Universidade de Coimbra desenvolve plataforma informática que simula classificação energética da iluminação pública

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O Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma plataforma informática que permite aos municípios simular a classificação energética da iluminação pública. Esta e outras medidas serão apresentada esta sexta-feira, 10 de novembro, entre as 10h e as 17h, no Planetário de Marinha Portuguesa, em Lisboa.
 
«O Sistema de Gestão dos Consumos de Iluminação Pública (SGCIP) permite a avaliação e classificação energética das vias públicas, por meio de um simulador criado para o efeito, tendo em consideração a iluminação pública já instalada. Esta medida contribui para a implementação do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC) ao responder à necessidade de criar um sistema que visa promover a eficiência no consumo energético da infraestrutura nacional de iluminação pública», explica Fernando Martins, investigador do instituto do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC), da FCTUC.  
 
Esta plataforma informática, financiada no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), é de acesso livre e destina-se exclusivamente à gestão da iluminação pública de cada município, pelo que estará disponível para os 308 municípios do país.
 
De acordo com Fernando Martins, «a criação e aplicação da metodologia de avaliação do desempenho energético da iluminação nas vias públicas irá sensibilizar as autoridades locais para a necessidade de melhorar a eficiência energética dessas infraestruturas, criando uma competição saudável entre municípios, freguesias, bairros e ruas».  
 
«O efeito esperado será semelhante ao de outras ferramentas e mecanismos já existentes, como a etiqueta energética de produtos e o sistema de certificação energética de edifícios. O impacto destas ferramentas é reconhecido, e a sua mais-valia é de extrema importância na tomada de decisão por parte do consumidor final, que, neste caso, será o responsável político local», considera o investigador.
 
Além disso, prossegue, «a plataforma SGCIP disponibiliza uma poderosa ferramenta de cálculo luminotécnico para a elaboração de projetos de iluminação pública novos ou para requalificações. O que deverá ter impacto positivo na sensibilização dos profissionais da área da energia para a importância da eficiência energética, na qualidade dos projetos de iluminação pública e na utilização dessas infraestruturas», acredita.
 
«Esta medida visa ainda sensibilizar os cidadãos para as vantagens da eficiência energética, promovendo uma cultura de responsabilidade na utilização de iluminação pública adequada às necessidades, contribuindo assim para a redução dos impactos negativos no meio ambiente», conclui.
 
Durante o evento, além da apresentação desta plataforma, serão também abordadas algumas consequências negativas da falta de eficiência na iluminação pública, com destaque para a poluição luminosa, temáticas que contam com a intervenção da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e do Instituto Astrofísico das Canárias.
 
Haverá ainda espaço para debater o futuro da Iluminação Pública no contexto do PNEC2030, numa “mesa redonda” que reunirá entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Agência para a Energia (ADENE), da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) e a ERSE.

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