Centro Interpretativo Mitos e Lendas de Sintra

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O Centro Interpretativo Mitos e Lendas de Sintra é a mais recente atração turística da região de Lisboa que convida a uma viagem pelo misticismo, segredos e romantismo da vila, através da história, música e literatura, com recurso a cenografia, técnicas multimédia e experiências sensoriais.
 
Promovido pela Associação Turismo de Lisboa (ATL), em parceria com a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) e a Câmara Municipal de Sintra (CMS), o Centro Interpretativo permite a descoberta dos mitos e lendas da Capital do Romantismo, num percurso que, em 17 espaços, cruza a realidade e a ficção a várias dimensões.
 
O projeto tem como objetivo incrementar o desenvolvimento turístico de Sintra, marca reconhecida internacionalmente, e contou com a participação de uma equipa de arquitetos, cenógrafos, guionistas, historiadores e especialistas em audiovisuais, hologramas, efeitos sensoriais, realidade aumentada e filmes 3D.
 
Segundo Vitor Costa, diretor-geral da ATL e presidente da ERT-RL, “este projeto integra o Plano Estratégico para o desenvolvimento do Turismo na Região de Lisboa que prevê a aposta na promoção através de uma abordagem personalizada de experiências, com o objetivo de aumentar o número de portugueses e turistas estrangeiros que visitam Sintra”. A Capital do Romantismo é um destino, por excelência, de day-trip “pelo que a sua relevância para o Turismo na região é muito superior ao número de dormidas”, acrescenta.
 
A expedição pelos mitos e lendas de Sintra tem início num elevador forrado com imagens da vila, ao som da floresta e com luzes reduzidas mas, é no Piso 3 que se encontra o ponto de partida da visita, com a sensação de se ter chegado ao cimo da serra de Sintra.
 
Aqui, um narrador introduz o conceito das lendas e fala sobre o momento da Criação das Penhas – Lenda dos Cinco Altos de Nomes Iguais e Apelidos Diferentes de Sintra para, no Piso 2, os visitantes começarem a ter contacto com eventos históricos e outras lendas, através de ecrãs touchscreen e um filme de animação em telas, com recurso a vídeo mapping, apoiados por narrações em áudio guia.
 
No Piso 1, ficam-se a conhecer as lendas do Túmulo dos Dois Irmãos e dos Sete Ais. Para as contar, são recriados hologramas de dimensões reais que dão espetacularidade à história, mas também, criadas experiências kinetic, em que os visitantes encarnam uma personagem de um jogo, correndo pelo bosque, desviando-se de obstáculos e apanhando alguns dos elementos associados à lenda. Ao sétimo “Ai” o jogador perde.
 
Num espaço dedicado aos escritores que se deixaram seduzir pela vila mágica de Sintra, exibem-se quadros de imagens animadas dos mesmos, com locução das suas experiências contadas na primeira pessoa. Aqui, num espaço 4D, através de uma experiência multissensorial complementada por mecanismos de cheiro e vento, é explicada a lenda da aparição de Nossa Senhora à rapariga muda que pastoreava um rebanho de ovelhas na serra.
 
No Piso -1, novas aventuras esperam os visitantes, como a entrada num túnel que simula o Poço Iniciático; a experiência imersiva de estar a bordo de um barco, a ver o Adamastor, enquanto são envolvidos pelas ondas do mar; ou, até mesmo, as cenografias e hologramas que recriam o universo pagão omnipresente nas lendas e mitos, através da natureza, animais e fadas. A visita termina na envolvência da magia do verde, ao som da floresta.
 
Localizado no edifício do Posto de Turismo na Praça da República, n.º23, o Centro Interpretativo Mitos e Lendas de Sintra abre hoje ao público e pode ser visitado todos os dias, das 9h30 às 18h. A experiência é inclusiva pelo que, aos visitantes com deficiência auditiva ou visual é disponibilizado, respetivamente, um tablet legendado e um áudio guia específico, que lhes permite acompanhar todo o percurso, com descrição das ações e envolvência.
 
Bilheteira
 

  • Adulto :: 4,5€
  • Sénior/Estudante :: 3,5€
  • Criança dos 6 aos 15 anos :: 2€
  • Criança até aos 5 anos :: Gratuito
  • Família (2 adultos+2 crianças 6-15 Anos) :: 12€
  • Grupos (10 pessoas):
    • Adultos :: 3,5€/pessoa
    • Estudantes / Seniores (+ 65 anos) :: 3€/pessoa
    • Crianças (6-15 anos) :: 1,5€/pessoa
 
Download das imagens em: http://we.tl/oocCNX0K1q
Anexo: Lendas de Sintra

Reza a lenda que…
 
  • Tendo D. João I sido apanhado a beijar uma das aias da rainha, se terá justificado respondendo que “tinha sido por bem” e que o fazia por sincera amizade. Para assegurar a sua inocência (e a da referida donzela), mandou pintar, no teto da sala de jantar do seu palácio, um bando de pegas, aves faladoras, que seguravam no bico um bilhete com as honestas palavras, como que apregoando a sua inocência.
 
