Estudo evidencia gaps de perceção vs realidade dos portugueses em tempos de pandemia
- Existe uma diferença substancial entre a perceção e a realidade em temas como a taxa de desemprego e o número de divórcios em Portugal.
- A taxa de desemprego não está tão alta quanto os indivíduos pensam - 17%. Na realidade está nos 6,8%.
- A percentagem de divórcios não é tão baixa quanto os entrevistados creem - 36%. Na realidade é 61,4%.
- Os dados das perceções foram contrastados com os dados oficiais do INE.
“Covid-19: Perceções vs Realidade” é o nome do estudo desenvolvido pela Ipsos APEME e o Prémio Cinco Estrelas que durante o mês de março avaliou o quão certos ou errados estão os portugueses sobre um leque variado de temas, tais como questões demográficas, socioeconómicas, ambientais, de consumo, além das contextuais relativas à pandemia. A taxa de desemprego e o número de divórcios são dois dos temas que os portugueses não dominam, em contraste com todos aqueles relacionados à Covid-19.
Após um ano de pandemia, o estudo pretendeu avaliar qual o nível de conhecimento da realidade dos portugueses. Foi assim identificada uma diferença substancial entre a perceção e a realidade em temas como a taxa de desemprego e o número de divórcios em Portugal. Na realidade, a taxa de desemprego em Portugal não está tão alta quanto os indivíduos pensam (Real: 6,8% vs Estimativa declarada: 17% | Gap de +10,2 p.p. face ao real) e a percentagem de divórcios não é tão baixa quanto os entrevistados creem (Real: 61,4% vs Estimativa declarada: 36% | Gap de -25,4 p.p. face ao real).
Quanto ao número de nascimentos, foi detetada alguma incerteza. Apesar de 45% acreditar que a taxa de natalidade diminuiu, em linha com a tendência real (- 1.908 nascimentos em 2020 face 2019), mais de 48% acredita que o número de nascimentos aumentou ou manteve-se igual. Cerca de metade têm assim uma perceção errónea.
Por outro lado, possivelmente influenciados pela maior presença do digital, um grande número sobrestima o aumento do volume de compras online (Real: aumento de 37% vs Estimativa declarada: aumento de 59% | Gap de +22 p.p. face ao real). O tipo de produtos e serviços mais comprados regista igualmente uma perceção errada, com os entrevistados a declarar que que os produtos e serviços mais comprados online foram as Compras de supermercado (37%) e as Refeições - takeaway, entrega ao domicílio (30%), quando na verdade, segundo dados do INE, a roupa, calçado e acessórios foram os produtos e serviços mais encomendados.
No entanto, em alguns temas, a perceção está próxima da realidade, tendo a amostra um excelente conhecimento de quantos somos e qual o ordenado mínimo nacional em Portugal. A par da realidade, destaca-se também a compreensão dos entrevistados relativamente ao comércio automóvel, hábitos de reciclagem e setor imobiliário. Em temas particularmente relacionados com a pandemia Covid-19 apresentam um forte conhecimento, aproximando-se dos dados reais.
O estudo “Covid-19: Perceções vs Realidade” foi realizado entre os dias 26 de fevereiro e 10 de março de 2021, a indivíduos com idades entre os 20 e os 75 anos, residentes em Portugal e com acesso à internet. Foram realizadas 600 entrevistas online, tendo sido consideradas, para a efeitos de recolha e representatividade, quotas de sexo e idade, em linha com a distribuição nacional.
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