As compras voltaram à rua: Sete das dez maiores marcas de Luxo na Europa já estão na avenida da Liberdade
LISBOA, 30 outubro 2014 – Sinónimo de luxo, prestígio, elegância e exclusividade, a avenida da Liberdade é atualmente “o” destino de compras de luxo em Portugal, recebendo cada vez mais marcas vocacionadas para o consumidor deste tipo de artigos. De acordo com a JLL, no seu estudo “Lisbon Street Shopping: A afirmação do comércio de rua em Lisboa”, este eixo conta atualmente com cerca de 60 marcas[1] ao longo dos seus 1.000 metros de comprimento e, entre estes, contam-se sete das dez maiores marcas de Luxo presentes na Europa[2]. Os estrangeiros, principalmente os de origem brasileira, chinesa, russa e angolana, são os principais compradores de bens de luxo na avenida da Liberdade, gastando em média, 871 euros, diz a JLL, sublinhando ainda que o turismo tem sido uma das alavancas mais importantes para o comércio de rua e, em concreto para os bens de luxo, cuja procura é feita essencialmente por estrangeiros.
Para Patrícia Araújo, head of Retail da JLL Portugal, “é interessante notar que temos hoje, em Lisboa, cada vez mais zonas de compras demarcadas e consolidadas, nas quais cada segmento encontrou o seu lugar e o seu target. A avenida da Liberdade é a morada de eleição do luxo, com uma presença cada vez maior de reconhecidas cadeias internacionais, motivada em parte pela crescente procura de estrangeiros de origem brasileira, chinesa, russa e angolana”.
“Além disso, estas marcas de luxo optam, cada vez mais, por uma presença direta”, diz ainda Patrícia Araújo, explicando que “se antes da entrada de Portugal na moeda única (2002), os artigos de luxo eram essencialmente vendidos em lojas multimarca, como são os casos da Stivali, Loja das Meias ou Rosa & Teixeira, atualmente 63% do comércio de luxo tem loja própria na Avenida da Liberdade”.
O estudo da JLL sublinha que a procura por parte das grandes marcas internacionais tem crescido nos últimos anos neste destino, onde 53% dos lojistas presentes são atualmente de origem estrangeira. Esta procura tem feito aumentar a lista de espera para conseguir um espaço, e apesar das alterações à Lei do Arrendamento (em 2012) terem aberto uma janela de oportunidade por parte da oferta, esta continua a ser insuficiente face à procura que tem surgido. Atualmente encontram-se disponíveis cerca de 4.800 m² de áreas comerciais nesta avenida, uma disponibilidade que a JLL considera baixa e que, associada à crescente procura, deverá ter um impacto em alta nas rendas prime, que se situam atualmente nos 75 euros/m²/mês.[3]
Além da disponibilidade de espaço, a JLL apurou ainda, num trabalho inédito de estruturação de informação para o comércio de rua em Lisboa, que a avenida da Liberdade tem cerca de 30.000 m² ocupados por retalho[4], dos quais 77% diz respeito a cadeias de retalhistas nacionais e internacionais, 15% a comércio tradicional e 8% a novos conceitos ou lojas únicas.
O setor de moda/acessórios é o que tem maior peso na oferta desta artéria, concentrando 54% da área ocupada. Na oferta deste tipo de artigos, o segmento de luxo tem um peso de 55%, seguindo-se os artigos premium, com 37%. Do total de área ocupada, outros 25% são para restauração, com uma oferta que integra desde os ambientes mais requintados aos mais modernos e descontraídos, sobretudo dirigidos aos executivos que trabalham naquela que é a principal zona de escritórios da cidade, e aos turistas, que também aqui encontram os principais hotéis 5 estrelas de Lisboa. A relojoaria e joalharia concentra 11% da área ocupada, conjugando joalheiros tradicionais portugueses com as insígnias de renome internacional.
Até final do ano são ainda esperadas cinco novas lojas na avenida da Liberdade, nomeadamente da Fendi Casa Collection, Guess, Boutique dos Relógios Plus, Hugo Boss e Hackett, que elevará para 10 o número de aberturas este ano. Em 2013, foram 11 as marcas a abrir lojas nesta avenida que muitos comparam aos famosos Champs Élysées.
“A avenida da Liberdade é hoje em Lisboa um exlibris relativamente à história da cidade e do seu comércio. Atualmente quem quiser estar próximo do turismo sempre crescente na cidade e tenha um proposta vencedora junto deste target tem de estar presente nesta avenida. Abrimos a nossa primeira loja em 1988 na avenida e tem sido sempre um sucesso crescente a nossa atividade comercial neste local da cidade”, diz Ronald Brodheim, do Grupo Brodheim, que representa marcas como a Timberland’s, Tod’s, Guess, Furla, Burberry e Betrend.
Já Ricardo Torres, administrador da Torres Joalheiros, SA, salienta: “É um facto incontornável para quem quer atingir turistas com poder de compra que a Avenida da Liberdade é a localização de eleição na cidade de Lisboa. Já possui a maior concentração de luxo disponível, tem bons acessos, parqueamentos suficientes, serviços de muito boa qualidade, desde hotelaria a clínicas de saúde e bem-estar, bem como excelente imobiliário. Este conglomerado é um foco de interesse invejável a todos os níveis, ao qual não é alheio o interesse estrangeiro pelo nível de investimentos e de clientes finais para as insígnias de luxo, que devo referir, no nosso caso, não são apenas os turistas chineses, angolanos, brasileiros e russos. Também recebemos clientes premium portugueses oriunda da área de vizinhança próxima, de escritórios, clinicas e outros que normalmente não frequentam muito as grandes superfícies e que vêem na Avenida da Liberdade um espaço onde acabam por ter tudo e com um atendimento necessariamente especial. Embora não sendo uma insígnia internacional, o nome Torres tem mais de 100 anos e comercializa o topo das marcas mais reconhecidas internacionalmente. Estamos muito satisfeitos e consideramos a aposta ganha.”
A JLL lançou no início de Outubro o estudo “Lisbon Street Shopping – A Afirmação do Comércio de Rua em Lisboa”, que analisa a evolução do comércio de rua em Lisboa, com um olhar detalhado sobre os cinco principais clusters de compras na capital, apresentando, para cada um, informação sistematizada nunca antes apurada para este mercado, incluindo absorção, tenant mix, disponibilidade e rendas por zona. Estes destinos incluem a avenida da Liberdade, rua Castilho, Chiado, Baixa e o Príncipe Real.
[1] Exclui serviços e restauração
[2] As dez maiores marcas de luxo são classificadas pela JLL a nível Europeu, de acordo com a cobertura /número de lojas presentes nas cidades europeias analisadas. Na Avenida da Liberdade, estão presentes a Max Mara, Louis Vuitton, Burberry, Mont Blanc, Emporio Armani, Cartier e Ermenegildo Zegna.
[3] Considera lojas com áreas médias de 100 m².
[4] Contagem que inclui apenas comércio de rua, excluindo serviços, áreas devolutas e lojas integradas em centro comercial.
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