Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak

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Depois da passagem por Nova Iorque, a sede da Trienal de Lisboa recebe a exposição de um dos nomes mais importantes da arquitectura polaca da sua geração, firmando cada vez mais este pólo cultural como espaço de programação dedicado ao pensamento e à prática da cultura arquitectónica contemporânea.

Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak apresenta-se no Palácio Sinel de Cordes, de 13 de Julho a 18 de Setembro de 2021.

Esta retrospectiva evidencia não só o extenso e precursor trabalho da arquitecta — pela sua genialidade e afirmação enquanto mulher numa área dominada por homens, — como abre as portas à história de Wroclaw, uma cidade que, outrora, foi a maior metrópole dos territórios orientais da Alemanha e que, em 1945, foi concedida à Polónia, com o fim da Segunda Guerra Mundial.

Patchwork revela um importante conjunto de 24 projectos concebidos por Jadwiga Grabowska-Hawrylak entre 1954 e 1993. Entre propostas mais especulativas e outras mais pragmáticas, das quais 12 obras construídas, na exposição pode descobrir-se a obra da arquitecta através de desenhos, fotografias e maquetes, incluindo um modelo com quase seis metros de altura, à escala 1:10, de Manhattan, o enorme e escultural complexo habitacional que se tornou o seu projecto mais emblemático, assim como o símbolo das aspirações daquela cidade polaca.

Apesar das mudanças nas tendências da arquitectura, o patchwork costurado por Grabowska-Hawrylak em Wroclaw permanece, até hoje, como uma das suas facetas mais interessantes, e continua a ocupar um lugar importante no imaginário colectivo de quem habita e visita a cidade.

A exposição em Lisboa resulta de uma co-produção com o Museu de Arquitectura de Wroclaw, o Instituto Adam Mickiewicz e o Ministério da Cultura e do Património Nacional da República da Polónia. Segundo a curadoria do museu polaco, Michal Duda e Malgorzata Devosges Cuber, a história contada por Jadwiga Grabowska-Hawrylak é “a da mudança de identidade da cidade e da luta contra a mediocridade arquitectónica”. Sobre a mostra, sublinham, “vai provar que a linguagem da excelência arquitectónica é universal e contribuir para uma melhor compreensão da nossa parte do mundo”.

O Palácio Sinel de Cordes recebe assim a sua segunda exposição da temporada de 2021 destacando o trabalho de uma autora incontornável na história da arquitectura da segunda metade do séc. XX mas pouco conhecida em Portugal.

No sábado 24 de Julho, será desenvolvida uma actividade educativa para as famílias, a Oficina Pastiche (5€/criança). O objectivo: “Vem ajudar a projectar a tua cidade”. As inscrições são por mail (até dia 22 de Julho): actividades@trienaldelisboa.com.

A abertura da exposição (13 de Julho) conta com a presença da dupla de curadoria.
 

Sobre Jadwiga Grabowska-Harylak
Natural de Tarnawce, uma pequena aldeia na parte oriental da Polónia, Grabowska-Hawrylak (1920—2018) começou a estudar arquitectura em Wroclaw no Outono de 1945. Conhecida como a cidade alemã de Breslau até esse ano, tornou-se a capital dos Territórios Recuperados da Polónia após a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste decidida na Conferência de Yalta* que determinou o futuro da Europa e do mundo no pós-guerra. É célebre pelos edifícios góticos e barrocos característicos da região da Silésia, mas também pela obra dos primeiros modernistas alemães e pelos projectos imponentes da era comunista. Os remendos da polaca foram essenciais na reconstrução de Wroclaw e deram uma nova unidade ao tecido rasgado da cidade.

A sua longa carreira construiu-se durante a segunda metade do século XX e, nesta exposição, os projectos estendem-se entre 1954 e 1993. Da participação no restauro de Wroclaw aos desenhos modernistas dos anos 1960/70, passando pela estética pós-modernista adoptada em trabalhos mais tardios, nas décadas de 80 e 90, a obra da arquitecta reflecte as sucessivas mudanças culturais e políticas da Polónia.
O projecto mais emblemático de Jadwiga Grabowska-Hawrylak é o enorme e escultural complexo habitacional em Wroclaw, popularmente conhecido como Manhattan (um símbolo das aspirações da urbe, concluído em 1976). No entanto, o seu corpo de trabalho integra também muitos exemplos de design excepcional: escolas dos anos 1950, um edifício maisonette com apartamentos duplex na baixa da cidade e um centro urbano futurista, entre outros.
*Conferência de Yalta [ou Ialta], na Crimeia, reuniu de 4 a 11 de Fevereiro de 1945, Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Joseph Stálin [Estaline] para definirem o mapa europeu do pós-guerra, no qual se decidiu que uma parte do território oriental da Alemanha, onde se situava a cidade de Breslau, passaria a ser território polaco. Breslau passou assim a chamar-se Wroclaw.

Informação sobre horários e entrada:
Terça a Sexta, 14:00 — 20:00
Sábado, 11:00 — 20:00
Entrada Gratuita
Morada: Campo Santa Clara 144-145, 1100-474 Lisboa

Como chegar:
Autocarros
734 Santa Apolónia
? Martim Moniz,
Paragem: Mercado de Santa Clara
712 Santa Apolónia
? Alcântara,
Paragem: Campo de Santa Clara

Metro - Linha Azul
Paragem: Santa Apolónia (+ autocarro 734 ou 8 min. a pé)

Eléctrico
28 Prazeres
? Martim Moniz
Paragem: Voz Operário (+5 min. a pé)

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