Apenas 2% dos gastos da saúde são feitos na área dos diagnósticos, que ajuda em 70% das tomadas de decisões clínicas
Estudo da NOVA-IMS confirma que decisores políticos não percecionam o real valor da área de diagnóstico in vitro;
? Cerca de 70 por cento das decisões clínicas são baseadas nos resultados dos meios de diagnóstico;
? A introdução de inovação nos diagnósticos possibilita poupanças reais ao Sistema Nacional de Saúde ao mesmo tempo que permite melhorar a prática clínica;
? Foram realizados, em 2020, menos 29 milhões de testes de diagnóstico em Portugal, numa redução de 30% em relação ao ano anterior;
? Sessão de debate sobre a importância do diagnóstico in vitro, promovida pela Roche e NOVA-IMS, decorreu no dia 13 de julho e contou com a presença do secretário de Estado da Saúde Diogo Serras Lopes.
Amadora, 15 de julho de 2021 – “Cerca de 70% dos diagnósticos são feitos com base nos resultados de diagnóstico laboratorial”, revelou Fernando de Almeida, Presidente do INSA e Coordenador da task force de testagem, no arranque da sessão organizada pela Roche Diagnósticos e a NOVA-IMS para debater o valor do diagnóstico e o seu impacto no cidadão e na saúde. No entanto, tal como acrescentou Nazli Sahafi, Diretora-Geral da Roche Diagnósticos Portugal, apenas 2% dos gastos em saúde são feitos com o diagnóstico. A este acrescentou outros números: menos 29 milhões de testes de diagnóstico feitos em 2020, o que significa uma redução de 30% face ao ano anterior; entre os quais menos 140.000 rastreios ao cancro do colo do útero e menos 125.000 pessoas que fizeram exames para deteção para o cancro colorretal.
A importância do diagnóstico é, de resto, reconhecida por todos, como confirma o estudo realizado pela NOVA-IMS relativamente à forma como os diferentes atores percecionam o seu valor na discussão sobre a sustentabilidade dos serviços de saúde. Coube a Guilherme Victorino, Diretor da Nova Innovation & Analytics Lab e Professor Convidado da NOVA-IMS, a apresentação dos dados, que mostram não só o valor do diagnóstico para os doentes, profissionais de saúde e sistemas de saúde, assim como o seu contributo para o futuro da medicina personalizada, mas mostram ainda um consenso, partilhado até mesmo pelos decisores políticos: de que estes não percecionam o real valor do diagnóstico, havendo o apelo a mais formação sobre o tema.
Parte do estudo faz uma revisão da literatura publicada até ao momento, tendo o investigador destacado exemplos como o impacto da testagem de HPV para o rastreio do cancro do colo do útero na redução da incidência e mortalidade da doença em 30 e 70%, respetivamente, e redução de custos em 24% para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), face à citologia, o método clássico de rastreio. outro exemplo apontado é o doseamento de um biomarcador, o NT-proBNP que se colocado à disposição do médico de família poderia acelerar o diagnóstico de insuficiência cardíaca, patologia responsável pelo maior número de internamentos, e assim reduzindo os custos atuais com a gestão da doença em pelo menos meio milhão de euros.
A contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos médicos do SNS foi também abordada no estudo, no qual alguns peritos, durante um focus group, apresentaram algumas sugestões para a sua dedução, tais como: aplicação numa base progressiva, funcionamento da taxa como forma de pagamento da dívida total de fornecimentos de dispositivos médicos para DIV, utilização da taxa para a criação de uma bolsa de investigação para aumentar a visibilidade
de Portugal nesta área.
O trabalho apresentou, ainda, outras recomendações mais gerais sobre o diagnóstico, que passam pela introdução de novos modelos de interação entre os diferentes atores; pela avaliação inclusiva e abrangente em relação ao impacto no sistema de Saúde; alinhamento da visão dos diferentes intervenientes; maior autonomia das instituições para inovar e a consolidação de uma visão baseada no valor.
A confirmação desta assunção do valor do diagnóstico prosseguiu durante o debate. João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA, aproveitou para salientar que, quando o diagnóstico não é bem feito, “além de não ser bom para a saúde do doente, isso significa que se está a desperdiçar recursos, a alargar os tempos de tratamento e a não fazer as coisas bem. Quando queremos tratar bem um doente, temos de diagnosticar bem”. Ainda assim, a importância dos diagnósticos não é proporcional à relevância dada a nível político, o que Almeida Lopes justifica com a complexidade da saúde e um “desconhecimento” dos decisores políticos.
