40% das pessoas infetadas com COVID-19 podem não ser detetadas através de testes rápidos de antigénio

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Lisboa, 03 de dezembro de 2020

  • Uma comparação direta entre testes PCR e testes rápidos de antigénio realça a baixa sensibilidade dos testes rápidos de antigénio.
  • Estes estudos indicam que os testes rápidos de antigénio não podem garantir ambientes seguros em viagens aéreas, controlo de fronteiras, eventos desportivos, entre outros.
  • A utilização de resultados negativos dos testes rápidos de antigénio para garantir o acesso de visitantes a instalações de prestação de cuidados coloca em perigo a vida dos mais vulneráveis.
Novos dados médicos dos Laboratórios SYNLAB confirmam que cerca de 40% dos resultados positivos de SARS-CoV-2 obtidos através de testes PCR poderiam não ter sido identificados se tivessem sido utilizados apenas testes rápidos de antigénio. 
A SYNLAB, líder europeu em serviços de diagnóstico médico, respeita o valor e pertinência da utilização de testes rápidos de antigénio dentro dos parâmetros definidos pelas Autoridades de Saúde, e reitera a sua preocupação na utilização dos mesmos fora dos ambientes recomendados. A empresa acaba de apresentar novos dados médicos obtidos através de uma comparação direta entre testes RT-PCR e testes rápidos de antigénio, que realçam a inexatidão destes últimos quando utilizados para testar pessoas "saudáveis". Neste estudo comparativo foram efetuados mais de 20.000 testes à SARS-CoV-2 em indivíduos no seu local de trabalho, ou seja, que não descreveram quaisquer sintomas (sendo, por isso, considerados "saudáveis"). Os resultados destes testes confirmam que quase 40% dos casos positivos de SARS-CoV-2 identificados através dos testes PCR poderiam não ter sido detetados se os indivíduos testados tivessem realizado apenas testes rápidos de antigénio. Foi demonstrado de forma clara que as pessoas que testaram negativo com os testes rápidos de antigénio (mas que, na realidade, estavam positivas) podem disseminar o vírus da COVID-19 com consequências graves. Estas situações ocorreram na Casa Branca (EUA) e com associações desportivas de alguns países nas quais o vírus se alastrou no seio das equipas em poucos dias.
A explicação para as limitações dos testes de antigénios reside numa queda acentuada da precisão de deteção do vírus nos indivíduos com cargas virais mais baixas, acima de 25 a 30 Ct (limiar de ciclo) (Figura 1). O valor Ct indica quantos ciclos de multiplicação PCR devem ser executados para revelar a presença do material genético viral. Regra geral, quanto mais alto o valor Ct, menos quantidade de vírus está presente na amostra. Desta forma, fica claro que os testes de antigénio não detetam a SARS-CoV-2 em pessoas testadas com valores Ct mais elevados; contudo, isto não significa que estas pessoas não possam infetar outras, pois foi demonstrado que o vírus infecioso pode ser isolado mesmo de indivíduos com valores Ct superiores a 35.
"Os dados médicos que obtivemos reforçam a nossa preocupação relativamente à utilização de testes rápidos de antigénio para garantir ambientes seguros para a interação humana. Os testes de antigénio poderiam falhar a deteção em quase 40% dos portadores do vírus, que seriam identificados por RT-PCR ou métodos equivalentes. Essas pessoas encontrar-se-iam em falsa segurança e poderiam espalhar o vírus sem o saberem, colocando em risco todas as outras à sua volta. Temos observado muitos exemplos destes casos. Todos queremos voltar ao normal, mas só o conseguiremos se agirmos e testarmos de uma forma responsável e precisa", explica a Dra. Laura Brum, Diretora Médica da SYNLAB Portugal.
 
 
Dados SYNLAB
 
 
Azul: distribuição de 236 resultados positivos de mais de 20.000 testes RT-PCR realizados num grupo de  trabalhadores, classificados por valores Ct. O valor mediano foi de 29,0, o intervalo foi 10,4-37,3.
 
Laranja: Um segundo grupo de 118 indivíduos RT-PCR positivos foi simultaneamente testado com RT-PCR e um conhecido TRAg. A percentagem de positivos TRAg estão agrupados por intervalos Ct (RT-PCR: mediana 28,5, intervalo de 14,9-41,4).

Figura 1: Resultados de testes SARS-CoV-2 dos Laboratórios SYNLAB
 
Azul: Os 236 resultados RT-PCR positivos ordenados por valor Ct (cf. Figura 1).
 
Laranja: Resultados previstos de TRAg nos mesmos indivíduos, com base na sensibilidade observada a diferentes valores Ct. As diferenças de altura entre as barras azuis e laranja demonstram os resultados falso-negativos previstos no TRAg; neste exemplo, prevê-se que o RAT falhe 38% em indivíduos SARS-CoV-2 positivos.

Figura 2: Comparação preditiva de RT-PCR e RAT no rastreio de segurança no trabalho.
 
Outras fontes:
- Hospitais Universitários de Genebra
- Lancet Microbe 2020
"Os doentes com infeção por SARS-CoV-2 são provavelmente mais infeciosos na primeira semana da doença, enfatizando a importância do isolamento imediato com início precoce dos sintomas no decurso da doença".
- Journal of Clinical Virology
- FDA (Food and Drug Administration) dos E.U.A.
 
Sobre a SYNLAB
O Grupo SYNLAB é o líder europeu em serviços de diagnóstico médico, com mais de 500 milhões de análises realizadas anualmente nas áreas de Medicina Humana e Veterinária, Indústria Farmacêutica e Ambiental. Com uma equipa multidisciplinar de mais de 20.000 colaboradores, está presente em mais de 40 países e alcançou uma posição de liderança nos principais mercados. Mais informação em www.synlab.pt.
 

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