Carlos Sousa e o Duster no Dakar: A desistência inglória!

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Uma das mais duras edições da história Dakar foi também madrasta para as aspirações de Carlos Sousa no Duster da Renault Sport Argentina. O piloto português foi obrigado a desistir na ligação para a 8ª etapa, na sequência de uma fuga de óleo no radiador. Um problema detetado na especial de ontem, mas impossível de resolver pela equipa, pelo facto de, nas etapas-maratona, só os pilotos estarem autorizados a fazer reparações e pelos seus próprios meios. Uma desistência inglória, face à determinação e perseverança com que a formação do Duster, com o número 315 nas portas, ultrapassou a primeira semana de prova.
 

As estórias de drama no Dakar 2018 são diárias e hoje o dia fica marcado pela desistência do Duster de Carlos Sousa. Um desfecho insólito para a máquina e raro para o piloto. Com efeito, este é o primeiro ano, desde a estreia em 2013, que um Duster não chega ao pódio final do mais duro rali do mundo. Por sua vez, este foi apenas o quarto abandono do português, em 18 participações!

A desistência consumou-se na ligação para a 8ª etapa, a escassas centenas de metros da partida para o troço cronometrado. «Foi quando constatámos que a fuga de óleo no radiador era maior do que pensávamos», explica Carlos Sousa. «O Duster perdera três litros de óleo, em apenas 30 quilómetros. Com 500 quilómetros de ‘especial’ pela frente, é evidente que íamos ficar pelo caminho com o motor partido. Por isso, para evitarmos males maiores, em conjunto com a equipa, tomámos a decisão de abandonar. Um problema que já tínhamos diagnosticado ontem, mas como se tratava de uma etapa-maratona (com assistência proibida), não conseguimos fazer a reparação com os nossos próprios meios.»

Depois do esforço e determinação que foram necessários para superar a dureza da primeira semana, Carlos Sousa admite que «esta desistência tem um sabor ainda mais amargo. Mas, a verdade, é que a edição deste ano já fez um número incrível de vítimas, até mesmo entre os candidatos à vitória das diferentes categorias.»

O que o português também lamenta é que «nunca tenha tido uma etapa isenta de percalços, pois gostava de ter demonstrado o verdadeiro potencial do Duster. Aliás, já o disse na etapa de descanso, mas repito a ideia: com um bom programa de desenvolvimento e de testes, e com o envolvimento da ‘casa mãe’, não tenho dúvidas que o Duster pode ser um futuro candidato à vitória do Dakar.»

A dupla Carlos Sousa/Pascal Maimon ocupava a 23ª posição da geral quando foi obrigada a desistir do Dakar 2018. Como melhor resultado em etapas, o 13º lugar conquistado na 4ª etapa. «Teria sido possível fazer melhor nalguns dias, não fossem alguns ‘atascanços’, um ou outro percalço técnico e uma ou outra dificuldade de navegação. Mas também teria sido importante eu realizar mais do que um simples ‘shakedown’ antes da prova, até para tentar readquirir o ritmo perdido em dois anos de ausência das competições.»

Para terminar, um desejo e um sentido agradecimento: «Que a Renault ‘casa mãe’ olhe para este projeto do Duster como uma excelente base para um futuro envolvimento oficial da marca. Repito: o potencial do Duster é enorme! Só precisa do apoio e envolvimento oficial da marca para ser ganhador. Mas também quero agradecer a confiança que a Renault Sport Argentina depositou em mim, o empenho de todo o Duster Dakar Team, o trabalho e a amizade do Pascal (o meu navegador), o apoio da Renault Portugal em acolher e divulgar o projeto, bem como as manifestações de carinho e de incentivo que recebi, seja por telefone, mas também na minha página no Facebook. Muito obrigado a todos! Não tenho palavras para exprimir o que sinto…»

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