Mazda Stories: A beleza intemporal da arte Urushi, a lacagem japonesa

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  • Ao longo de milénios, a arte Urushi evoluiu de um ofício tradicional japonês para um formato de elevado nível, consubstanciado pela utilização de recursos naturais e duradouros.
  • Semelhante aplicação de camadas foi adoptada pela Mazda no seu processo de pintura robótica Takuminuri, uma técnica com 10 anos de vida.
Hiroshima, 5 Junho 2023. Conceito utilizado há milhares de anos nas artes e ofícios da Ásia Oriental, o urushi cria um profundo fascínio único de cor por via da aplicação de inúmeras camadas muito finas de laca. Representa, muitas vezes, um sinónimo do próprio Japão e, como prova o trabalho do premiado artista Naoya Takayama, partilha alguns pontos em comum com o empenho que a Mazda coloca nos seus atraentes e vistosos designs.

É por demais reconhecida a inspiração da Mazda em técnicas ancestrais, nomeadamente para desenvolver pinturas com cores perfeitas, dotadas de um verdadeiro brilho que realça os mais subtis detalhes do premiado design Kodo dos seus automóveis. Se lhes tocarmos, é tão suave como a pele; se olharmos para as suas superfície, ficamos fascinados com um brilho profundo.

O mesmo se passa com o processo da lacagem japonesa, em que se revestem as peças com finas camadas de seiva da árvore urushi, em representação do auge de antigas tradições do artesanato. E nunca houve melhor altura para celebrar essa arte, agora que o mundo está voltado para produtos e conceitos ambientalmente sustentáveis. Retirada dessa espécie que apenas cresce na Ásia Oriental, a seiva de urushi é utilizada há 10.000 anos para proteger e decorar objectos, combinando arte e função. Uma superfície revestida a urushi é resistente a ácidos e agentes alcalinos corrosivos, conferindo-lhe uma grande durabilidade, ganhando um brilho dedicado pelo facto de secar ao absorver a humidade do ar.

“É por isso que o revestimento parece húmido e macio e apresenta um brilho único”, sublinha Naoya Takayama, galardoado artesão de urushi de Hiroshima. “A habilidade reside na forma como se realça esta textura.”

É uma tarefa complicada e que requer muita paciência, obrigando o artista a aplicar dezenas de camadas de revestimento de urushi, tendo de esperar vários dias entre a aplicação das sucessivas camadas, para que sequem, antes de recorrer a uma lixa para que atinja uma espessura de 0,03 mm. Takayama é elogiado pela sua destreza na técnica Akebono-Nuri, criando gradações de preto e vermelho em várias camadas, em vez de apenas uma, adicionando profundidade à decoração.

Tecnologia Takuminuri: Um toque humano para um acabamento de elevado requinte

Com um grau de eficiência extremamente elevado, esta técnica de aplicação de camadas de tinta para criar profundidade e manter vivos os delicados detalhes foi adoptada pela Mazda, que decidiu incorporá-la na sua tecnologia de pintura robótica Takuminuri, a qual utiliza vários pontos de referência para imitar o toque e a técnica de um pintor humano, com detalhes de incrível precisão. O ano de 2022 assinalou o 10º aniversário da técnica Takuminuri, tendo-se lançado uma nova e apelativa cor, denominada Artisan Red, uma excepcional tonalidade de vermelho que faz lembrar um vinho maduro, produzido com uma mestria inigualável.

O Artisan Red juntou-se, assim, à palete de cores premium da Mazda, onde se integram o Soul Red Crystal, o Polymetal Grey e o Rhodium White, todas elas compostas por três camadas: uma camada transparente, outra de tinta translúcida e uma final reflectora/absorvente, combinando um visual estético excepcional com uma reduzida pegada ambiental. A arrojada pintura Takuminuri foi concebida para acentuar a força e a beleza através das formas, proporcionando, em simultâneo, uma profundidade mais rica, reflexos mais fortes e uma estética apelativa ao veículo.

A Mazda também se identifica com a apurada técnica artesanal de Naoya Takayama, na medida em que esta também se baseia na destreza manual e visual, num intrincado equilíbrio de adição de verniz colorido e posterior polimento.

