Metade das empresas portuguesas tem continuidade do negócio em risco
Estudo “MDS Research: Situação Económica em Portugal” revela expectativas de empresários e gestores
Metade das empresas portuguesas tem continuidade do negócio em risco
Principais conclusões:
- 47% das empresas registaram uma redução ou encerramento da sua atividade, enquanto 5,2% aumentaram a sua atividade
- 1 a 3 anos é o tempo esperado de regresso aos níveis de atividade pré-pandemia
- 73% das empresas estimam uma redução do seu volume de negócios no período no segundo trimestre e no segundo semestre
- 25% a 40% é a redução esperada do volume de negócios no segundo semestre de 2020, tendo em conta a mediana da amostra
- 61,7% das empresas estimam um nível de atividade inferior nos próximos 12 meses
- 56,5% estimam um corte ou suspensão total do investimento nos próximos 12 meses.
- 3,5% admitem vir a realizar despedimentos, versus 2,6% que preveem criar emprego.
- Nível de liquidez e situação de tesouraria, falta de encomendas e pagamento de salários são as principais preocupações dos gestores e empresários
- Riscos mais relevantes identificados são continuidade do negócio, saúde dos colaboradores, crédito a clientes e risco cibernético.
- Estudo envolveu mais de uma centena de empresas em Portugal
A MDS, multinacional portuguesa líder na consultoria de riscos e seguros, acaba de publicar o estudo “MDS Research: Situação Económica em Portugal”, que faz um retrato da situação vivida pelo tecido empresarial português decorrente da pandemia e revela a situação atual das empresas, as suas expectativas de futuro e a sua perceção relativa à gestão de risco.
Segundo as conclusões do estudo, o tecido empresarial português está a enfrentar uma crise sem precedentes, com redução significativa da atividade. As empresas com redução da atividade ascenderam a 47%, sendo que 17,4% encerraram ou interromperam totalmente o seu funcionamento. Menos de metade das empresas conseguiram manter o seu nível de atividade, mas uma pequena franja (5,2%) conseguiu crescer à sombra da pandemia.
A generalidade das empresas teve de implementar medidas para responder aos constrangimentos, seja por imposição legal, como o caso do teletrabalho e de medidas de proteção sanitária, seja porque a solidez financeira das empresas foi afetada. A redução do investimento, o corte de custos e o recurso ao lay-off estão entre as principais medidas adotadas, sendo relativamente reduzido a percentagem das empresas que procuraram novas formas de fazer negócio e de melhorar a sua oferta.
Recuperação em U
As expectativas dos empresário e gestores é de que a recuperação da economia nacional será em “U”, demorando entre 1 e 3 anos a regressar aos níveis de atividade anteriores.
A crise pandémica provocou uma forte volatilidade no negócio das empresas, com impacto significativo na faturação. No total, 73,1% das empresas esperam uma redução do seu volume de negócios no período de abril a junho, face aos três primeiros meses do ano. Por outro lado, 10,4% das empresas espera registar um crescimento dos seus volumes de negócio.
A redução dos níveis de atividade deverá continuar durante a segunda metade do ano, com cerca de três em cada quatro empresas (73%) a estimarem uma diminuição das vendas, enquanto apenas 12,1% esperam um aumento. Tendo em conta a mediana da amostra de empresas que estimam uma redução do indicador, a redução do volume de negócios no segundo semestre do ano poderá situar-se no intervalo entre os 25% e 40%.
No entanto, as estimativas dos empresários e gestores é de uma gradual recuperação, pese embora longe dos níveis pré-pandemia. Mais de três em cada cinco empresas (61,7%) estima um nível de atividade inferior nos próximos 12 meses, enquanto 23,5% esperam um nível idêntico e 14,7% um nível superior.
Corte no investimento
As consequências da crise no futuro estão refletidas nas expectativas de investimento dos empresários e gestores. Mais de metade das empresas (56,5%) assumem uma expectativa de corte ou suspensão total do investimento nos próximos 12 meses.
