Os desafios que se colocam ao CERN e à comunidade portuguesa de Física de Partículas vão ser discutidos na Universidade de Coimbra

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O atual Diretor-Geral do CERN – Laboratório Europeu de Física de Partículas, Rolf Heuer, e a sua sucessora no cargo, Fabiola Gianotti, que assumirá funções no início de 2016, vão estar na Universidade de Coimbra (UC), na próxima sexta-feira, dia 15 de maio, no âmbito de uma visita a Portugal da Comissão internacional ECFA - European Committee for Future Accelerators.
 
Trata-se de uma comissão formada no espaço do CERN, a primeira organização científica internacional a que Portugal aderiu há 30 anos, e que integra delegados dos diferentes países membros, entre os quais, diretores de grandes laboratórios nacionais como DESY (Alemanha) e Frascati (Itália).
 
A representação portuguesa tem sido assegurada por elementos do LIP – Laboratório Associado com cerca de oitenta investigadores doutorados, repartidos pelos polos de Lisboa, Coimbra e Minho, que concentra a quase totalidade das atividades nacionais em Física Experimental de Partículas.
 
Para além da definição da política europeia a respeito das futuras gerações de aceleradores, a ECFA promove visitas periódicas aos países membros do CERN para se inteirar da evolução da Física de Partículas e das áreas de conhecimento associadas, analisando oportunidades, desafios e dificuldades que se colocam às respetivas comunidades científicas.
 
De acordo com o Diretor do LIP – Coimbra, Rui Marques, «as opiniões desta comissão são posteriormente expressas num relatório que é levado ao conhecimento dos governos e agências financiadoras de cada país. Trata-se de relatórios que são da máxima credibilidade face à independência da comissão e ao reconhecido rigor do CERN e das suas comissões especializadas».

A importância dada pelos diferentes governos a tais opiniões «está, com certeza, por detrás do sucesso do CERN e da posição de liderança que a Europa assumiu no domínio da Física de Partículas. Uma posição que tem por base um conjunto de comunidades científicas dos diversos países, muito diferentes nos meios e formas de funcionamento, mas muito bem entrosadas e complementando-se de forma notável», realça o também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
 
No caso português, a par de atividades de I&D quer em tecnologias de detetores, quer na computação distribuída, destaca-se a participação nas duas experiências do maior acelerador de partículas LHC, do CERN, que há cerca de dois anos descobriram a famosa partícula fundamental chamada “bosão de Higgs” (popularmente designada por “partícula de Deus”), e a intervenção em experiências de ponta na Astrofísica de Partículas – ligadas aos raios cósmicos, aos neutrinos e à deteção da dita “matéria escura” (que constitui muito mais do que a massa visível do Universo).
 
A vinda a Coimbra dos diretores do CERN ocorre num momento alto da história da instituição, uma vez que o LHC reiniciou recentemente a sua operação e acaba de alcançar a mais elevada energia de colisão entre partículas elementares jamais conseguida pelo homem: 13 TeV (treze milhões de milhões de eletrão volt)! (http://home.web.cern.ch/about/updates/2015/05/lhc-season-2-follow-people-frontiers-physics)

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