Projeto Pegasus vence o Prémio de Jornalismo Daphne Caruana Galizia de 2021

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14-10-2021

Os jornalistas do Projeto Pegasus, coordenado pelo consórcio Forbidden Stories (Histórias Proibidas), receberam hoje o Prémio de Jornalismo Daphne Caruana.

A cerimónia de entrega do prémio, concedido este ano pela primeira vez, realizou-se no Centro de Imprensa do Parlamento Europeu e foi aberta pelo presidente da instituição, David Sassoli.
De 22 de junho a 1 de setembro de 2021, mais de 200 jornalistas dos 27 países da UE apresentaram os seus trabalhos jornalísticos a um painel de jurados.
Em representação dos 29 membros do júri europeu, o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas, Anthony Bellanger, entregou o prémio de 20 mil euros aos representantes do consórcio, Sandrine Rigaud e Laurent Richard.
O vencedor
Forbidden Stories é um consórcio de jornalistas cuja missão consiste em aprofundar as investigações de casos de jornalistas assassinados, detidos ou sob ameaça.
Desde a sua fundação, em 2017, o Forbidden Stories e os seus parceiros têm prosseguido o trabalho de Daphne Caruana Galizia e de jornalistas assassinados na sequência das suas investigações sobre crimes ambientais ou cartéis mexicanos.
Com mais de 30 agências de notícias parceiras em todo o mundo e quase 100 jornalistas, o Forbidden Stories conta com uma rede que acredita firmemente no jornalismo colaborativo. Graças ao seu trabalho, este consórcio venceu prémios prestigiosos a nível mundial, incluindo o Prémio Europeu de Imprensa e o Prémio Georges Polk.
A história vencedora
«Pegasus: The new global weapon for silencing journalists» (Pegasus: a nova arma mundial para silenciar jornalistas) • Forbidden Stories
Breve resumo da história vencedora:
Uma fuga de informação sem precedentes revelou mais de 50 mil números de telefone selecionados para vigilância pelos clientes da empresa israelita NSO Group, demonstrando que a tecnologia tem sido utilizada de forma abusiva durante anos. O consórcio Forbidden Stories e a Amnistia Internacional tiveram acesso a registos telefónicos selecionados por clientes do NSO Group em mais de 50 países desde 2016.
Os jornalistas do Projeto Pegasus – mais de 80 repórteres de 17 órgãos de comunicação social em 10 países, coordenados pelo Forbidden Stories com o apoio técnico do Laboratório de Segurança da Amnistia Internacional – analisaram esses registos telefónicos e conseguiram vislumbrar esta ferramenta de vigilância, algo que não tinha sido possível até então.
O consórcio Forbidden Stories descobriu que, ao contrário do que o NSO Group afirmou durante muitos anos, nomeadamente num recente relatório de transparência, este software espião tem sido amplamente utilizado de forma abusiva. Segundo os dados revelados, pelo menos 180 jornalistas foram selecionados como alvos em países como a Índia, o México, a Hungria, Marrocos e a França, entre outros. Na lista de potenciais alvos encontram-se também defensores dos direitos humanos, académicos, empresários, advogados, médicos, líderes sindicais, diplomatas, políticos e vários chefes de Estado.
Para mais informações sobre o Projeto Pegasus, consulte:

«Pegasus: The new global weapon for silencing journalists» • Forbidden Stories

O Prémio
 

O Prémio Daphne Caruana foi lançado em dezembro de 2019 por decisão da Mesa do Parlamento Europeu, em homenagem a Daphne Caruana Galizia, bloguista e jornalista de investigação maltesa, assassinada em 2017 num atentado com um carro armadilhado.

O prémio será atribuído anualmente por volta do dia 16 de outubro, data em que Daphne Caruana Galizia foi assassinada, recompensando o jornalismo de excelência que fomente e defenda os princípios e valores fundamentais da União Europeia, tais como a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e os direitos humanos. O prémio foi concedido este ano pela primeira vez.
Puderam candidatar-se jornalistas profissionais (individualmente ou em equipa) de qualquer nacionalidade, que apresentassem artigos de fundo publicados ou difundidos em meios de comunicação social sediados num dos 27 Estados-Membros da União Europeia. O objetivo é apoiar e destacar a importância do jornalismo profissional na salvaguarda da liberdade, da igualdade e das oportunidades.
O júri independente foi composto por representantes da imprensa e da sociedade civil dos 27 Estados-Membros, bem como das principais associações de jornalismo europeias.
O galardão e o prémio de 20 mil euros demonstram o forte apoio do Parlamento Europeu ao jornalismo de investigação e a importância de uma imprensa livre.
O prémio será atribuído anualmente por volta do dia 16 de outubro, data em que Daphne Caruana Galizia foi assassinada

 


 

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