PAN questiona Governo sobre plano para depositar sedimentos contaminados do Tejo junto às Portas de Ródão
- Em causa está a Operação Tejo 2018 e o plano da APA para depositar os sedimentos numa área protegida
· - O partido acompanha os posicionamentos da Quercus e da ZERO e entende que deve também aqui vigorar o princípio da precaução
· - Ministério do Ambiente deve ser transparente e desenvolver um plano alternativo que salvaguarde a região
No seguimento dos vários posicionamentos de associações ambientalistas e de uma denúncia recebida pelo partido, o PAN – Pessoas-Animais-Natureza questionou ontem Governo sobre o plano de depositar 17 mil metros cúbicos de lamas contaminadas provenientes do fundo do rio Tejo nos concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa.
Em causa está a Operação Tejo 2018 e as negociações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no sentido de remover estes sedimentos do fundo do Tejo e colocá-los junto ao Monumento Natural das Portas de Ródão para posterior secagem e tratamento, numa operação que custará ao Estado 1,5 milhões de euros, financiados pelo Fundo Ambiental.
Por se tratar de uma área protegida, o partido acompanha os posicionamentos da Quercus e da ZERO e entende que deve também aqui vigorar o princípio da precaução, uma vez que a operação de deposição temporária dos resíduos na Área Protegida não é recomendável e pode ser de facto ilegal.
“Os esclarecimentos do Ministro do Ambiente são imprecisos uma vez que não respondem à alegada ilegalidade deste ato. Para além disso, afirma que o terreno onde serão colocados os sedimentos é desprovido de árvores, mas o PAN tem conhecimento de que contém azinheiras, um olival biológico, salgueiros, entre outra vegetação autóctone ribeirinha.”, explica André Silva, Deputado do PAN.
Reforçando as várias intervenções e iniciativas que tem desenvolvido desde há mais de um ano para no sentido de mitigar o problema alargado de poluição do rio Tejo – provocado não só pela indústria da celulose como por outros agentes, como a produção pecuária intensiva – o PAN pretende que o Ministério do Ambiente seja transparente nesta ação e pede um plano alternativo que salvaguarde esta região já profundamente afetada pela poluição.
“Não podemos resolver o problema causado pelas indústrias da celulose nesta região provocando potenciais danos e empurrando a poluição para outros terrenos, principalmente quando estamos a falar de uma área classificada”, conclui André Silva.Tags: