Agressão russa à Ucrânia: eurodeputados saúdam a solidariedade para com os refugiados

Report this content

Numa altura em que mais de dois milhões de refugiados deixaram a Ucrânia, sobretudo em direção à UE, os eurodeputados apelam aos Estados-Membros para que continuem a mostrar solidariedade.
 
Num debate realizado esta tarde no Parlamento Europeu (PE) sobre a deterioração da situação dos refugiados na sequência da agressão russa à Ucrânia, os eurodeputados relembraram a dramática situação humanitária e elogiaram os Estados-Membros na linha da frente pelo seu extraordinário empenho até agora. Alertaram, no entanto, que será necessária uma solidariedade robusta e continuada a longo prazo.

O debate contou com a participação da presidência francesa do Conselho da UE, representada pela ministra delegada para a Inclusão Económica, Brigitte Klinkert, e da Comissão Europeia, que se fez representar pela comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson.

A comissária Ylva Johansson salientou a pressão extraordinária sentida pelos Estados-Membros que partilham fronteiras com a Ucrânia - Polónia, Hungria, Eslováquia e Roménia -, assim como pela República da Moldávia. A UE deu resposta a este desafio ativando unanimemente no Conselho o mecanismo de proteção temporária, prestando solidariedade, apoiando a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Cruz Vermelha, que trabalham no terreno, e mobilizando 500 milhões de euros em ajuda humanitária.

Os eurodeputados congratularam-se com a resposta rápida da UE para garantir a proteção dos que fogem da guerra na Ucrânia e apelaram a uma ajuda financeira suficiente para manter o apoio a médio e longo prazo. Alguns oradores afirmaram que querem ver progressos concretos na reforma das regras de migração e asilo da UE e outros sublinharam que todos os refugiados, independentemente da sua etnia, necessitam da mesma proteção.

O vídeo do debate em plenário ficará disponível aqui.

Intervenção de eurodeputados portugueses no debate
Isabel Santos (S&D)
Contexto
De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de dois milhões de pessoas deixaram a Ucrânia desde 24 de fevereiro, a maioria das quais com destino aos países vizinhos. No dia 2 de março, a Comissão Europeia propôs, como pedido pelo PE, a ativação da diretiva relativa à proteção temporária para assegurar que os cidadãos ucranianos e as pessoas domiciliadas na Ucrânia que fogem da guerra beneficiem de proteção na UE, o que significa que receberão autorizações de residência e terão acesso à educação e ao mercado de trabalho. A decisão foi adotada pelo Conselho em 4 de março.
Este debate vem no seguimento da sessão plenária extraordinária de 1 de março, na qual participaram por videoconferência o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e o presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk. O PE aprovou nesse mesmo dia uma resolução apelando a sanções mais duras contra a Rússia e a novos esforços para conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato à UE.

Tags: