MARCELO REBELO DE SOUSA NO 40º ANIVERSÁRIO DA FÁBRICA RENAULT CACIA
Com a compra das antigas instalações da FAP (Fábrica de Automóveis Portuguesa) e a Assinatura de um Contrato Investimento entre o Estado Português e a Régie Renault, no começo da década de 80, foi lançada a primeira “pedra” da fábrica da Renault Cacia, no distrito de Aveiro. Uma história de sucesso, perseverança e excelência, que se traduz nos consecutivos recordes de produção alcançados e nos inúmeros prémios conquistados, espelho da qualidade do trabalho desenvolvido nestas últimas quatro décadas de atividade. Quarenta anos depois da inauguração, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente no 40º aniversário da Renault Cacia.
- O complexo industrial começou a laborar em setembro de 1981.
- É uma das maiores empresas e um dos maiores empregadores do distrito de Aveiro.
- Ocupa, atualmente, 340 000m2 de área total, sendo que 70 000 m2 desta é coberta.
- Emprega mais de 1100 colaboradores, de um total de quase 2000 empregos diretos, e outros tantos indiretos, que a Renault gera em Portugal.
- Exporta para 12 países, divididos por quatro continentes.
- Maior fornecedor mundial de bombas de óleo do Grupo Renault, com mais de 40.000.000 de unidades produzidas até à data.
- Produção exclusiva, para todo o Grupo Renault, da Caixa JT4 que equipa os Renault Clio, Captur e Mégane, bem como os Dacia Sandero e Duster. Capacidade de produção anual 600 mil unidades /ano
- A fábrica dá um novo passo para incrementar a sustentabilidade da sua laboração, com a instalação de 13 mil módulos fotovoltaicos, com uma potência instalada de 6 MWp. O maior sistema de autoconsumo fotovoltaico em Portugal, vai gerar uma autonomia energética de 13% e evitar a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2 por ano.
Presidente da República nos 40 anos de história em Portugal e feita por portugueses
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a fábrica Renault Cacia, no âmbito do seu 40º aniversário, afirmando:
“A implantação da Renault em Portugal, a partir dos Governos de Francisco Sá Carneiro, no qual foi assinado o acordo, e depois de Francisco Pinto Balsemão, quando foi inaugurada a fábrica, significou um passo muito importante no caminho do desenvolvimento e da integração europeia. Recordo-me bem do que significou a inauguração, no dia 11 de novembro de 1981, pelo senhor presidente António Ramalho Eanes, porque era então membro do Governo. Tratava-se de um investimento de grande significado. Trazia um parceiro europeu, a França, que o futuro mostraria vir a ser cada vez mais importante para Portugal, como acontece hoje. Escolhia um Portugal não centralizado em Lisboa. Dava um sinal no sentido daqueles interiores que, naqueles dias, eram ainda mais distantes do centro do poder nacional. Formava recursos humanos, valorizava o essencial da mudança pretendida, as pessoas, a qualificação das pessoas. E as pessoas num sector industrial do futuro, com efeito noutras empresas, no emprego, na região aveirense, no país. Agora, à distância de 40 anos e depois de tudo aquilo que vivemos, parece natural, parece fácil, parece óbvio, e tende-se a minimizar, na altura o que foi um gesto de coragem, de audácia, de visão a longo prazo. É sempre muito fácil refazer a história, do presente para o passado. O difícil é entender o que foi, onde foi e mal se imaginava o que viria a ser. E viria a ser um grupo com 2.000 postos de trabalho diretos e mais de 1.800 indiretos, líder do mercado em 35 dos últimos 42 anos e já há 23 anos consecutivos. Pioneiro em automóveis 100% elétricos há 10 anos, viria a produzir mais de 2 milhões de caixas de velocidades e 40 milhões de bombas de óleo, e como gostam de dizer aqui e eu percebo porquê, não havendo nenhum Renault no mundo que não circule nenhum sem pelo menos um componente produzido em Cacia. Para os trabalhadores da Renault, de hoje, de ontem e de amanhã… Muito grato pelo que ajudaram a mudar Portugal. Para a investidora, os gestores, os responsáveis, o meu reconhecimento.”
