Os cidadãos da UE continuam a considerar a democracia como o valor mais importante que o Parlamento Europeu deve defender. Para 72% dos inquiridos, o seu país beneficiou de ser membro da UE.
|
A democracia, os direitos humanos e a liberdade de expressão são fundamentais para os cidadãos da UE, que apelam ao Parlamento Europeu para que defenda estes valores em que assenta a nossa União. São algumas das principais conclusões do inquérito Eurobarómetro do outono de 2022 do Parlamento Europeu, cujos resultados foram hoje publicados.
Segundo os resultados do inquérito realizado entre 12 de outubro e 7 de novembro de 2022, 74 % dos cidadãos da UE aprovam o apoio da União Europeia à Ucrânia na sequência da invasão da Rússia. Em todos os Estados-Membros, a maioria dos cidadãos aprova o apoio da UE, com os níveis de apoio mais elevados na Suécia (97 %), na Finlândia (95 %), nos Países Baixos (93 %), em Portugal (92 %) e na Dinamarca (92 %).
Dez meses após o início da guerra na Ucrânia, o apoio às medidas concretas da UE – como as sanções contra o Governo russo ou o apoio financeiro, militar ou humanitário à Ucrânia –, mantém-se elevado (73 %), com Portugal entre os seis países com mais elevada aprovação (90 %). Os participantes portugueses no inquérito também estão entre os mais satisfeitos (83 %) com a cooperação entre os Estados-Membros para enfrentar as consequências da guerra na Ucrânia, em comparação com a média europeia (58 %).
O último inquérito Eurobarómetro do Parlamento confirma o empenho inabalável dos cidadãos europeus não só no apoio à Ucrânia, mas também nos valores em que assenta a União Europeia. Questionados sobre os valores que o Parlamento Europeu deve defender prioritariamente, a democracia é o mais referido (36 %), seguido da proteção dos direitos humanos na UE e no resto do mundo (29 %) e da liberdade de expressão e de pensamento (28 %). Os cidadãos querem que estes valores fundadores da União Europeia sejam protegidos e defendidos dentro e fora da UE. Em Portugal, 36 % dos respondentes apontaram como prioridade do Parlamento Europeu a defesa dos direitos humanos. Os mesmos valores são defendidos diariamente pelos ucranianos desde a invasão não provocada e injustificada da Ucrânia pelas tropas russas.
Roberta Metsola, congratulando-se com os resultados do inquérito, afirmou: «A agressão russa tem causado sofrimento humano e destruição maciça terríveis. A coragem e a resiliência dos ucranianos face ao terror são impressionantes. A melhor resposta e apoio que a União Europeia pode dar são a solidariedade e a unidade europeias. Os ucranianos podem contar com o apoio firme do Parlamento Europeu.»
O impacto da guerra russa na Ucrânia é claramente sentido pelos cidadãos europeus. Devido à guerra e às suas consequências, cerca de dois terços dos cidadãos da UE acreditam que a sua vida mudará (65 %, mais 4 pontos percentuais do que em abril/maio de 2022).
Ao mesmo tempo, os cidadãos constatam a verdadeira vantagem de pertencer à União Europeia, com 72 % dos europeus a afirmar que o seu país beneficiou de ser membro da UE. Em Portugal, o valor é superior à média europeia, com 87 % dos participantes a terem uma opinião positiva sobre as vantagens de pertencer à UE.
Questionados sobre as motivações dessa opinião, a maioria dos inquiridos refere o contributo da UE para a manutenção da paz e o reforço da segurança (36 %, mais 6 pontos percentuais do que em novembro/dezembro de 2021). Os maiores aumentos registam-se na Letónia (mais 16 p.p.), na Lituânia (mais 15 p.p.), na Estónia (mais 12 p.p.), nos Países Baixos (mais 13 p.p.), em Malta (mais 11 p.p.) e na Polónia (mais 11 p.p.), indicando o efeito que a guerra russa contra a Ucrânia poderá ter tido. Entre as outras razões apresentadas, destacam-se os benefícios da cooperação entre os Estados-Membros (35 %, mais 3 p.p.) e a contribuição da UE para o crescimento económico do país (30 %, a mesma percentagem que no inquérito anterior).
Pode consultar uma apresentação destes resultados aqui.
Contexto
O Eurobarómetro do outono de 2022 do Parlamento Europeu foi realizado pela Kantar entre 12 de outubro e 7 de novembro nos 27 Estados-Membros da UE. O inquérito foi realizado presencialmente (na Chéquia e na Dinamarca, através de entrevista em vídeo por computador). No total, foram efetuadas 26 443 entrevistas. Os resultados da UE foram ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país. |
|