Tamara Milagre, presidente da EVITA (Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes relacionados com Cancro Hereditário), conhece bem a importância do diagnóstico, essencial nos casos de cancro hereditário, “que representam 10% de todos os cancros e que têm o maior potencial de prevenção ou deteção precoce. O diagnóstico é fundamental e salva a vida de famílias inteiras”, refere, salientando a importância da prevenção. “Se não investirmos na prevenção da doença, vamos ser atropelados pelos custos enormes que as doenças vão causar, ainda mais agravados pela pandemia”.
Uma posição com a qual Maria Antónia de Almeida Santos, presidente da Comissão Parlamentar para a Saúde, concordou. “Vivemos um tempo difícil, mas é o tempo da ciência e, a partir de agora, haverá uma maior consciencialização de que a ciência tem de estar presente nos orçamentos, nas nossas vidas, não só como tratamento, mas como prevenção e meio de poupança de recursos. Um diagnóstico bem feito e a tempo é um motivo para podermos pensar que se vão poupar recursos no futuro”, afirmou, salientando os passos já dados, a nível legislativo, nesta área.
Presente no debate, Luís Marques Mendes, advogado e comentador político, salientou os dados do estudo, que, segundo o próprio, elenca os benefícios do que chama “uma espécie de revolução no domínio do diagnóstico”. E destacou, ainda, a oportunidade do momento em que é apresentado, quando se prepara para ser aplicado em Portugal o Plano de Recuperação e Resiliência, entretanto aprovado pela Comissão Europeia. ”Esta é uma oportunidade para explicar aos decisores políticos que, com os princípios da ciência e inovação, vamos dar um passo à frente” no que diz respeito à área do diagnóstico.
Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, encerrou o encontro, reconhecendo que “os diagnósticos precoces são vitais” e merecem, por isso mesmo, “uma atenção especial no Plano de Recuperação e Resiliência”. Porque, realçou, “apostar no diagnóstico precoce é apostar na promoção da saúde e na gestão integrada da doença”. E se dúvidas houvesse, a pandemia atestou a importância do diagnóstico: “Realizámos 14 milhões de testes até ao momento, 1,4 por pessoa, um número muito impressionante. A evolução nesta área foi brutal”.
Download do estudo e de imagens do evento aqui.
Sobre a Roche
A Roche é uma empresa pioneira global em produtos farmacêuticos e de diagnóstico, dedicada ao desenvolvimento científico para melhorar a vida das pessoas. A conjugação dos pontos fortes das áreas farmacêutica e de diagnóstico no mesmo espaço fizeram da Roche líder em medicina personalizada, uma estratégia que procura adequar o tratamento certo a cada doente, da melhor forma possível.
A Roche é a maior empresa de biotecnologia do mundo, com medicamentos verdadeiramente diferenciados nas áreas de oncologia, imunologia, doenças infeciosas, oftalmologia e doenças do sistema nervoso central. A Roche é também líder mundial em diagnóstico in vitro e em particular no diagnóstico oncológico baseado em tecido humano, sendo pioneira na gestão da diabetes. Nos últimos anos, a Roche tem investido na caracterização genómica e em parcerias de real-world data tendo-se tornado um parceiro líder da indústria de insights médicos.
Fundada em 1896, a Roche continua a procurar por melhores formas de prevenir, diagnosticar e tratar doenças e contribuir de modo sustentável para a sociedade. A empresa também visa melhorar o acesso dos doentes a inovações no campo da medicina, trabalhando em conjunto com todas as partes interessadas relevantes. Mais de trinta medicamentos desenvolvidos pela Roche estão incluídos nas Listas de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, entre os quais se incluem antibióticos, antimaláricos e medicamentos para o cancro capazes de salvar vidas. Além disso, pelo 12º ano consecutivo, a Roche foi reconhecida como uma das empresas mais sustentáveis na Indústria Farmacêutica pelos Índices Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, Dow Jones Sustainability Indices).
Com sede em Basileia, na Suíça, o Grupo Roche tem atividade em mais de 100 países e, em 2020, empregava cerca de 100 mil pessoas em todo o mundo. No mesmo ano, a Roche investiu 12,2 mil milhões de francos suíços em I&D, tendo registado 58,3 mil milhões de francos suíços em vendas. A Genentech, nos Estados Unidos, é um membro totalmente detido pelo Grupo Roche. A Roche é a acionista maioritária da Chugai Pharmaceutical, no Japão. Para mais informações, visite www.roche.com.
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