Os artesãos Urushi são igualmente criativos no que respeita ao que se deve adicionar à seiva branca leitosa, de modo a criar uma nova cor ou textura, como a concha de ostra em pó, produto que Takayama obtém, localmente, em Hiroshima – cidade sede da Mazda – e que é o seu ingrediente de assinatura. Adiciona-o ao seu revestimento de base, uma camada crucial que torna a peça acabada resistente à água e à humidade, para não sofrer de erosão, mesmo que se parta. “Quero que estas taças sejam utilizadas todos os dias, por isso presto uma atenção reforçada à segurança”, sublinha.

Rhodium White: A cor perfeita para realçar o design Kodo
De igual modo, a aplicação meticulosa das camadas é, também para a Mazda, crucial para um processo de pintura bem-sucedido e um resultado preciso e de alta qualidade. O significado de kouhaku na cultura japonesa, resultante da combinação do vermelho e do branco, notavelmente personificada na bandeira nacional, e a estética da subtração do mundo Zen, motivaram os criativos da Mazda a trabalhar arduamente na obtenção de uma cor branca com um acabamento de excelência.

Essa cor é o Rhodium White, que utiliza flocos de alumínio para criar uma camada reflectora uniforme com apenas 0,5 microns de espessura. Combinado com o branco sedoso, de grão fino e uma camada transparente, o resultado consiste “num branco de grãos finos com uma sensação de metal na forma como a superfície brilha”, declara Keiichi Okamoto, Especialista Criativo Sénior da Divisão de Design Mazda.

Com os seus padrões únicos de brilho metálico, profundidade, luminosidade e grãos finos, o Rhodium White acentua as sombras artisticamente esculpidas pelo design Kodo. Isto porque, na Mazda, a cor não é apenas o toque final do design; é considerada um elemento essencial das próprias formas.

Em busca do branco perfeito: Quando a inovação encontra a tradição

Como as peças em urushi são criadas desde os tempos pré-históricos, Naoya Takayama tenta não se sentir limitado pela tradição, razão pela qual a inovação é fundamental para a sua filosofia de design. “As gerações anteriores têm vindo a desenvolver a arte com o futuro em mente, por isso também devemos esforçar-nos por fazer avançar o design, quero fazer coisas novas com técnicas intemporais.”

Este compromisso inabalável com a inovação reside, também, na filosofia da Mazda, e só com o desenvolvimento da tecnologia Takuminuri foi possível criar acabamentos de pintura tão fascinantes e reflectores, que funcionam em harmonia com os subtis contornos criados pelos designers da Mazda.

A pintura branca requer mais camadas, uma vez que é mais transparente, razão por que o maior desafio no desenvolvimento do Rhodium White – aplicado, entre outros, no novo Mazda CX-60 - foi eliminar as irregularidades. No entanto, os engenheiros da Mazda desenvolveram uma técnica para gerir a espessura da tinta a um nível nanométrico, de modo a alcançar a mesma tonalidade alva, reduzindo em quase 30% a espessura e obtendo uma dispersão precisa dos flocos de alumínio. Tal permitiu à Mazda produzir em massa um tipo de tinta que, normalmente, só é possível obter das mãos de um Mestre Takumi.

Para quem pretende experimentar produtos em urushi pela primeira vez, Takayama recomenda a utilização de tigelas de sopa. “Se deitarmos uma sopa quente na tigela e a segurarmos, o calor é transferido suavemente para as nossas mãos”, explica. “Os japoneses bebem directamente da tigela. Ao experimentarmos isto, podemos desfrutar de uma textura semelhante à pele a tocar os nossos lábios.”

Lacagem japonesa: um produto para o nosso tempo

”Concebida a partir de materiais naturais, a lacagem japonesa é uma escolha inteligente para quem se preocupa com o ambiente. É leve e durável e pode ser usada todos os dias tanto pelos mais jovens como por seniores”, sublinha Takayama.

A arte Urushi incorpora a ideia, comum na estética japonesa, de que a obra está viva e que possui uma vitalidade independente. Se uma peça lacada for danificada, os artesãos estão aptos a dar-lhe uma nova vida, reparando-a através de uma técnica antiga denominada kintsugi. Beneficiando das fortes propriedades de aderência da seiva, permite-se fundir lascas e fissuras de uma forma artística que, com recurso a ouro e outros metais, cria uma nova forma de expressão e percepção das suas formas.
 
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