Projeto “Um lugar à Mesa Real” celebra património gastronómico e das Artes da mesa nas Cortes europeias
- Iniciativa assinala Ano Europeu do Património Cultural
- Projeto é promovido pela Associação das Residências Reais Europeias
- Programa engloba eventos por toda a Europa para celebrar as tradições culinárias e as Artes da mesa.
- Parques de Sintra apresenta projetos expositivos nos Palácios Nacionais da Pena, de Queluz e Sintra e no Chalet da Condessa d’Edla
A Associação das Residências Reais Europeias (ARRE) assinala o Ano Europeu do Património Cultural com o projeto “Um lugar à Mesa Real”, um programa de exposições e eventos dedicado ao património gastronómico e às Artes da mesa nas Cortes europeias. A iniciativa arrancou no dia 15 de março, com a inauguração da mostra “Por que comemos como comemos?”, no Palácio Schloss Hof, na Áustria. Desde então, o tema tem vindo a ser apresentado em cada uma das 19 residências reais participantes.
Por toda a Europa, até outubro, serão organizadas numerosas iniciativas para celebrar o património. Exposições, percursos temáticos, ateliês pedagógicos, eventos para o grande público, workshops, seminários, reconstituições históricas e espetáculos serão uma oportunidade para refletir sobre a história da Europa e a sua identidade do ponto de vista do legado gastronómico e dos objetos, tradições e vivências ligadas às mesas reais.
Projetos expositivos da Parques de Sintra
No âmbito deste projeto europeu, a Parques de Sintra promove um conjunto de iniciativas pontuais, nos Palácios Nacionais da Pena, de Sintra e Queluz e no Chalet da Condessa d’Edla, que visam estabelecer um diálogo entre os espaços e as coleções dos Palácios com as práticas e tradições da mesa real.
No Palácio Nacional da Pena, até 8 de outubro, estará patente na Sala de Jantar o projeto expositivo “Design, uma inovação à Mesa Real”, que procura transmitir a atmosfera do local, recriando a mesa posta tal como estaria no séc. XIX.
A mostra evidencia a emergência do design na segunda metade do século XIX, altura em que surge um novo tipo de mobiliário de sala de jantar e inovadores objetos de mesa que aliam a funcionalidade à estética.
No Chalet da Condessa d’Edla, o projeto expositivo “Um Lugar Longe da Mesa Real – O Cesto de Piquenique da Condessa D’ Edla”, que pode ser visto até 8 de outubro, realça um objeto em particular: o cesto de piquenique da segunda mulher de D. Fernando II e as peças que o compõem.
A cultura do Romantismo convidava à fruição da natureza, aos passeios no campo e na cidade, e às refeições ao ar livre. Neste contexto surgem objetos de transporte adequados aos piqueniques, como era o caso do cesto para seis pessoas da Condessa d’Edla, onde cabia um conjunto completo de refeição.
O Palácio Nacional de Queluz acolherá três projetos expositivos e um colóquio. “Beber chocolate, um hábito real” é o tema presente na Sala das Merendas dos Aposentos Privados, até 8 de outubro. Na mesa montada estarão dispostos objetos da coleção relacionados com o chocolate, cuja história e hábitos serão ilustrados com o apoio de suportes interpretativos.
O hábito real de beber chocolate tornou-se popular no final do século XVII. Nas cortes europeias surgiram então novos utensílios para servir a bebida, como as chocolateiras em prata e porcelana. Há várias referências à compra de “xicolate” para jantares, ceias e refrescos no Palácio de Queluz, no reinado de D. Maria I, destinado às mesas das “pessoas reais”.
Na Sala de Jantar, de 7 de maio a 8 de outubro, destaque para “O Ecletismo da mesa real”, projeto expositivo que ilustra a variedade das proveniências e materiais dos objetos que coexistiam na mesa real na época de habitação da Rainha D. Carlota Joaquina em Queluz: porcelana chinesa de encomenda europeia, serviços ingleses e franceses, prata mexicana, vidros portugueses e espanhóis.
No Jardim Botânico, até 8 de outubro, o “Ananás, a fruta real” é o protagonista desta exposição didática sobre a importância e o exotismo do ananás nas coleções reais botânicas no século XVIII. A mostra aborda em particular o caso de Queluz e o seu jardim botânico, recentemente reabilitado, onde a família real costumava cultivar este fruto. Em 1774, as estufas deste local produziam ananás em quantidade suficiente para os banquetes da Corte.
Em novembro, decorrerá no auditório do Palácio Nacional de Queluz o colóquio “Um lugar à Mesa Real”, que englobará um conjunto de conferências por especialistas convidados que abordarão este tema nas suas várias vertentes, desde os hábitos alimentares da Família Real, até à migração e popularização de determinados alimentos, passando pelos objetos e protocolo da mesa.
Já no Palácio Nacional de Sintra, de 5 de julho a 7 de outubro, na Sala das Pegas, estará patente a exposição "A Royal Lunch. A visita a Sintra da Rainha Alexandra do Reino Unido. 24 de março de 1905". Este projeto, em colaboração com o Palácio Nacional da Ajuda, evocará o almoço oferecido no Paço de Sintra em honra da rainha Alexandra, consorte de Eduardo VII, a convite da rainha D. Maria Pia. A evocação manifestar-se-á através da reconstituição do ambiente decorativo da Sala das Pegas e da mesa sumptuosa posta por ocasião da vinda a Sintra da soberana britânica. Uma oportunidade única para ver reunidos no palácio de recreio de D. Maria Pia os requintados objetos e serviços de mesa (prata, porcelana e cristal) pertencentes a esta monarca.
Eventos comuns
O projeto contempla também um conjunto de eventos comuns. A 23 de junho, os visitantes das residências reais europeias reunir-se-ão simbolicamente, nos jardins dos Palácios, num evento em simultâneo, ao ar livre. No mesmo dia, será lançado o #EuropeanRoyalPalaces, um concurso de fotografia no Instagram que visa envolver o público mais jovem.
A 19 de julho, decorrerá a terceira edição do #PalaceDay que convida o público a partilhar as suas imagens nas redes sociais.
No dia 8 de outubro, realizar-se-á um jantar de encerramento no Palácio de Versalhes que, em torno de uma refeição inspirada em menus históricos, celebrará a gastronomia e prestará tributo à “haute cuisine” europeia com mais de 100 anos de história, reconhecida como uma das melhores do mundo.
O programa completo dos eventos pode ser consultado em: www.europeanroyalresidences.eu.
Criada em 2001, a ARRE congrega instituições que gerem alguns dos mais prestigiados palácios, castelos e museus da Europa, que foram ou são residências de monarcas ou príncipes reinantes. A associação promove a troca de experiências e conhecimento entre os seus associados, em matéria de preservação e valorização do património cultural. A Parques de Sintra é associada da ARRE desde 2002.
Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua
A Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A. (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. Não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.
Em 2017, as áreas sob gestão da PSML (Parque e Palácio Nacional da Pena, Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros, Palácio e Jardins de Monserrate, Convento dos Capuchos e Escola Portuguesa de Arte Equestre) receberam cerca de 3,2 milhões de visitas, cerca de 80% das quais por parte de estrangeiros. Recebeu, em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, o World Travel Award para Melhor Empresa em Conservação.
São acionistas da PSML a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.
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