Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade em Portugal

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Portugueses querem mais investimento na Educação, Turismo e Energias Renováveis
 
Matosinhos, 06 de setembro – Educação, Turismo, Energias Renováveis são apontados pelos portugueses como os sectores mais competitivos e cruciais para o desenvolvimento do País. Esta é uma das grandes conclusões do Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade em Portugal, promovido pela Missão Continente com a coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais da Universidade e Lisboa (ICS-ULisboa), cuja apresentação contou hoje com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
 
Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa “a primeira palavra a este inquérito é de elogio. Quer saber-se o que os portugueses pensam sobre eles próprios e essa informação, tratada cientificamente, é muito interessante. Este tipo de trabalho não é só um retrato do país, é um catalisador do futuro dos portugueses. Temos de complementar  a perspetiva económico-financeira com uma perspetiva sociocultural, permanente. É  da simbiose das duas que resulta aquilo que precisa o país”
 
Para Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, “Para a Missão Continente é importante perceber como é que os portugueses veem o seu futuro e o do País e quais as suas prioridades para que possamos garantir um futuro mais sustentável. Esta é a razão principal pela qual entendemos realizar o Primeiro Grande Inquérito à Sustentabilidade em Portugal, com a coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais. Acreditamos que desta forma a Missão Continente conseguirá ir cada vez mais ao encontro das expetativas e necessidades dos Portugueses e contribuir para um Portugal melhor, mais saudável e sustentável ”
 
Cerca de 46% dos portugueses estão de acordo que estas devem ser as grandes apostas de investimento para o futuro do País, apesar de os resultados do inquérito apontarem para a existência de duas visões geracionais – entre os “25 e os 44 anos” e “maiores de 54” - que se polarizam em alguns setores. Especificamente as energias renováveis e as novas  tecnologias/investigação aparecem no topo das áreas prioritárias identificadas pelos mais novos.
Em matéria de Ambiente, os portugueses colocam no topo das suas preocupações os incêndios florestais (46%), o excesso de lixo (34%) e a poluição do mar, praias e oceanos (30%). De acordo com o estudo, liderado pelas sociólogas Luísa Schmidt e Mónica Truninger, investigadora do ICS-ULisboa, também aqui os resultados evidenciaram uma demarcação geracional, espelhada no posicionamento que os portugueses têm em relação aos problemas ambientais. Efetivamente, se a preocupação com os incêndios preocupa ambas as gerações, no caso das alterações climáticas são os jovens quem se mostram mais preocupados, ao passo que os portugueses com mais de 55 anos valorizam, sobretudo, o problema da escassez de água e o excesso de lixo produzido.
 
Ainda de acordo com os resultados deste inquérito, a maior parte dos portugueses (73%) já ouviu falar sobre sustentabilidade, sendo os media o meio privilegiado de acesso a esta temática. São as gerações mais velhas, menos escolarizadas e residentes em meios rurais que afirmam não conhecer o termo. As dimensões dominantes do conceito de sustentabilidade são a económica e ambiental, registando-se um desequilíbrio face à dimensão social e sobretudo à de governança.
 
À expressão sustentabilidade, a maioria dos portugueses associa o “consumo sustentável” (48%). Para o aumento do consumo responsável, os portugueses acreditam que é preciso promover a produção e o comércio de proximidade, e apostar em mais informação, quer através da rotulagem dos produtos, quer através de campanhas para ajudar à mudança dos padrões de consumo. Esta aposta na produção e comércio de proximidade é reafirmada pela tendência de valorização da produção nacional e local.
 
O estudo aponta ainda para um aumento da preocupação com a poupança e uma distribuição justa dos bens sobretudo no pós-crise económica. Do mesmo modo, com a crise, registaram-se também alterações a assinalar em relação aos hábitos alimentares e de consumo em geral: a esmagadora maioria dos portugueses alterou as suas práticas de consumo e de lazer. Desde passarem a optar maioritariamente por promoções e produtos em saldo (39%), até comprar produtos mais baratos (35%) ou a optar por produtos de marca branca ou própria (30%), bem como a frequentar muito menos os restaurantes (31%). Deixaram ainda de frequentar vários tipos de espectáculos culturais e até frequência de ginásios. Entre as práticas de lazer, apenas aumentou a frequência de espaços públicos e naturais de uso gratuito.
 
O Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade em Portugal pretende traçar um retrato da sociedade portuguesa nas áreas do consumo sustentável, alimentação, ambiente, investimento e políticas públicas. Na apresentação dos resultados do estudo, estiveram ainda presentes o Ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes e do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, entre outros representantes de áreas estratégicas em Portugal

Link para transferência do estudo completo, relatório do ICS e imagens do evento disponível até 13/09: https://we.tl/tZ4KJJ0iXt

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