Eurobarómetro: saúde, pobreza e clima como prioridades - e democracia como valor mais importante

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42% dos europeus (72% dos portugueses) consideram que a saúde pública deve ser uma prioridade fundamental do Parlamento Europeu, seguida da pobreza e das alterações climáticas. Os portugueses assinalam ainda como prioridade a economia e o emprego (60%).

  •        Um terço dos europeus consideram a democracia o valor mais importante a defender, seguida da liberdade de expressão e de pensamento (27%). Os portugueses assinalam a igualdade de género, a solidariedade e a dignidade humana como valores cimeiros.
  •        Os portugueses continuam entre os mais pró-europeus: 67% querem um papel reforçado do Parlamento Europeu (média UE: 58%), 47% têm uma imagem positiva da instituição (média da UE: 36%) e 88% dizem que Portugal beneficia por ser membro da União.
O apoio dos cidadãos ao Parlamento Europeu (PE) e à UE aumentou durante a pandemia.
Os cidadãos europeus encaram a saúde pública (42%) como uma prioridade política fundamental para o Parlamento Europeu, seguida de imediato pela luta contra a pobreza e a exclusão social (40%) e pela ação contra as alterações climáticas (39%). A nível da média europeia, os jovens colocam a luta contra as alterações climáticas como principal prioridade para o Parlamento Europeu.
Em Portugal, os inquiridos identificam como prioridades mais importantes a saúde pública (72% dos portugueses), a luta contra a pobreza e a exclusão social (61%) e os apoios à economia e ao emprego (60%).
Democracia:  valor essencial para os europeus
A democracia é o valor essencial que os cidadãos querem que o Parlamento Europeu defenda. Quase um terço dos inquiridos (32% na UE, 19% em Portugal) identificou a democracia como o principal valor europeu a defender, seguida pela liberdade de expressão e de pensamento (27%) e a proteção dos direitos humanos (25%).
Este Eurobarómetro espelha os resultados do último inquérito sobre o Futuro da Europa, publicado pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia em janeiro de 2022, no qual nove em cada dez europeus consideraram que ainda há trabalho a fazer para reforçar a democracia na UE.
Onze Estados-Membros colocam a defesa da democracia em primeiro lugar: Suécia, Alemanha, Finlândia, Itália, Dinamarca, Áustria, Luxemburgo, Malta, Polónia, Chéquia e Hungria.  Os inquiridos da Chéquia e da Hungria colocam igualmente a proteção dos direitos humanos em primeiro lugar.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, comentou os resultados do inquérito: "Como corretamente assinalado pelos cidadãos, a defesa da democracia é o valor mais importante, acima de qualquer outro. Não podemos tomar a democracia como garantida; extremismos, autoritarismos e nacionalismos são hoje ameaças ao nosso projeto europeu comum”.
Em Portugal, os inquiridos identificam a igualdade entre homens e mulheres (32%), a solidariedade entre Estados-Membros e regiões (30%) e a dignidade humana (27%) como os valores mais importantes.

Os cidadãos querem saber mais sobre a UE e a aplicação dos fundos europeus
Os europeus mostram um claro interesse  em saber mais sobre a UE: 58% dos europeus dizem que acompanham o que se passa na política europeia, mas gostariam de saber mais. A informação sobre a aplicação concreta dos fundos da UE seria o tema mais interessante para 43% dos inquiridos, revela o inquérito. Os cidadãos desejam também entender melhor as consequências reais da legislação europeia nos seus países (30%), as atividades concretas dos eurodeputados do seu país (29%), e as ações levadas a cabo pela UE no combate à pandemia de COVID-19 (29%).
Os cidadãos querem e merecem mais informação sobre o impacto concreto das políticas e decisões da UE nas suas vidas. As pessoas devem saber onde é gasto o dinheiro”, disse a presidente Roberta Metsola.
O Parlamento Europeu tem deixado claro que a atribuição dos Fundos de Recuperação da UE deve basear-se em planos claros e previamente aprovados, sujeitos a controlo e transparência consistentes, e estar dependente do respeito pelos valores democráticos fundamentais.

Imagem do Parlamento Europeu e da UE: maior confiança e um papel mais forte
O apoio dos cidadãos à UE, e em particular ao Parlamento Europeu, aumentou durante a pandemia. A maioria dos europeus (58%) apoia um papel mais relevante do Parlamento Europeu no futuro. 36% dos inquiridos têm uma perceção positiva do Parlamento, 43% têm uma visão neutra e somente 7% uma imagem negativa. Esta apreciação positiva do Parlamento é também refletida no último Eurobarómetro Padrão da Comissão Europeia 95.1, em que os cidadãos indicaram que o Parlamento Europeu é a instituição em que mais confiam, de entre todas as instituições europeias.
Os portugueses continuam a ser dos europeus com uma imagem mais positiva do Parlamento Europeu, com 47% dos inquiridos (apenas atrás da Irlanda, com 62%, e da Suécia, com 48%, sendo a média da UE27 de 36%). Os franceses são os que têm uma pior imagem da instituição, com 22% a referir que têm uma boa imagem.
Sobre a boa perceção da União Europeia em geral, os portugueses estão em segundo lugar, logo atrás da Irlanda; 67% dos portugueses têm uma imagem positiva da UE e 79% são a favor da UE (a média europeia é de 70%).

Jovens
Os jovens europeus estão otimistas quanto ao futuro da Europa - e, juntamente com as alterações climáticas, consideram-no uma prioridade máxima para o Parlamento Europeu. Os jovens também estão mais satisfeitos com a democracia na UE. Tendem a ver a situação como evoluindo na direção certa na UE e, em geral, são mais propensos a ter uma imagem positiva da União.
Benefícios de pertencer à UE
A maioria dos cidadãos europeus (62% na UE, 77% em Portugal) encara favoravelmente a pertença do seu país à UE, enquanto apenas 9% dos europeus (e 2% dos portugueses) pensam o contrário. Este é, pelo segundo ano consecutivo,  o melhor resultado desde 2007. Quase três quartos dos inquiridos (72%) afirmam que o seu país beneficiou da adesão - 88% dos portugueses dizem que Portugal beneficia por ser membro da UE. A maioria dos inquiridos (63%) diz ainda estar otimista relativamente ao futuro da UE.
Eleições europeias
A maioria dos cidadãos (58%) diz que provavelmente votaria “se as eleições europeias fossem realizadas na próxima semana”. Em Portugal, essa percentagem está nos 52%.
Contexto
O Eurobarómetro de outono de 2021 do Parlamento Europeu foi realizado entre 1 de novembro e 2 de dezembro de 2021 nos 27 Estados-Membros da UE. Foi realizado presencialmente e completado com entrevistas em linha quando necessário, devido à situação pandémica. No total, realizaram-se 26 510 entrevistas. Os resultados da UE são ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.

O Eurobarómetro completo está disponível em https://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/2612.

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