se-ão por muito tempo. Já nos acostumámos a esta nova forma de colecionar.

O setor online de arte, como tantos outros, está agora a enfrentar um período potencialmente difícil, como resultado da redução da liquidez dos seus compradores. Ainda é cedo para percebermos todo o impacto da inflação, e da lenta retoma económica, nos seus números, mas já se nota alguma desaceleração.”

O estudo de 2023 também analisou as preocupações com a sustentabilidade da compra online de arte, tais como a pegada de carbono do transporte das peças. Apenas 19% disseram estarem preocupados com o impacto ambiental das suas transações, sendo que a maioria (54%) expressou pouca ou nenhuma preocupação com o tema.

 

Principais conclusões:

  • Vendas online cresceram em 2022, mas mais lentamente – as vendas são estimadas em US$ 10,8 mil milhões, um aumento de cerca de 6% em relação aos US$ 10,2 mil milhões de 2021, e representando 15,9% de todas as vendas de arte.
  • Impulso significativo – dois anos de crescimento acelerado aumentam o valor do mercado de arte online em cerca de US$ 5,4 mil milhões.
  • Impacto do nervosismo económico - 30% dos compradores online preveem reduzir as suas compras de arte durante este ano. Apenas 18% dos colecionadores online mais jovens planeiam fazer uma compra nos próximos 12 meses, o que representa uma redução dos 44% de 2022. Um quarto (26%) dos novos compradores de arte disseram que provavelmente comprariam arte durante este ano, em comparação com 57% em 2022.
  • Queda das vendas de leilões exclusivamente online - as vendas de leilões exclusivamente online na Christie's, Sotheby's e Phillips caíram 35% (para US$ 898 milhões, dos US$ 1,32 mil milhões em 2021). Mas mais compradores de arte (44%) disseram ter comprado online em galerias e leiloeiras tradicionais nos últimos 12 meses, contra 35% no ano anterior.
  • Propriedade fracionada de arte mostra potencial - embora apenas 9% dos compradores de arte tenham investido em propriedade fracionada no ano passado, 61% disseram que provavelmente o farão nos próximos 12 meses, percentagem essa que chega aos 78% para colecionadores mais jovens.
  • Pouca preocupação com a pegada de carbono - 54% dos compradores online de arte expressam pouca ou nenhuma preocupação com o impacto ambiental da compra de arte online. Menos de um terço (32%) disse estar disposto a pagar mais por uma forma mais sustentável de comprar arte online.
  • Confiança e confiança melhoram - 51% dos compradores de arte disseram que sua confiança e interesse em comprar arte online aumentaram durante a pandemia.
  • Provável maior consolidação no setor - 71% das plataformas online inquiridas disseram prever mais fusões e aquisições nos próximos 12 meses, em comparação com 64% que tiveram a mesma opinião em 2021.
  • NFTs falham com os colecionadores tradicionais - os NFTs não descolaram entre os compradores de arte. Um em cada cinco (20%) disse ter comprado um NFT, valor praticamente inalterado em relação ao ano passado (19%). Ainda menos (12%) pensam comprar um NFT nos próximos 12 meses (abaixo dos 27% em 2022).

 

O estudo de 2023 reporta as tendências de 10 anos e mostra que o mercado de compra de arte digital cresceu durante esse período. Com vendas agora cinco vezes maiores do que em 2012 (de US$ 1,6 mil milhões em 2012 para US$ 10,8 mil milhões em 2022), a percentagem de colecionadores que compram online também aumentou (de 38% para 78% no período de 10 anos).

 

Para mais informações, o estudo completo encontra-se disponível em https://www.hiscox.co.uk/online-art-trade-report.

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