Parlamento Europeu declara Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo

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Rússia está a cometer crimes de guerra e “utiliza métodos de terrorismo"
Eurodeputados querem maior isolamento da Rússia
Fecho e proibição de instituições com ligações ao Estado russo que funcionam como promotoras de propaganda
Nono pacote de sanções da UE contra Moscovo deve ser concluído

Na sequência dos atos de violência cometidos pelo regime de Vladimir Putin contra civis ucranianos, os eurodeputados reconhecem a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo.
O Parlamento Europeu aprovou, esta quarta-feira, uma resolução sobre os últimos desenvolvimentos na brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Os eurodeputados salientam que os ataques deliberados e as atrocidades cometidos pelas forças russas e seus aliados contra civis na Ucrânia, a destruição de infraestruturas civis e outras violações graves do direito internacional e humanitário equivalem a atos de terror e constituem crimes de guerra. Consequentemente, reconhecem a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo e como um Estado que "utiliza métodos de terrorismo".
 
Quadro jurídico da UE revela-se necessário
 
Uma vez que a UE não pode atualmente designar oficialmente Estados como patrocinadores do terrorismo, o Parlamento apela à UE e aos seus Estados-Membros para que criem o quadro jurídico adequado e considerem a possibilidade de acrescentar a Rússia a essa lista. Isto desencadearia uma série de medidas restritivas significativas contra Moscovo e teria profundas implicações restritivas para as relações da UE com a Rússia.
 
Entretanto, os deputados europeus apelam ao Conselho para que inclua a organização paramilitar russa "Grupo Wagner", o 141º Regimento Especial Motorizado, também conhecido como "Kadyrovites" e outros grupos armados, milícias e forças financiadas pela Rússia, na lista de terroristas da UE.
 
Rússia mais isolada e completar o trabalho sobre o nono pacote de sanções da UE
 
O Parlamento apela à União Europeia para que isole ainda mais a Rússia internacionalmente, incluindo quando se trata da adesão da Rússia a organizações e organismos internacionais, tais como o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os eurodeputados também querem que os laços diplomáticos com a Rússia sejam reduzidos e que os contactos da UE com representantes oficiais russos sejam mantidos ao mínimo absoluto. O Parlamento apela aos países da UE que fechem e proíbam as instituições ligadas ao Estado russo, como “associações da diáspora russa”, que funcionam como promotoras e difusoras da propaganda para todo o mundo.
 
A resolução apela ainda aos Estados-membros da UE para que concluam rapidamente o seu trabalho no Conselho sobre um nono pacote de sanções contra Moscovo.
 
Os eurodeputados também querem que os países da UE previnam, investiguem e julgarem ativamente qualquer evasão às sanções em vigor e, em conjunto com a Comissão Europeia, considerem possíveis medidas contra países que tentem ajudar a Rússia a contornar as medidas restritivas já em vigor.
 
A resolução foi aprovada por 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções.
 
Para mais informações sobre a designação de Estados como patrocinadores do terrorismo e quadros legais semelhantes noutros países, consulte o último briefing do Serviço de Estudos do Parlamento Europeu.
 
Para saber mais
 
Texto aprovado (23.11.2022)
Vídeo do debate em plenário (18.10.2022)
Comunicado de imprensa: PE apela a aumento massivo da assistência militar à Ucrânia, (06.10.2022)
Material multimédia
Eurodeputados consideram que as forças russas estão a aterrorizar os civis na Ucrânia© Ukraine_Yasuyishi-Chiba_AFP

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