PORTUGAL VAI TER PRIMEIRO GRANDE ESTUDO SOBRE POTENCIAL ECONÓMICO E SOCIAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL CONSTRUÍDO

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Uma parceria inédita entre uma empresa privada (a Spira) uma universidade (a NOVA SBE) e um mecenas (a Fundação Millennium bcp) permite, pela primeira vez, que o país ambicione conseguir um retrato abrangente, aprofundado e credível do essencial do património construído e do seu potencial em termos de geração de receitas e criação de emprego.

Trata-se de um trabalho de grande fôlego, dedicado especificamente ao património cultural, combinando abordagem qualitativa e quantitativa, a nível efectivamente nacional, com atenção às especificidades das regiões do interior e das ilhas, permitindo, pela primeira vez, quantificar o potencial económico e social deste recurso endógeno e o seu possível contributo para o desenvolvimento harmonioso do país.

Para além de uma caracterização das políticas públicas e do sistema da gestão patrimonial nos últimos 44 anos, o Estudo pretende descrever detalhadamente a distribuição geográfica do parque patrimonial português, colocando-o em correspondência com características sociais, económicas e demográficas do país, ao nível do município.

O estudo tem um objectivo estratégico claramente assumido: avaliar o potencial de distribuição do tráfego turístico (nomeadamente, para o interior do país, potencial esse que não foi ainda nem avaliado, nem devidamente explorado), contribuindo, desta forma, para que o património cultural seja reconhecido como activo estratégico do desenvolvimento sustentado do país, com implicações profundas ao nível de políticas educacionais / formativas, fomento à criação de empresas, política de fundos comunitários, estratégias de trabalho em rede do ponto de vista territorial, entre outras dimensões relevantes.

Para Catarina Valença, directora-geral da Spira: “O património cultural é o recurso mais equitativamente distribuído pelo país; não obriga a investimento infra-estrutural uma vez que já lá está; é uma das principais razões da atactividade de Portugal: contudo, apesar deste cenário de oportunidades, continua a não ser percepcionado como um activo estratégico incontornável para o desenvolvimento económico-social harmonioso do país.”

José Tavares, professor catedrático da Nova SBE: "O património classificado não pode ser só fim, nem só ferramenta do desenvolvimento local, precisa de ser as duas coisas, de forma sustentável e integrada."

Por Fernando Nogueira, Presidente da Fundação Millennium bcp: “O património cultural construído em Portugal, sendo naturalmente um valor cultural em si mesmo, tem também um valor económico que em muitos casos está longe de estar cabalmente realizado. Este estudo visa identificar esse valor numa perspetiva que promove, entre outros aspetos, a avaliação do seu contributo potencial para o desenvolvimento regional e com isso proporcionar um crescimento mais homogéneo do nosso País. Se outras razões não houvera, esta já seria suficiente para justificar o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp à sua realização.”

O estudo decorre desde Janeiro deste ano e prolonga-se até ao final do mesmo, estando prevista a apresentação final de resultados no mês de Dezembro.

(Comunicado integral em anexo)

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