  • No tempo em que os Mouros dominavam Sintra, um cavaleiro nobre cristão foi feito prisioneiro. Zaida, a filha do alcaide, apaixonou-se por ele. Um dia, o resgate foi pago e o cavaleiro libertado. Apaixonado também por Zaida, o cavaleiro pediu-lhe para fugirem. Zaida recusou mas pediu-lhe para nunca mais a esquecer. O nobre cavaleiro voltou para a sua família e tentou esquecer Zaida nos campos de batalha, não conseguindo. Decidiu então atacar de novo o castelo de Sintra onde, durante o combate, tombou, ferido. Zaida arrastou-o através de uma passagem secreta até uma sala escondida numas grutas e, enquanto enchia uma bilha de água para levar ao seu amado, foi atingida por uma seta e caiu ferida. O cavaleiro cristão juntou-se ao corpo da sua amada. Mais tarde, os dois foram encontrados já sem vida. Diz a lenda que, em certas noites de luar, aparece junto à cova uma formosa donzela vestida de branco a encher uma bilha de água, desaparecendo de seguida após um doloroso gemido.
 
  • Dois irmãos enamoraram-se, sem o saberem, pela mesma mulher. Certa noite, um deles encontra o rival debaixo do balcão da que supunha fiel ao amor jurado e matou-o. No dia seguinte, verificou que o assassinado era o seu irmão querido. Com o mesmo ferro fratricida acabou com a vida, sobre o cadáver do irmão que tanto estimava. Esta é a chamada Lenda do Túmulo dos Dois Irmãos.
 
  • No período da Reconquista Cristã, a princesa moura Anasir, acompanhada pela sua aia Zuleima, foi intercetada por D. Mendo de Paiva. Assustada, deu um “Ai” e quando o nobre cavaleiro mostrou intenção de as não deixar fugir, exclamou o segundo “Ai”. Zuleima pediu-lhe para não soltar mais nenhum grito daqueles, sem lhe explicar a razão. Ao avistar o exército cristão, soltou um terceiro “Ai”. D. Mendo, enamorado de Anasir, decidiu esconder a princesa, ameaçando-a, se recusasse, a separá-la da sua aia. Foi então que Anasir deixou sair o quarto “Ai”. Mais tarde, em casa de D. Mendo e já apaixonada pelo cavaleiro, deu conta de que a casa estava a ser rondada por mouros e Zuleima temeu que fossem homens mandados por Aben-Abed para recuperar a sua noiva e castigá-la pela traição. Foi então que contou a D. Mendo que uma feiticeira tinha vaticinado que, ao sétimo ”Ai”, a princesa Anasir morreria. Curiosa pela reação da aia sempre que se exprimia dessa forma, soltou o quinto e o sexto “Ai”, consecutivamente. Ainda assim, Zuleima não lhe contou o segredo. Entretanto, D. Mendo juntou-se ao exército e as mulheres ficaram sozinhas em casa. Foi então que Aben-Abed surpreendeu a sua princesa, que soltou o sétimo “Ai”, desfalecendo ao mesmo tempo que o mouro lhe cravava o punhal no coração. Quando D. Mendo teve conhecimento da infeliz notícia, tornou-se o mais feroz perseguidor de mouros. Esta é a Lenda dos Sete Ais.
 
  • No tempo de D. João III, andava pela serra uma rapariga muda, pastoreando um rebanho de ovelhas. Tendo perdido uma, pôs-se a procurá-la por montes e vales, chorando copiosamente. Qual não é o seu espanto quando a encontra sobre um rochedo, onde lhe aparece Nossa Senhora sob a forma de uma formosa menina e lhe devolve a fala. Nossa Senhora diz-lhe que volte a casa e vá à arca buscar pão, pois devia estar com fome. Respondeu a pequena pastora que pão não havia há muito tempo, pois a colheita fora fraca. Voltando ao seu humilde casebre, fala com a mãe e dirige-se à arca, ali encontrando vários pães. Perante o milagre, a família e a vizinhança sobem à fraga do alto da serra e, dentro da gruta, encontram uma imagem de Nossa Senhora. Trazem-na em procissão para a Ermida de S. Saturnino, mas daqui chega a desaparecer três vezes e outras tantas volta a ser encontrada na mesma gruta. Os aldeões juntam-se e erguem-lhe, na Peninha, uma capela.

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