Seguiu-se uma homenagem “a um trabalhador, por não ser possível homenagear todos. Um daqueles que estiveram aqui desde o início. Um dos que teve desde o início, um dos mais antigos. Um trabalhador português. Hipólito Rodrigues Branco, que foi pioneiro há quatro décadas. Ao condecorá-lo com a Ordem do Mérito, eu nele homenageio todos os demais, todo o passado, todo o presente e todo o futuro da instituição”, terminou Marcelo Rebelo de Sousa.
Na cerimónia também estiveram presentes José Vicente de Los Mozos - EVP Group Industry & Group Country Head (Diretor Mundial para a Indústria do Grupo Renault e Diretor Geral Grupo Renault Portugal e Espanha), Christophe Clement – Diretor Geral da Fábrica Renault Cacia, Sebastien Guigues – Diretor Geral Renault na Península Ibérica, Ricardo Lopes – Administrador Delegado da Renault Portugal, José Ribau Esteves – Presidente da Câmara Municipal de Aveiro e Nélson Santos – Presidente da Junta de Freguesia de Cacia.
40 anos de história em Portugal e feita por portugueses
O investimento da Renault, em Portugal, é uma história com mais de meio século e que tem na fábrica de Cacia um dos seus pontos mais altos.
Com uma presença alargada em território nacional, a Renault emprega quase 2000 colaboradores diretos, a que se somam outros tantos a nível indireto, resultantes da cadeia de distribuição.
Os empregos diretos encontram-se divididos entre a filial comercial (Renault Portugal), a de distribuição automóvel (Renault Retail Group), a filial de serviços financeiros (RCI Bank) e, assumindo um natural destaque, a fábrica Renault Cacia.
A Renault Cacia foi inaugurada com o objetivo de produzir os mais diversos componentes mecânicos, com destaque para os motores. Até 1996, a unidade de Cacia produziu 3,5 milhões de unidades. A título de curiosidade, sublinhe-se que o motor da primeira geração do Twingo foi fabricado – em exclusivo – na Renault Cacia, entre 1992 e 1996.
Atualmente, mais de 70 por cento do volume de negócios da Renault Cacia diz respeito à produção de caixas de velocidades, nomeadamente a JT4 que é exclusivamente produzida em Portugal para equipar os motores 1.0 (HR10) e 1.6 (HR16) dos Renault Clio, Captur e Mégane e dos Dacia Sandero e Duster. A restante percentagem é repartida entre diversos componentes, nomeadamente bombas de óleo (do qual Cacia é o maior fornecedor mundial de todo o Grupo Renault), árvores de equilibragem e outras referências para caixas e motores, bem como diferentes componentes em ferro fundido e alumínio. Com uma produção tão especializada e diversificada, pode dizer-se que, 99% dos Renault que circulam no mundo, têm pelo menos um componente fabricado na Renault Cacia.
De Aveiro para 12 países e quatro continentes
A Renault Cacia exporta a totalidade da produção para fábricas da Renault e da Nissan de montagem de automóveis e de mecânica situadas em 12 países (África do Sul, Argélia, Brasil, Espanha, França, Grã-Bretanha, Irão, Malásia, Marrocos, México, Roménia e Rússia), distribuídos por quatro continentes.
Assim, não é de estranhar a fábrica Renault Cacia seja uma das primeiras empresas exportadoras do país e a segunda maior unidade industrial de fabricantes automóveis, em Portugal, em número de colaboradores – hoje, a fábrica da Renault em Cacia já conta com mais de 1100.
Nos últimos anos, a unidade portuguesa foi considerada, a melhor a nível mundial, na produção de caixas de velocidades, entre todas as fábricas de componentes mecânicos do Grupo Renault e da Aliança Renault-Nissan. Isto de acordo com os mais exigentes critérios de qualidade, custos e prazos a cumprir.
Ainda em 2017, a Renault Cacia atingiu o incrível número de 10.000.000 de caixas de velocidade produzidas, tendo, no ano seguinte, registado uma nova efeméride, com a produção da bomba de óleo número 40.000.000.
Orgulho no passado, mas de olhos postos no futuro
A unidade está situada num complexo industrial de 340.000 m² de área total, dos quais 70.000 m² cobertos.
Parte do espaço total é ocupado com o maior sistema de autoconsumo fotovoltaico em Portugal. Mais uma medida que vai ao encontro do compromisso do Grupo Renault com o reforço do consumo de energia verde e da política ambiental da Renault Cacia, com uma produção que pretende ser mais sustentável, energeticamente eficiente e amiga do ambiente.
