Eurobarómetro: Contexto geopolítico torna o voto nas Eleições Europeias ainda mais importante
- Mais de oito em cada dez cidadãos europeus (81%) e nove em cada dez portugueses (90%) acreditam que votar é ainda mais importante devido à atual situação geopolítica.
- Seis em cada dez cidadãos europeus (60%) interessam-se pelas próximas eleições europeias, que em Portugal acontecem a 9 de junho. São mais 11 pontos percentuais do que no mesmo período antes das últimas eleições europeias de 2019. 51% dos portugueses revelam-se interessados, mais 13 pontos percentuais do que no mesmo período antes das últimas eleições europeias.
- Os cidadãos europeus (73%) consideram que as ações da União Europeia têm um impacto na sua vida quotidiana. Em Portugal, esta percentagem é mais elevada: 82%
- A defesa e a segurança da União Europeia são questões cada vez mais importantes.
- O apoio à economia e criação de novos empregos (55% dos portugueses; 31% da média europeia), a luta contra a pobreza e a exclusão social (52% dos portugueses, 33% da média europeia), bem como a saúde pública (48% dos portugueses, 32% da média europeia) são as principais questões que preocupam os eleitores
O último Eurobarómetro do Parlamento Europeu antes das eleições europeias de junho revela que os europeus estão mais conscientes sobre a importância do voto dadas as suas preocupações com o atual contexto geopolítico.
O mais recente Eurobarómetro, divulgado esta quarta-feira, dia 17 de abril, revela uma tendência positiva crescente nos principais indicadores eleitorais a poucas semanas de os cidadãos da União Europeia se deslocarem às urnas para votar nas eleições que decorrem, em todos os Estados-Membros, no período compreendido entre 6 e 9 de junho (sendo que em Portugal se vota a 9 de junho). O interesse nestas eleições europeias, o conhecimento sobre a data em que se realizam e o interesse em votar, são exemplos de indicadores que aumentaram desde o último inquérito (outono de 2023). Estas tendências crescentes são ainda mais significativos em comparação com o inquérito divulgado no período homólogo, antes das eleições europeias de 2019.
Atualmente, 60% dos cidadãos da UE dizem estar interessados em votar nas eleições europeias de junho (+3 pontos percentuais em comparação com o estudo anterior, e +11 pp em comparação com o mesmo período em 2019). Sete em cada dez europeus (71%) manifestam ser provável votar nestas eleições, o que representa +3 pontos percentuais quando comparado com o último trimestre de 2023, e +10 pp em comparação com o período homólogo em 2019. Os resultados sugerem ainda que os cidadãos da União Europeia estão muito conscientes da importância destas próximas eleições europeias, considerando o atual contexto geopolítico, sendo que oito em cada dez (81%) dos inquiridos concordam que isso torna o voto ainda mais importante. Do mesmo modo, a grande maioria dos cidadãos em todos os Estados-Membros concorda com esta afirmação - em Portugal chega aos 90%.
Há mais portugueses interessados em votar nas Eleições Europeias de 9 de junho
Mais de oito em cada dez portugueses (81%) considera que Portugal tem uma voz na União Europeia, e quando questionados sobre as próximas eleições europeias, que decorrem no dia 9 de junho, 46% dos inquiridos consideram o exercício do voto muito importante, 51% diz ter interesse, e 57% que é provável exercê-lo. Apesar de este último ser um valor ainda abaixo da média europeia (que é de 71%), está 10 pontos percentuais acima do Eurobarómetro divulgado no mesmo período antes das últimas eleições europeias, de 2019. Ainda assim, 71% dos portugueses demonstraram não ter conhecimento exato da data em que se realizam estas eleições - 9 de junho.
A Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, refere: "Os cidadãos europeus têm consciência do que está em causa nesta ida às urnas, e que o voto se torna cada vez mais importante no atual contexto geopolítico. Faço um apelo aos nossos cidadãos: usem o vosso voto nas próximas Eleições Europeias, por forma a reforçar a democracia europeia e moldar o futuro da Europa"
Com a aproximação do fim da atual legislatura, este estudo conclui que nove em cada dez portugueses (90%) tem uma imagem positiva ou neutra do Parlamento Europeu (PE) - um valor superior à média europeia, que é de 81% - e mais de seis em cada dez (67%) gostaria que o PE desempenhasse um papel mais importante. A maioria dos cidadãos da UE (56%) partilha da mesma opinião. Apenas 15% dos portugueses ficariam satisfeitos se o Parlamento Europeu mantivesse o papel que desempenha atualmente (10% dos europeus).
“Nos últimos anos, o Parlamento Europeu e a União Europeia apresentaram resultados sem precedentes. Vimo-nos confrontados com circunstâncias desafiantes e excecionais, das quais saímos ainda mais fortes. O Parlamento Europeu tem sido, e continuará a ser, a voz e o defensor dos cidadãos da UE”, acrescenta a Presidente Metsola.
Os portugueses (55%) gostariam de ver a economia e criação de empregos como principal questão a ser debatida durante a campanha eleitoral - uma preocupação acima da média europeia, que é de 31%. Em Portugal, os cidadãos priorizam ainda a luta contra a pobreza e a exclusão social (52%) e o apoio à saúde pública (48%) - à semelhança da maioria dos europeus, que colocam a luta contra a pobreza e a exclusão social (33%) e a saúde pública (32%) como principais preocupações a ser debatidas. Também a defesa e segurança da União Europeia surgem no topo das prioridades: em quarto lugar tanto para a média portuguesa (25%), como para a média europeia (31%). Esta é uma preocupação que aumentou ao longo da legislatura, no seguimento da agressão da Rússia contra a Ucrânia. A defesa e a segurança da UE são atualmente mencionadas como primeiras prioridades da campanha eleitoral em nove países, com resultados mais elevados na Dinamarca (56%), Finlândia (55%) e Lituânia (53%).
Projetando para o futuro, os europeus (37%) consideram a defesa e a segurança como a primeira prioridade para reforçar a posição da União Europeia a nível mundial - e 38% dos portugueses concordam. Ao nível da UE seguem-se as questões energéticas e a segurança alimentar/agricultura (ambas com 30%). Em Portugal, os cidadãos consideram que, para além das questões energéticas e da segurança alimentar (36%), a UE deve priorizar a competitividade, a economia e a indústria (32%).
Quatro em cada dez europeus, consideram que o papel da UE se tornou mais importante nos últimos anos. A maioria dos cidadãos suecos (67%), portugueses (63%) e dinamarqueses (60%) acham o mesmo. Em contrapartida, os cidadãos da Eslovénia e da Chéquia (32% e 30%, respetivamente) expressam uma opinião contrária, apontando para um papel da União Europeia menos importante.
A grande maioria dos portugueses (82%, mais do que a média europeia de 73%) acreditam que as ações da União Europeia têm um impacto na sua vida quotidiana, sendo que 19% considera que tem “muito” impacto. Além disso, quase nove em cada dez dos cidadãos portugueses (88%) concorda que, em termos gerais, Portugal beneficiou com a adesão à UE - um nível de satisfação acima da média europeia, que ronda os 71%.
Os resultados completos podem ser consultados aqui.
Contexto:
O Eurobarómetro de primavera de 2024 do Parlamento Europeu foi realizado pela empresa de estudos de opinião Verian (anterior Kantar), entre os dias 7 de fevereiro e 3 de março de 2024, nos 27 Estados-Membros da União Europeia. O inquérito foi realizado presencialmente, com entrevistas em vídeo (CAVI), utilizadas na Chéquia, Dinamarca, Finlândia e Malta. Foram realizadas 26 411 entrevistas no total, das quais 1032 a cidadãos portugueses. Os resultados da União Europeia foram ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.
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