As empresas portuguesas esperam manter muitas das iniciativas tomadas para fazer face à pandemia, integrando-as no seu dia a dia, como as medidas sanitárias e o teletrabalho, que poderá contribuir para reduzir os custos. Aliás, as empresas esperam aprofundar a adaptação da sua estrutura à nova realidade, com 43,1% a sinalizarem a adoção de medidas de corte de custos no futuro, face às 26,1% que o adotam até junho.
Ao nível dos recursos humanos, os atuais instrumentos como o lay-off ou a redução de horário e turnos continuarão a fazer parte da vida de algumas empresas, sendo que apenas 3,5% admitem vir a realizar despedimentos e 2,6% ter uma posição inversa, criando emprego.
Empresários e gestores preocupados com continuidade do negócio
A principal preocupação atual dos gestores e empresários é o nível de liquidez e situação de tesouraria das suas empresas, seguindo-se a falta de encomendas e o pagamento de salários. Em alguns sectores, como o industrial, a expedição da produção e o abastecimento são também alvo de grande preocupação, pois colocam em causa o funcionamento das unidades.
O estudo "MDS Research - Situação Económica em Portugal" revela também que os empresários e gestores estão preocupados com a sustentabilidade dos seus negócios, identificando como principais riscos da sua atividade, passíveis de ser cobertos, a continuidade do negócio, a saúde dos colaboradores, o crédito a clientes e o risco cibernético. Aliás, 50,4% das empresas identifica como benéfica a cobertura de risco de continuidade do negócio, que é fundamental para assegurar a sustentabilidade das empresas.
José Manuel Dias da Fonseca, CEO Global do Grupo MDS, afirma: “A pandemia veio despertar as empresas e os seus gestores para os riscos a que estão expostos e para a sustentabilidade e continuidade dos seus negócios. As expectativas são de uma recuperação mais lenta do que o previsto, o que obriga à tomada de medidas pelas empresas, mas também pelo Estado. Seja qual for o futuro, enquanto multinacional portuguesa líder na consultoria de seguros e gestão de risco, a MDS continuará empenhada no apoio ao tecido empresarial português, seja fornecendo informação relevante, seja apoiando o desenvolvimento das empresas através das soluções adequadas às suas necessidades de gestão e transferência de risco”.
O estudo "MDS Research - Situação Económica em Portugal" tem por base um inquérito realizado junto do tecido empresarial português, envolvendo 115 empresas de quase duas dezenas de sectores de atividade, com especial incidência nos serviços, nas indústrias transformadoras e no comércio por grosso e a retalho. Além da diversidade de sectores, a amostra inclui empresas de diferentes dimensões, retratando o tecido económico nacional. 45,2% dos participantes foram microempresas, 19,1% pequenas empresas, 16,5% empresas de média dimensão e 19,1% de grande dimensão. O estudo desenvolvido pela MDS contou com a colaboração da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) e da BA&N Research.
Sobre a MDS
A MDS é um grupo multinacional que atua na área da corretagem de seguro e resseguro e consultoria de riscos, presente em mais de 100 países. É líder de mercado em Portugal, um dos maiores players no Brasil e está diretamente em Angola, Moçambique e Espanha, Malta e Suíça. Através da Brokerslink, empresa global de corretagem fundada pelo grupo e que integra cerca de 18.000 profissionais de seguros, responde às necessidades dos seus clientes nas mais diversas geografias e sectores.
O grupo integra também a MDS RE, companhia especializada em resseguro presta serviços na Europa, América e África, e a RCG - Risk Consulting Group, uma referência na análise de riscos, controle de perdas, plano de continuidade de negócios e enterprise risk management. Através da HighDome, uma Protected Cell Company (PCC), a MDS oferece soluções alternativas de transferência de riscos ao mercado tradicional de seguros. A MDS atua também na área de gestão de benefícios e benefícios flexíveis, através das empresas 838 Soluções e Ben’s (Brasil) e Flexben (Portugal).
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