RODRIGO GOMES VENCE PRÉMIO SONAE MEDIA ART 2017

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O Prémio Sonae Media Art é uma iniciativa da Sonae com o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado que pretende fomentar a criatividade e a inovação na sociedade, premiando jovens criadores de nacionalidade portuguesa ou estrangeiros residentes em Portugal que apresentem trabalhos inéditos tendo o multimédia como suporte e/ou tema, quer de uma forma exploratória e inovadora, quer sob um ponto de vista crítico e histórico.

Rodrigo Gomes é o grande vencedor da segunda edição do Prémio Sonae Media Art, o mais importante prémio nacional de arte contemporânea, no valor pecuniário de 40.000 euros. A iniciativa enquadra-se na política de responsabilidade corporativa da Sonae, que pretende promover a criatividade e a inovação na sociedade, nomeadamente através da promoção e desenvolvimento de iniciativas na área da cultura e da educação.

Rodrigo Gomes foi escolhido entre os cinco finalistas por um júri de premiação, que analisou as suas obras inéditas que estão patentes numa exposição conjunta no MNAC – Museu do Chiado. O júri desta segunda edição foi constituído por Filipa Oliveira (curadora e atual diretora artística do Fórum Eugénio de Almeida em Évora), Nuno Crespo (docente universitário e investigador nas áreas da estética, teoria e crítica da arte, arquitetura e filosofia) e Rasmus Vestergaard (diretor e curador-chefe do DIAS – Digital Interactive Art Space, o primeiro kunsthalle dinamarquês com um foco específico em media art e arte digital).

O Prémio Sonae Media Art abrange as formas de criação contemporânea que vão desde a imagem ao som, incluindo a exploração do media vídeo, computação, som e mixed-media, em que outras formas de arte como a performance, a dança, o cinema, o teatro ou a literatura poderão ser incorporadas.

Na primeira edição, em 2015, a artista portuguesa Tatiana Macedo foi a vencedora do Prémio Sonae Media Art, com a obra “1989“, que explorava o meio videográfico e fílmico, através de uma tripla projeção com som espacializado, duma forma pessoal e sensível, relacionando o individual com o político.

Nesta segunda edição, Rodrigo Gomes destacou-se pela sua obra Estivador de Imagens que, segundo o júri de premiação, “revelou um bom entendimento do que é uma exposição de uma peça de new media art numa galeria de um museu. O encontro entre imagem, som, movimento e matéria, numa instalação escultórica é muito bem conseguido. É de salientar igualmente a capacidade que a instalação tem de envolver o espectador numa experiência artística gratificante. Para além destes aspetos tecnológicos e formais, salientou-se igualmente o modo como o trabalho estabelece uma importante relação entre a herança de importantes artistas como Harun Farocki e temas atuais como a vigilância, o terror e a guerra.

O júri gostaria ainda de salientar a particular qualidade e relevância dos trabalhos apresentados pelos restantes artistas finalistas, demonstrando um campo de investigação e experimentação alargado, patente nos diversos media que os constituem.

Na obra de André Martins, Memorial Feed, as questões levantadas são muito importantes no contexto da discussão do que é que é existir em rede, o direito a ser esquecido, o anonimato e a maneira como seremos lembrados digitalmente. A configuração espacial da peça Wolfanddotcom de André Sier é complexa e desafiante revelando um apurado trabalho de programação e construção de imagens. Já em Samarra de Nuno Lacerda, o público está realmente a construir a imagem, num jogo convidativo e lúdico. Por seu lado, em GOD, de Sofia Caetano, a relação entre as imagens vídeo e a sua mise en scene é eficaz a envolver o espectador numa relação direta com a obra e a imersividade proposta é muito interessante e atual.

Por fim, o Júri gostaria de salientar a importância do trabalho conjunto entre o MNAC e a Sonae na realização deste prémio que contribui de um modo decisivo para a discussão e o desenvolvimento da  new media arte no contexto português.”

