Parques de Sintra inaugura Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz
- Reabilitação do Jardim Botânico integra projeto global de recuperação dos Jardins e do Palácio Nacional de Queluz
- Inauguração conta com a presença da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza
- Intervenção representou um investimento de 815 mil euros
Sintra, 30 de maio de 2017 – A Parques de Sintra inaugura no próximo dia 5 de junho, pelas 16h00, o Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz, numa cerimónia que contará com a presença da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos.
A reabilitação deste espaço faz parte do projeto global de recuperação dos Jardins e do Palácio Nacional de Queluz e tinha como premissa restituir o traçado da cartografia de 1865, sendo que a construção original remonta ao século XVIII. A obra representou um investimento de 815 mil euros.
O Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz foi construído entre 1769 e 1780, sendo contemporâneo das grandes realizações setecentistas do período barroco-rococó nos Jardins de Queluz. De pequena escala, quando comparado com outros jardins botânicos desta época, Queluz assume uma natureza de entretenimento e recreio.
Sucessivamente destruído por fenómenos naturais e abandonado, o Jardim Botânico perdeu a sua função original, tendo sido transformado em roseiral em 1940. Em 1984, na sequência das cheias de 1983 que afetaram fortemente esta zona, o jardim foi desmontado e transformado numa área ampla para picadeiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre.
Já em 2012, a Parques de Sintra iniciou um processo de investigação histórica e sondagens arqueológicas que possibilitou o restauro deste Jardim. Suportado por um vasto conjunto documental, onde ganha particular relevo a listagem da coleção botânica original, o projeto ganhou ânimo com a descoberta e identificação de diversas cantarias - das fundações das estufas, do lago central e de estatuária - que tinham sido desmontadas em 1984 e entretanto integradas, ou esquecidas, noutros pontos dos Jardins de Queluz.
Trabalhos de recuperação
A recuperação do Jardim Botânico consistiu na reposição das quatro estufas, de acordo com a interpretação dos desenhos históricos, dos resultados das sondagens arqueológicas realizadas no local e dos regulamentos atualmente em vigor, incluindo a incorporação das cantarias originais das fundações.
A intervenção contemplou ainda o restauro dos elementos pré-existentes, nomeadamente as balaustradas que delimitam os diferentes espaços do Jardim, os alegretes e respetivos bancos e painéis azulejares, as cantarias do lago central e a estatuária, com vista à restituição do desenho oitocentista do Jardim.
Foram também executados caminhos em saibro granítico, sob os quais foram instaladas as infraestruturas de abastecimento de água, drenagem, energia e comunicações, que dão resposta às necessidades funcionais das estufas e jardins, tendo sido igualmente adaptada e reformulada a drenagem superficial.
Esta rede de caminhos delimita 24 canteiros, representando os espaços necessários às plantações representativas das 24 ordens de plantas de Carlos Lineu (botânico, zoólogo e médico sueco que classificou hierarquicamente as espécies de seres vivos). Nas bordaduras dos canteiros foram plantadas aproximadamente 10 mil plantas de murta.
O Index de Manuel de Moraes Soares datado de 1789, que reúne as espécies existentes na época no Jardim Botânico de Queluz, serviu de base para a constituição da coleção botânica. A partir desta listagem foram contactadas várias instituições a nível mundial que forneceram plantas e sementes para o local.
No interior das estufas, e de acordo com os registos históricos encontrados, foram plantados ananases, produzidos em tempos para os banquetes de Queluz.
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Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua
A Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A. (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. Não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.
Em 2016, as áreas sob gestão da PSML (Parque e Palácio Nacional da Pena, Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros, Palácio e Jardins de Monserrate, Convento dos Capuchos e Escola Portuguesa de Arte Equestre) receberam 2.625.011 visitas, cerca de 83% das quais por parte de estrangeiros. Recebeu, em 2013, 2014, 2015 e 2016, o World Travel Award para Melhor Empresa em Conservação.
São acionistas da PSML a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.
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