Vacina contra a COVID-19 tem maior aceitação nos países em desenvolvimento do que nos países mais ricos

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Vacina contra a COVID-19 tem maior aceitação nos países em desenvolvimento do que nos países mais ricos
 
Um estudo da prestigiada revista Nature Medicine, que conta com 6 investigadores do NOVAFRICA, centro de investigação da Nova SBE, avalia a confiança e aceitação na vacina contra a COVID-19 em 10 países em desenvolvimento na Ásia, África e América do Sul.
 
Carcavelos, 26 de julho de 2021 – A investigação publicada na revista Nature Medicine e desenvolvida por investigadores do Centro NOVAFRICA da Nova SBE revela que a vontade de obter uma vacina contra a COVID-19 foi consideravelmente maior nos países em desenvolvimento (80% dos entrevistados) do que nos Estados Unidos (65%) e na Rússia (30%).
 
O estudo fornece algumas das primeiras pistas sobre confiança e aceitação na vacina contra a COVID-19 numa ampla seleção de países e desenvolvimento, abrangendo mais de 20.000 entrevistados e reunindo investigadores de mais de 30 instituições, incluindo o International Growth Centre (IGC), Innovations for Poverty Action (IPA), WZB Berlin Social Science Center, o Yale Institute for Global Health, a Yale Research Initiative on Innovation and Scale (Y-RISE) e a HSE University (Moscovo, Rússia).
 
A proteção pessoal contra a COVID-19 foi o principal motivo dado para a aceitação da vacina entre os participantes do estudo (91%), e a preocupação com os efeitos colaterais (44%) foi o motivo mais comum para a hesitação dos entrevistados. Os profissionais de saúde são considerados as fontes de informação mais confiáveis sobre as vacinas contra a COVID-19.
 
Este estudo chega num momento crítico quando os envios de vacinas ainda estão a demorar muito tempo para chegar à maioria da população mundial, enquanto os casos de COVID-19 estão a aumentar em muitas partes da África, Ásia e América Latina. A investigação sugere que priorizar a distribuição de vacinas para países em desenvolvimento deverá gerar efeitos muito positivos na expansão da cobertura global de imunização.
 
À medida que os lotes da vacina contra a COVID-19 chegam aos países em desenvolvimento, os próximos meses serão fundamentais para os governos e organizações internacionais desenharem as estratégias de comunicação mais eficazes para maximizar a tomada das vacinas pela população. Os governos devem usar evidências como as apresentadas neste estudo para informarem as suas decisões.”, disse Pedro Vicente, professor da Nova SBE e diretor científico do NOVAFRICA, bem como co-autor do estudo.
 
Os investigadores que realizaram esta pesquisa, entre junho de 2020 e janeiro de 2021, concluíram que a aceitação da vacina pode variar com o tempo. Embora as evidências sobre a segurança e eficácia das vacinas COVID-19 disponíveis se tenham tornado mais claras nos últimos seis meses, os efeitos colaterais graves, embora raros, podem ter abalado a confiança do público.
 
Saad Omer, diretor do Instituto de Saúde Global de Yale e co-autor do estudo, refere que “o que vimos na Europa, nos EUA e em outros países sugere que a hesitação sobre a tomada da vacina pode complicar as decisões políticas, impedindo assim a rápida e generalizada adoção da vacina. Os governos dos países em desenvolvimento devem começar a envolver pessoas de confiança, como profissionais de saúde, para transmitir mensagens sobre os efeitos colaterais das vacinas, de forma precisa e equilibrada, tornando a informação mais acessível ao público”.
 
Em todos os países observamos que a aceitação das vacinas COVID-19 é geralmente um pouco menor do que para outras vacinas, talvez por causa de sua novidade. No entanto, as atitudes consistentemente pró-vacina que vemos em países em desenvolvimento, dão-nos motivos para estarmos otimistas sobre a aceitação desta vacina.”, disse Alexandra Scacco, Investigadora Sénior do WZB e coautora do estudo. “Esperamos que as evidências de nosso estudo possam ajudar a criar estratégias para expandir a vacinação global COVID-19.”
 
Acesso ao estudo “COVID-19 vaccine acceptance and hesitancy in low- and middle-income countries”: https://www.nature.com/articles/s41591-021-01454-y

Sobre o NOVAFRICA:
O Centro NOVAFRICA foi criado pela Nova School of Business and Economics, a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa em 2011. O centro tem como missão a produção e difusão de conhecimento que promova o desenvolvimento económico e empresarial em África, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas. O seu enfoque particular é na África de Língua Portuguesa, nomeadamente Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Em parceria com um conjunto de autoridades públicas, empresas privadas e outras organizações locais da África subsariana, o NOVAFRICA tem utilizado metodologias de experimentação social pioneiras para avaliar o real impacto de políticas destinadas à redução da pobreza, à promoção da integração social e a proporcionar iguais oportunidades para todos.
Como resultado desta investigação, o NOVAFRICA produz tanto publicações académicas de relevância para o processo de desenvolvimento, como publicações de natureza mais aplicada – incluindo publicações que contribuem para o desenho de políticas públicas e para o desenvolvimento do sector privado. O centro promove também atividades de capacitação local como estágios e atividades de formação, oferecendo ainda serviços de consultoria nas suas áreas de especialização.
https://novafrica.org
 
Sobre a Nova SBE:
A Nova SBE é a mais prestigiada escola de “Business & Economics” em Portugal e uma das principais escolas de Business da Europa. É a faculdade de ciências económicas, financeiras e de gestão da Universidade NOVA de Lisboa. O atual Dean é o Prof. Dr. Daniel Traça (PhD, Columbia University). A Nova SBE é membro do CEMS desde dezembro de 2007. É uma das 77 escolas de Business com a atribuição de ser uma instituição Triple Crown em todo o mundo, o que implica a acreditação pela EQUIS, AMBA e AACSB. Foi a primeira escola de Business portuguesa a adquirir acreditações internacionais e reconhecimento de renome mundial no ensino superior. A visão internacional da Nova SBE também se reflete na adoção do inglês como o principal idioma de ensino. Mais da metade dos cursos de graduação e todos os programas de mestrado, MBA e PhD são lecionados em inglês

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