Catarina Oliveira Fernandes, diretora de Comunicação, Marca e Responsabilidade Corporativa da Sonae, afirma: “O Prémio Sonae Media Art é uma materialização dos valores e cultura da Sonae, nomeadamente da criatividade e da inovação como forma de desenvolvimento social e cultural. Orgulha-nos que o investimento que a Sonae tem vindo a realizar ao abrigo desta parceria, bem como em muitas outras que realizamos em todo o País, esteja a dar a oportunidade a jovens artistas de desenvolverem novas obras, ao mesmo tempo que contribuímos para a divulgação do seu trabalho, promovendo a aproximação crescente da sociedade à arte.”

Emília Ferreira, diretora do MNAC-MC, afirma: “A segunda edição do Prémio Sonae Media Art, fundamental parceria entre a Sonae e o MNAC-MC, no que é um dos mais relevantes prémios de artes visuais no nosso país, apresenta obras que refletem novas tendências globais de produção artística contemporânea. Nas peças dos cinco artistas selecionados – André Martins, André Sier, Nuno Lacerda, Rodrigo Gomes e Sofia Caetano – equacionam-se temas clássicos como a memória, a morte, a extinção, o medo, a guerra ou deus, abordados em linguagens vídeo, videojogo, escultura audiovisual e instalação multimédia interativa. Estes novos media, desafiando a relação tradicional entre arte e espectador e questionando limites percetivos, constituem uma tendência crescente e global. A sua novidade e a rapidez da evolução tecnológica e o modo como se relacionam com as linguagens artísticas oferecem um campo especialmente rico para artistas e público, cujo amadurecimento criativo, capacidade de debate e fruição carecem de apoio. A segunda edição do Prémio Sonae Media Art confirma, assim, a relevância desta parceria para o meio artístico nacional, algo claramente patente nas 123 candidaturas apresentadas à seleção do júri constituído por Adelaide Ginga, António Sousa Dias e Teresa Cruz. O júri de premiação – Filipa Oliveira, Nuno Crespo e Rasmus Vestegaard – distinguiu, por unanimidade, a obra Estivador de Imagens (2017), de Rodrigo Gomes que, desde já felicitamos.”

De referir que, no âmbito da cerimónia de anúncio do vencedor do Prémio Sonae Media Art, é também realizado o lançamento do catálogo da exposição das cinco obras finalistas que integra cinco ensaios inéditos sobre cada uma das peças apresentadas e em exposição, com autorias de António Cerveira Pinto, João Silvério, John Craig Freeman, Margarida Medeiros, Maria João Gamito, Flávia Violante e Rita Salgueiro.

DEPOIMENTOS DOS CINCO FINALISTAS DISPONÍVEIS EM http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/programacao/1830

RODRIGO GOMES (1991).

Nasceu em Faro. Vive e trabalha em Lisboa, frequenta atualmente o Mestrado em Arte Multimédia na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, estudou Arte Multimédia com especificação em Escultura na Universidade de Évora (2012-2015). Fez uma Pós-Graduação em Arte Sonora na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2015-2016) e um curso de Design de Comunicação e Multimédia na etic_algarve (2010-2012).

Cofundou o Núcleo de Artes Visuais de Évora na Escola de Artes da Universidade de Évora (2013) e cocriou a Galeria T10 (2014) nesta mesma instituição. Produziu concertos multimédia, tais como no Festival da Pedreira dos Sons com a Orquestra Sinfónica da Universidade de Évora (2014) e no projeto coletivo de vjing e videomapping de música eletrónica Dejavú (2014-2015). Participou na residência artística RésVés na aldeia de Alte (2016), Utopia nas Oficinas do Convento de Montemor-o-Novo (2015) e LUZ3 organizado por Pedro Portugal na Aldeia da Luz (2013).

Expõe em coletivas regularmente desde 2014, das quais destaca as apresentações na exposição Viga Goiva Maço - Galeria Quadrum (2017), Mostra (2017), Festival Múltiplo na Zaratan – Arte Contemporânea (2016), Soniferous – Exposição de Arte Sonora na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (2016), Utopia – Galeria T10 (2015).

(…)

(Comunicado integral e imagem da obra inédita do vencedor do Prémio Sonae Media Art em anexo)

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