As compras voltaram à rua: 66 novas lojas abrem nos principais destinos de comércio de rua em Lisboa nos dois últimos anos
LISBOA, 7 outubro 2014 – Lisboa está na moda e o comércio de rua também voltou a estar, depois de anos afastado dos roteiros de compras dos portugueses e dos planos de expansão dos retalhistas. Este formato é atualmente uma alternativa de retalho em consolidação na capital, beneficiando do crescimento do número de turistas, da mudança de hábitos de consumo dos portugueses e também da alteração de 2012 à lei do arrendamento. Este é ponto de partida para o mais recente estudo da JLL sobre este segmento, o “Lisbon Street Shopping – A Afirmação do Comércio de Rua em Lisboa”, que contabiliza um total de 66 novas lojas inauguradas nos 5 principais destinos de compras da cidade ao longo de 2013 e 2014[1], um número que duplica para as 122 lojas se recuarmos a 2010.
Estes destinos incluem a avenida da Liberdade, rua Castilho, Chiado, Baixa e o Príncipe Real, os quais se concentram no centro histórico e têm posicionamentos distintos na oferta de produtos e marcas de acordo com diferentes perfis de consumidor. Neste estudo, a JLL apresenta uma análise detalhada de cada um destes clusters, com informação de absorção, tenant mix, disponibilidade e rendas, indicadores nunca antes apurados para este mercado.
“Basta passear por Lisboa para descobrir as diferenças em relação a alguns anos atrás. Novas marcas, novos conceitos, lojas renovadas, restaurantes e muitas esplanadas são a face mais visível de uma cidade em transformação”, começa por explicar Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL Portugal. “E não são apenas as marcas internacionais que escolhem a ruas de Lisboa para abrir lojas, são também vários os exemplos de empreendedorismo português, com conceitos inovadores, bem posicionados, design atrativo, marketing diferenciador e que apostam muito na criação nacional”, comenta ainda.
“O comércio da cidade de Lisboa está já a posicionar-se como um comércio de grande qualidade e diversidade em várias vertentes, uma imagem de marca que está a crescer internacionalmente”, diz Graça Fonseca, Vereadora Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, acrescentando que “as dinâmicas que podemos observar na cidade permitem-nos ser bastante otimistas quanto ao futuro do comércio local, porque nos demonstram que os nossos empresários estão a ser capazes de enfrentar os desafios atuais”.
De acordo com a JLL, o comércio de rua assume-se cada vez mais como uma localização estratégica e um canal de expansão para operadores nacionais e internacionais e Lisboa encontra-se atualmente em 19º lugar na lista de cidades europeias com maior presença de marcas internacionais, à frente de outras capitais como Dublin, Bruxelas ou Budapeste. Já no segmento de luxo, a capital portuguesa é 22ª cidade europeia com mais marcas de luxo.
A comprová-lo está o dinamismo da Avenida da Liberdade, a principal artéria de Lisboa, que emergiu nos últimos anos como um dos principais destinos de compras de rua na capital, com um posicionamento inequívoco no segmento de luxo. Do total das 66 lojas inauguradas em 2013 e 2014 em Lisboa, 31,8% (21 unidades) localizam-se nesta avenida, na qual a renda prime[2] é atualmente de 75 euros/m²/mês.
Quase como extensão da avenida da Liberdade, a Rua Castilho, por seu turno, tem vindo a posicionar-se no segmento premium, especialmente junto do público feminino. Em 2013 e 2014, foram 5 as novas lojas a nascer nesta rua, a qual tem uma renda prime de 45 euros/m²/mês
O Chiado é outra zona comercial consolidada, sendo o destino de compras mais trendy, fashion e cosmopolita da capital. Esta zona, que foi a primeira a apostar na revitalização do comércio de rua, lidera em 2013 e 2014 as aberturas, recebendo 22 lojas (33,3% do total) e apresentando a renda prime mais elevada de Lisboa, na ordem dos 95 euros/m²/mês.
Na vizinhança do Chiado, a Baixa, outrora o epicentro do comércio em Lisboa, tem vindo a ganhar vida aos poucos e aposta num target mass market com forte vocação turística. Esta área registou o mesmo ritmo de inaugurações que a rua Castilho ao longo do ano passado e deste ano, com 5 insígnias a abrir aqui portas. A renda prime situa-se nos 55 euros/m²/mês.
O Príncipe Real foi outra zona considerada pela JLL neste estudo, sendo hoje um cluster comercial que se distingue pela inovação e pela diferença, quer em termos de espaços quer em termos de conceitos. Nos últimos dois anos abriram nesta zona, 11 novas lojas além da Embaixada e do Entre Tanto, espaços partilhados integrados quer por comércio quer por outras iniciativas de empreendedorismo. No Príncipe Real, a renda prime fixa-se actualmente nos 35 euros/m²/mês.
Patrícia Araújo sublinha ainda que “além destas zonas, que analisamos de forma detalhada no nosso estudo com indicadores individuais e um track record alargado, não podemos deixar de fazer menção a outra zona que vai emergindo em Lisboa. Falo do Cais do Sodré/São Paulo, cujo pontapé de saída foi dado com a revitalização dum bar noturno, a conhecida Pensão Amor, e que ganhou novo fôlego com o novo Mercado da Ribeira e futuramente também com a nova sede da EDP”.
E conclui: “Apesar dos centros comerciais continuarem a ser o principal destino dos consumidores portugueses, o comércio de rua veio para ficar e é um elemento fulcral e dinamizador da vida de uma cidade, um fator que é especialmente importante no momento atual, quando são crescentes os esforços públicos e privados para revitalizar a urbanidade e a vivência nas cidades”.
[1] Em 2014, são consideradas as lojas inauguradas até à data e as que estão previstas abrir até final do ano
[2] A renda prime apurada para cada zona considera uma área média de 100 m².
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