JOVENS EMPREENDEDORES ESCOLHEM REGIÕES DO INTERIOR PARA CRIAREM O SEU NEGÓCIO
Jovens empreendedores, dos 18 aos 29 anos, optam por permanecer nas regiões do interior devido ao custo de vida favorável, um ritmo de vida mais calmo, aspetos etnoculturais e de pertença à Região (etnocentricidade), na qual os jovens em geral revelam ter muito orgulho.
Esta é uma das conclusões do estudo “Novas ideias de negócios de base regional: startups diferentes para resultados diferentes”, desenvolvido pela NERVIR - Associação Empresarial (Vila Real) e pela AEBB - Associação Empresarial da Beira Baixa (Castelo Branco), no âmbito do projeto YEB – Young Entrepreneurs Boosting.
O objetivo do estudo é responder à necessidade de ampliar o conhecimento relativo ao espírito empreendedor em territórios de baixa densidade (Vila Real, Bragança e Castelo Branco), nomeadamente das gerações mais jovens (18-28). De acordo com dados estatísticos disponíveis, a população global deste universo corresponde a um total de cerca de 571 mil pessoas, das quais os jovens dos 18 aos 29 anos contabilizam cerca de 60 mil pessoas.
“Este estudo pretende abordar as diferenças nas formas de empreender em territórios do interior, pesquisando atitudes, perceções, base motivacional, perceção das políticas públicas e framework institucional, propensão à adoção de novas tecnologias e práticas de trabalho, perceção sobre os principais desafios com que os empreendedores se deparam na implementação de novas ideias e formas de negócio, “afirma Emanuel Campilho, Presidente da Direção da Nervir.
Ainda, de acordo com o estudo, globalmente, 56,5% dos jovens acha que as oportunidades para começar um negócio são muito poucas, mas, ao nível da Região, a opinião negativa sobre a existência de “boas oportunidades” aumenta para 68,9%, sugerindo uma correlação entre a Região e a menor identificação de oportunidades que, portanto, justificará a migração para outras paragens. “Mesmo assim, os jovens consideram que sabem aproveitar as oportunidades latentes (66,9%) e 52,4% manifesta que não tem medo de falhar ao tentar aproveitar uma oportunidade local,“ refere Ana Palmeira de Oliveira, Presidente de Direção da AEBB.
Em Portugal, o empreendedorismo tem sido bastante incentivado pelo Governo, enquanto ator do ecossistema empreendedor, através da implementação de uma série de medidas políticas e regulatórias. Em 2016, o governo lançou o programa StartUp Portugal, que visa criar e desenvolver um novo ecossistema empreendedor no país, atraindo investidores nacionais e estrangeiros com o objetivo de co-financiar startups e facilitar a sua promoção em mercados internacionais. No entanto há questões recorrentes de ineficiência devidas à burocracia e à elevada carga fiscal, que continuam a ser uma barreira ao desenvolvimento do empreendedorismo. Além disso, os especialistas apontam a falta de financiamento disponível como sendo uma das barreiras mais recorrentes às iniciativas dos empreendedores portugueses.
Estudo completo em https://yeb.pt/
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