Portugueses confiaram na informação transmitida pelo Governo Português durante a pandemia

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NOTA INFORMATIVA #1 – ANÁLISES DO SETOR DA SAÚDE
COVID 19 e a confiança dos cidadãos na comunicação dos governos

Portugal é um dos países onde o nível de confiança dos cidadãos na informação fornecida pelo governo, durante o período pandémico, foi sempre dos mais elevados.  Com uma evolução sempre favorável desde junho de 2021, Portugal posicionou-se em janeiro de 2022 como o país onde a confiança na informação do Governo foi maiorEsta é uma das conclusões da Nota Informativa #1: Análises do Setor da Saúde - COVID 19 e a confiança na informação dos governos elaborada por Pedro Pita Barros, detentor da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” Chair in Health Economics, atribuída no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.
 
Os dados resultam da análise do European COVID-19 Survey (ECOS), que monitoriza as perceções e comportamentos da população ao longo do tempo relativamente à pandemia de COVID-19. Revelam ainda que entre abril de 2020 e janeiro de 2022, existiram diferenças permanentes nos níveis de confiança nos governos dos vários países, sendo de destacar os níveis de confiança permanentemente baixos da França e do Reino Unido e os níveis de confiança sistematicamente elevados de Portugal, Países Baixos e Dinamarca. Analisando a evolução ao longo do tempo, é de salientar a quebra generalizada e acentuada dos níveis de confiança nos primeiros meses após o início da pandemia (com o Reino Unido a registar um decréscimo significativo no nível de confiança que passa de 84% em abril de 2020 para 63% em Setembro do mesmo ano) que foi sendo recuperada [a partir de abril de 2021 a maioria dos países regista aumentos nos níveis de confiança, sendo de destacar França (onde o nível de confiança é sistematicamente baixo), que em janeiro de 2022 obteve níveis de confiança superiores aos registados no início da pandemia].
 
Portugal, que em janeiro de 2022, se posicionou como o país onde a confiança na informação do Governo é maior, mantem-se sistematicamente como um dos países com maiores níveis de confiança tendo registado apenas durante o ano de 2020, uma redução (ainda que mais modesta quando comparada com a quebra registada na maioria dos restantes países) dos níveis de confiança (de 84% para 77%). Ainda em Portugal, e no que se refere à evolução da confiança da população por faixa etária, verifica-se existir uma relação direta entre a preocupação com a saúde / mortalidade e a preocupação com a situação económica.  A população mais idosa (cujo risco associado à gravidade da COVID-19 é maior face à incerteza económica, devido à situação de reforma de grande parte deste grupo) regista um decréscimo dos níveis de confiança ao longo do tempo, cenário contrário ao verificado com a população mais jovem (que valoriza a vertente económica em detrimento da saúde) que ao longo do tempo registou um ligeiro aumento nos níveis de confiança na informação do governo.  Nas diferentes faixas etárias os níveis de confiança médios foram sempre muito semelhantes e demonstram uma forte confiança dos portugueses na informação do governo.  O sucesso do programa de vacinação, a capacidade política de antecipar medidas mais bem aceites pela população, mensagem de trabalho conjunto do Governo e da população para ultrapassar as dificuldades criadas pela pandemia são alguns dos motivos apontados pelos investigadores para justificar o nível de confiança em Portugal.
 
“O difícil equilíbrio entre o controlo da situação pandémica e as consequências económicas substanciais para as famílias e empresas, torna-se mais delicado tendo em consideração as flutuações dos níveis de confiança nos governos” referem os autores da Nota Informativa COVID 19, acrescentando “a falta de confiança na informação dos governos pode contribuir para uma menor adoção das recomendações dos próprios governos (…) Durante o ano de 2021 os decisores políticos conseguiram assegurar uma adequada leitura do sentimento da população e reforçar a sua confiança. Esta confiança foi provavelmente alicerçada no sucesso do programa de vacinação e na imposição de medidas de restrição consideradas aceitáveis pela população face à informação transmitida sobre a evolução do risco da pandemia”.
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European COVID-19 Survey (ECOS)
O ECOS resulta de uma parceria entre várias instituições universitárias europeias e tem por objetivo monitorizar as perceções e comportamentos da população ao longo do tempo relativamente à pandemia de COVID-19. O inquérito realiza-se com uma periodicidade de dois / três meses, em Portugal, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Itália, França, Países Baixos e, mais recentemente, Espanha, abrangendo uma amostra representativa de cerca de 1000 pessoas da população adulta em cada país.
 