O projeto desenvolvido com os parceiros da ENGIE Hemera, compreende 13 mil módulos fotovoltaicos destinados ao autoconsumo da fábrica Renault Cacia. Ocupando uma área total de 46 mil m2 (o equivalente a mais de quatro campos de futebol), o sistema tem uma potência instalada de 6 megawatt-pico (MWp), gerando, em média, uma produção energética anual de 8 GWh.
A instalação destas unidades de produção para autoconsumo (UPAC), vai permitir uma poupança energética de 13% à Renault Cacia e reduzir drasticamente a sua pegada ecológica, evitando a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2 para a atmosfera.
Para Christophe Clément, Diretor-Geral da Renault Cacia, “este é um investimento estratégico que há muito queríamos concretizar, relacionado com as políticas de sustentabilidade cada vez mais presentes na atividade da Renault. A ENGIE Hemera revelou-se, desde a primeira hora, o parceiro ideal para dar início a este projeto ambicioso e no qual depositamos muitas esperanças, a todos os níveis”.
CRONOLOGIA DA FÁBRICA RENAULT CACIA
DÉCADA DE 1980
- Compra das instalações da FAP (fábrica de Automóveis Portuguesa)
- Assinatura do Contrato Investimento entre o Estado Português e a Régie Renault
- Início da construção da fábrica
- 60.000m2 de área coberta
- Efetivo de 251 trabalhadores (80 dos quais oriundos da ex-FAP).
- Nº de horas formação: 19.500
- 1ª Caixa de Velocidades – HA – montada nos icónicos Renault 4 e Renault 5
- Montagem dos Motores para os icónicos Renault 4 e Renault 5, fabricados nas fábricas de Setúbal e da Guarda
- Arranque da produção da caixa de velocidades JB, que equipava o Renault 9 e, posteriormente, o Renault 11, tendo sido a 1ª transmissão a ser exportada.
- Arranque da maquinação de peças para a caixa JB e de componentes para os motores que equipavam os R4, R5 e R9
- 11 de novembro de 1982: inauguração oficial por sua Excelência, o Presidente da República, General Ramalho Eanes
- Ainda em 1983, foi criado o Centro de Formação Técnica (CFT), que visa contribuir para o aumento das competências dos colaboradores da fábrica
- Arranque da maquinação e da montagem das caixas de velocidades JB4 e JB5
- Arranque do Sistema de Sugestões, um mecanismo de valorização dos colaboradores, que dá voz a iniciativa e criatividade
- Em 1987, é atingido o marco de 1 milhão de motores produzidos e, já em 1989, atingem-se os 1,5 milhões.
- O número de colaboradores aumenta para os 912 (1989) e iniciam-se os turnos de laboração contínua
- A formação continua a ser uma prioridade, assim como o aumento da escolaridade dos colaboradores. Para isso foi desenvolvido o Projeto “Educação Recorrente, com equivalência ao ciclo preparatório – 5º e 6º anos”
- Editado o 1º Jornal Interno – “Renault Informação”
DÉCADA DE 1990
- Estabelecimento de um plano de formação trienal (90-92) para fazer face uma série de projetos ambiciosos: cárteres, implantação da metodologia TPM (Total Production Maintenance) e o Projeto de Fiabilização Total de Equipamentos
- Assinatura do 1º Acordo Social
- Criação da UET (Unidade Elementar de Trabalho)
- Arranque da montagem do motor C3G, unidade produzida exclusivamente para o icónico Twingo. Atingiu uma produção total de 100.000 unidades, em 1993
- Jornada de Portas Abertas, com o lançamento comercial do Twingo, em Portugal
- Visita do Presidente da Régie Renault, Louis Schweitzer
- Em 1995, comemorou-se a produção de 3.000.000 de motores, de 1.500.000 caixas de velocidades e de 3.000.000 de conjuntos de peças de motor
- Certificação de Qualidade referencial UTAC
- Em 97, termina a produção do Motor C3G, aumentando, em paralelo, a montagem de Caixas de Velocidade e a Maquinação de Peças de Caixas de Velocidade e de Motores
- Visita do Diretor Geral Adjunto da Renault, Carlos Ghosn
- Promoção de mais um curso Técnico Profissional Recorrente para adultos, com equivalência ao 12º ano, visando o aumento da escolaridade média da população fabril
