Estudos de Vida Real permitem analisar e avaliar a real efetividade dos tratamentos em grupos mais heterogéneos de doentes
Apesar de metodologicamente rigorosos, os ensaios clínicos podem não capturar fatores importantes para a manutenção da prática clínica diária
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- “Uniformização nacional na recolha de dados devia ser uma meta do Ministério da Saúde”, de acordo com a Prof. Dr.ª Cristina João
Segundo o Dr. Sérgio Chacim “é fundamental tentar perceber o que um fármaco, quando é introduzido na prática clínica, vai oferecer. Só se formos sistemáticos a recolher os dados de Vida Real e produzirmos esse conhecimento de uma forma contínua, é que vamos perceber de facto os resultados obtidos.”
Os ensaios clínicos são um tipo de pesquisa que estuda novos testes e tratamentos, e avalia os seus efeitos na saúde humana. Estes são cuidadosamente elaborados, revistos e necessitam de ser aprovados pelas autoridades reguladoras, sendo também altamente criteriosos na seleção de doentes, de centros de recrutamento, no acompanhamento médico e na monitorização da doença.
Após a publicação dos resultados dos ensaios clínicos e a aprovação das autoridades reguladoras, o medicamento fica acessivel para utilização na indicação aprovada, tornando-se fundamental fazer o acompanhamento e monitorização da sua efetividade. A efetividade de um tratamento é possível de ser conhecida através de estudos com dados de Vida Real, estudos que são realizados com dados de doentes reais e numa população mais heterogénea.
Para potenciar a recolha de dados de vida real no futuro, e na opinião do Dr. Fernando Leal da Costa, a “solução passa por criar bases de dados de âmbito nacional que permitam a consulta por parte dos investigadores, de uma forma rápida e simples. É também fundamental que aqueles que estão envolvidos na prática clínica e de farmacoterapia insiram os registos de forma criteriosa. Além disso, seria também importante que exista, desde logo, um consentimento explícito e imediato por parte dos doentes para que os seus dados possam vir a ser utilizados para análises prospetivas ou alvo de revisão sempre que necessário”.
Segundo a Prof. Dr.ª Cristina João, “para garantir a recolha de dados em vida real, é necessário que todos os hospitais usem os mesmos sistemas informáticos, que obtenham o consentimento por parte dos doentes e que haja, acima de tudo, uma uniformização nacional no processo de recolha de dados. Acredito mesmo que esta deveria ser uma meta do Ministério da Saúde.”
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