Notas Informativas: Análises do Setor da Saúde
COVID 19 e a confiança na informação dos governos é a primeira da série de Notas Informativas: Análises do Setor da Saúde (elaboradas no âmbito da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” Chair in Health Economics, atribuída a Pedro Pita Barros, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE) que pretende divulgar análises sintéticas relativamente a temáticas atuais sobre o setor da saúde.
A cátedra em Economia da Saúde foi atribuída ao Professor Pedro Pita Barros e tem como objetivo promover a investigação sobre o sector da saúde, bem como o conhecimento e discussão da sociedade portuguesa quanto a tendências, desafios e políticas do setor da saúde. Consulte mais informações e documentos  aqui.
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Social Equity Initiative
Em 2019, a Fundação ”la Caixa”, o BPI e a Nova School of Business & Economics (Nova SBE) juntam-se para lançar a Iniciativa para a Equidade Social - a Social Equity Initiative, uma parceria que visa impulsionar o setor social em Portugal com uma visão de longo prazo, traçando um retrato do setor social em Portugal e desenvolvendo programas de investigação e capacitação para apoiar organizações sociais. No total, a iniciativa envolve atualmente seis projetos e duas cátedras que complementam a intervenção da Fundação ”la Caixa” e do BPI neste setor em Portugal. Nesta parceria estão envolvidos 6 Centros de Conhecimento da Nova SBE, que lideram a execução dos projetos: Nova SBE Leadership for Impact Knowledge Center, Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center, Nova SBE Finance Knowledge Center, Nova SBE Data Science Knowledge Center, Nova SBE Health Economics & Management e NOVAFRICA.
 
Sobre a Fundação “la Caixa”
A Fundação ”la Caixa” iniciou em 2018 a sua implantação em Portugal, consequência da entrada do BPI no Grupo CaixaBank. Em 2022, irá destinar 40 milhões de euros a projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. A Fundação mantém o seu compromisso de alcançar um investimento de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos com a implementação de todos os seus programas em Portugal.
 
Sobre o Nova SBE Health Economics & Management
O Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center é a unidade centro de investigação da Nova SBE e o centro de conhecimento para Economia da Saúde, Gestão de Saúde, Políticas de Saúde e Saúde Pública. Produzimos investigação para criar e partilhar conhecimento rigoroso, potencializando decisões bem informadas e fundamentadas relativamente a questões de saúde que beneficiem a sociedade.
 
Sobre a Nova SBE:
A Nova SBE é a mais prestigiada escola de “Business & Economics” em Portugal e uma das principais escolas de Business da Europa. É a faculdade de ciências económicas, financeiras e de gestão da Universidade NOVA de Lisboa. O atual Dean é o Prof. Dr. Daniel Traça (PhD, Columbia University). A Nova SBE é membro do CEMS desde dezembro de 2007. É uma das 77 escolas de Business com a atribuição de ser uma instituição Triple Crown em todo o mundo, o que implica a acreditação pela EQUIS, AMBA e AACSB. Foi a primeira escola de Business portuguesa a adquirir acreditações internacionais e reconhecimento de renome mundial no ensino superior. A visão internacional da Nova SBE também se reflete na adoção do inglês como o principal idioma de ensino. Mais da metade dos cursos de graduação e todos os programas de mestrado, MBA e PhD são lecionados em inglês.
 

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