- Assinatura do Acordo Sócio Laboral 98-2000
- Criação do Gabinete de Estudos Avançado e do Departamento Técnico-Comercial
- Nova visita do Presidente da Renault, SA, Louis Schweitzer
DÉCADA DE 2000
- A Aliança com a Nissan traz a afetação da montagem da Caixa de Velocidades ND e a Maquinagem de Cárteres ND, que equiparão tanto veículos Renault como Nissan, abrindo novas exportações e fornecedores a nível mundial
- Certificação Ambiental ISO 14001, em 2000
- Em 2002, e ao fim de 20 anos, termina a Montagem da Caixa JB, tendo crescido a produção das caixas JR e ND0 para o Mégane
- Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2000
- A equipa Renault F1 Team testa a Bomba de Óleo “Ílhavo” realizada no nosso Gabinete de Estudos e Ensaios
- Em 2004, e em cerca de dois anos e meio, saíram 1.000.000 de Caixas ND e JR das linhas de produção
- Aumento significativo de efetivos, que atinge os 1099 colaboradores
- Em 2006, celebram-se os 25 anos, com uma Jornada Portas Abertas
- 1ª Expedição direta para a África do Sul
- Em 2009, num contexto de crise da indústria automóvel, a fábrica aderiu ao programa PASA (plano de apoio ao sector automóvel eixo qualificação e emprego proposto pelo governo português), que trouxe a visita do Primeiro-Ministro, Engenheiro José Sócrates
- Em dezembro 2009, a Nissan e o Governo português anunciam o local da nova fábrica de baterias, nos terrenos da fábrica de Cacia.
- Em 2011, a fábrica celebra o 30º aniversário
- 6.500.000 caixas de velocidade são produzidas ao longo destes 30 anos
- Em 2014, é atribuído à fábrica o Troféu Câmara do Comércio e Indústria Luso Francesa: Investimento
- Assinatura de Acordo Sócio-Laboral 2015-2016
- 1º lugar Ranking Manufacturing Renault e Aliança, em 2015
- Programa Women@Renault em Portugal e assinatura da Carta da Diversidade
- Assinatura do Acordo de Competitividade 2017-2020
- Visita do Primeiro-Ministro António Costa
- Atribuição da Medalha de Mérito do Município de Aveiro
- 10.000.000 de caixas de velocidade produzidas
- Prémio Melhor Fábrica do Grupo Ranking Manufacturing 2016 QTP
- Mais um prémio que é recebido pela fábrica – Troféu Litoral Magazine e do Compromisso Korn Ferry
- Um novo recorde de produção das Bombas de Óleo é atingido em 2018 – 40.000.000 de unidades
- Renovação e modernização de vários locais da fábrica
DÉCADA 2020
- Em 2020, termina a produção das Caixas Velocidade JR, mas é assinado o Acordo de Fabricação para a nova JT4
- 2020 foi um ano atípico pelo surgimento da pandemia COVID 19, mas a fábrica continua a laborar dentro das restrições e conselhos da DGS
- Mais um Prémio recebido, desta vez pela Revista Automotive – Prémio “Made in Portugal”
- Em 2021, a fábrica recebe o prémio Alliance Security Awards 2020
- Já com a nova Caixa Velocidades JT4 é batido mais um recorde de produção – 400.000 unidades
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Sobre o Grupo Renault
O Grupo Renault está na vanguarda da reinvenção da mobilidade. Com a sua aliança com a Nissan e Mitsubishi Motors, e com uma experiência única ao nível da eletrificação, o Grupo Renault aposta na complementaridade das suas 5 marcas - Renault - Dacia - LADA - Alpine e Mobilize - e oferece soluções de mobilidade sustentáveis ??e inovadoras aos seus clientes. Estabelecido em mais de 130 países, o Grupo vendeu 2,9 milhões de veículos em 2020. Reúne mais de 170.000 colaboradores que encarnam diariamente a sua “Razão de Ser”, para que a mobilidade nos aproxime. Pronto para enfrentar os desafios na estrada e na competição, o Grupo está comprometido com uma transformação ambiciosa que gera valor. Tem como foco o desenvolvimento de novas tecnologias e serviços, uma nova gama de veículos ainda mais competitiva, equilibrada e eletrificada. Em linha com os desafios ambientais, o Grupo Renault pretende alcançar a neutralidade de carbono na Europa até 2050. https://www.renaultgroup.com/en/
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