Dia da Memória do Holocausto: «Hitler não ganhou!»

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Na sessão plenária que assinalou o Dia Internacional da Memória do Holocausto, a sobrevivente do gueto de Varsóvia Irene Shashar relatou a sua experiência perante os eurodeputados. 

«Hoje prestamos homenagem às vítimas do Holocausto e reafirmamos o nosso compromisso inabalável contra o antissemitismo, o racismo e outras formas de ódio. A Europa recorda», sublinhou Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, que abriu a sessão solene. Advertindo que o silêncio cúmplice de muitos contribuiu para os horrores do nazismo, Roberta Metsola sublinhou que «o Parlamento Europeu não é um lugar de indiferença — falamos contra os negadores do Holocausto, contra a desinformação e contra a violência».

«Vamos ouvir a sua história. Vamos levar as suas lições connosco. Lembrar-nos-emos», concluiu a presidente do Parlamento Europeu.

Irene Shashar descreveu como sobreviveu ao nazismo no gueto de Varsóvia e também no lado ariano da cidade, com o apoio dos amigos da família, enquanto "criança escondida do Holocausto". A viver atualmente em Israel, Irene Shashar declarou: "Foi abençoada com a oportunidade de ter filhos e netos. Eu fiz exatamente o que Hitler tentou tanto impedir. Hitler não ganhou!"

No seu discurso, Irene Shashar evocou a guerra em curso e os ataques terroristas do dia 7 de outubro. Notando que abandonou o seu país «na sequência da violência, assassinato, violação e terror», Irene Shashar pediu aos eurodeputados a sua solidariedade e apoio para ver os 136 reféns reunidos com as suas famílias.

«O ressurgimento do antissemitismo significa que o ódio do passado ainda está connosco», na Europa, em particular após os ataques de outubro, observou. «Os judeus voltaram a não se sentir seguros na Europa. Depois do Holocausto, isto deve ser inaceitável. 'Nunca mais' deve significar nunca mais», sublinhou.

Referindo-se ainda à Europa, que conseguiu pôr de lado o ódio e estabelecer uma união, Irene Shashar declarou: «No meu sonho os meus filhos, todas as crianças, vivam num Médio Oriente pacífico, livre de ódio, especialmente contra nós, os judeus. No meu sonho, os judeus encontram segurança em qualquer lugar que escolham chamar de casa. E o antissemitismo é, finalmente, uma coisa do passado.

Irene Shashar concluiu o seu discurso ao afimar que, apesar de ter ganho contra Hitler, os seus netos devem agora lutar pela sua sobrevivência. «Peço-vos, Parlamento da Europa, que ajude a concretizar o meu sonho. Juntamente consigo, podemos acabar com o antissemitismo e alcançar uma paz duradoura.»

Após o discurso de Irene Shashar, os eurodeputados observaram um minuto de silêncio. A cerimónia terminou com uma interpretação de «Kaddish», de Maurice Ravel, por Sheva Tehoval (soprano) e Marcelo Nisinman (bandonéon).

Vídeo da cerimónia

Irene Shashar
Nascida em 12 de dezembro de 1937 como Ruth Lewkowicz, Irene Shashar sobreviveu ao gueto de Varsóvia. Depois que seu pai foi morto pelos nazistas, ela escapou do gueto com a mãe e estava escondido para o resto da guerra. Ela e a mãe mudaram-se para Paris. Depois da morte da mãe, mudou-se para o Peru, onde foi adotada por familiares.

Para saber mais

Centro multimédia do Parlamento Europeu: Comemoração do Holocausto
Luta contra o ressurgimento do neofascismo na Europa (debate, 16 de janeiro de 2024)
Necessidade urgente de medidas imediatas contra o aumento do antissemitismo (debate, 8 de novembro de 2023)
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