Luca de Meo: “A SEAT desenvolverá a tecnologia GNC para o Grupo Volkswagen”

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/          “Devemos reforçar a infraestrutura e assumir o desafio, entre todos, de instalar 300 pontos de abastecimento de gás em Espanha até 2020”, sublinhou o presidente da SEAT
/          No reabastecimento, o Gás Natural Comprimido representa uma poupança de 55% face à gasolina e 30% em comparação com o Diesel 
 
Luca de Meo, Presidente da SEAT, inaugurou, no passado dia 11 de abril, em Madrid o VI Congresso da GASNAM, que contou também com a presença de José Ramón Freire, Presidente da GASNAM; Begoña Cristeto, Secretária Geral da Indústria e das Pequenas e Médias empresas; e Jorge Seguro Sanches, Secretário de Estado da Energia de Portugal.
 
Durante a sua intervenção, Luca de Meo abordou a capacidade da indústria espanhola em inovar e adaptar-se a novos desafios, como o da mobilidade nas cidades e emergência no uso das energias renováveis. E sobre este ponto específico, de Meo afirmou que “o gás natural veicular tem um grande potencial de negócio, tanto para a indústria do automóvel como para a própria indústria do gás”.
 
A SEAT posicionou-se como marca referencial no Gás Natural Comprimido (GNC) do Grupo Volkswagen. Precisamente sobre este aspeto, o Presidente da SEAT anunciou que o Centro Técnico da SEAT, que conta com mais de 1.000 engenheiros, desenvolverá a tecnologia GNC para o Grupo Volkswagen, convertendo-se assim num Centro de Tecnologia a nível internacional. “Queremos que esta seja uma tecnologia made in Spain; queremos ser pioneiros e acreditamos que vamos consegui-lo”, disse.
 
De Meo definiu esta energia como “uma alternativa sustentável e rentável face aos combustíveis tradicionais e ao veículo elétrico”. E nessa perspetiva, sublinhou que os clientes procuram autonomia, com uma carga que possa ser feita no trabalho ou em casa e que seja rápida. “Em suma, que o processo seja simples e económico”.
 
“O melhor da tecnologia GNC é que já existe”, pelo que “não são necessários grandes investimentos e pode ser oferecida amplamente aos clientes”, afirmou. Entre as maiores vantagens está o tempo de reabastecimento, que é rápido e limpo; e que tem um preço semelhante ao dos carros diesel ou a gasolina. Por isso, “o GNC não é apenas uma tecnologia ponte, mas sim uma alternativa real a longo prazo”.
 
Perante os representantes máximos da indústria do gás, Luca de Meo sublinhou que estes veículos têm uma dupla vertente ECO (ECOlógicos e ECOnómicos), já que existem reservas de gás para centenas de anos.
 
Também referiu que, se o parque de veículos de Espanha contasse com um milhão de veículos ligeiros GNC, deixariam de ser emitidas para a atmosfera 1,2 milhões de toneladas de CO2/ano, o equivalente a cobrir Madrid de árvores. “Além disso, significaria uma poupança para cada condutor de 700 a 1.000 euros por ano”.
 
“Estes automóveis, veículos comerciais ou camiões não requerem nenhum desenvolvimento tecnológico, sendo fiáveis, seguros, extraordinariamente competitivos nos custos, cómodos e muito práticos. Têm mais autonomia que outras opções e o seu uso adapta-se melhor à envolvente do que outras tecnologias, tanto na condução urbana, como interurbana ou de longa distância”, destacou. 
 
Luca de Meo também recordou outras vantagens, como a possibilidade de poder circular quando há episódios de elevada contaminação, o rápido reabastecimento, estimado em três minutos, e por tratar-se de uma opção muito económica, já que supõe uma poupança de custos na hora do reabastecimento de 55% em relação à gasolina e de 30% frente ao diesel.
 
Quanto à colaboração entre entidades para o desenvolvimento desta tecnologia, o presidente da SEAT também sublinhou que o futuro do GNC passa “por cooperar com a concorrência, instituições e outras companhias de forma a criar um ecossistema e conseguir que o GNC seja uma alternativa à eletrificação”.
 
“É fundamental aumentar o investimento nos postos de abastecimento, porque não serve de nada termos a tecnologia e mercado sem uma infraestrutura capaz de responder às necessidades dos cidadãos”, sentenciou de Meo. Por isso, adiantou que a SEAT está a trabalhar com diversos parceiros, assumindo o desafio de que Espanha disponha de 300 pontos de abastecimento de gás até ao ano 2020.
 
SEAT, referência em GNC
 
A SEAT começou a apostar no GNC com o lançamento do Mii, Leon TGI e do Ibiza, com o objetivo de “ser a marca referencial na mobilidade veicular com gás natural, biogás e futuros combustíveis sintéticos”. De facto, a SEAT conta com o maior portfólio de veículos GNC do Grupo Volkswagen e da Europa. No final deste ano de 2018, a SEAT também adaptará o modelo Arona, criando o único SUV GNC do mundo.
 
Em Espanha, a matriculação de veículos com propulsão a Gás Natural Comprimido multiplicou-se por dez até ao presente momento do corrente ano e espera-se que em 2030 haja um milhão de automóveis a gás em circulação nas cidades espanholas. Para a SEAT, “o mercado espanhol é o segundo mais importante em termos de tecnologia GNC, depois de Itália”, o que se comprova com a venda, no primeiro trimestre de 2018, de mais de 900 unidades SEAT a gás, quase tantos como as vendas de todo o ano de 2017.
 
 
SEAT é a única companhia no seu setor com capacidade total para desenhar, desenvolver, fabricar e comercializar automóveis em Espanha. Membro do Grupo Volkswagen, a multinacional tem a sua sede em Martorell, Barcelona, exportando 80% dos seus veículos, estando presente em mais de 80 países. Em 2017, a SEAT obteve 281 milhões de euros de lucros depois de impostos e vendeu perto de 470.000 veículos.
 
O Grupo SEAT emprega 14.700 profissionais nos seus três centros de produção: Barcelona, El Prat de Llobregat e Martorell, onde fabrica o Ibiza, Leon e Arona. Adicionalmente, a companhia produz o modelo Ateca e o Toledo na República Checa, o Alhambra em Portugal e o Mii na Eslováquia.
 
A multinacional espanhola tem um Centro Técnico que se configura um “núcleo de conhecimento” que integra cerca de 1.000 engenheiros que têm como objetivo impulsionarem a inovação do maior investidor industrial I&D em Espanha. A SEAT disponibiliza a mais recente tecnologia de conetividade na sua gama de veículos e está empenhada num processo de digitalização global da empresa para impulsionar a mobilidade do futuro.

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