AforroNet: clientes continuam sem acesso às contas. Inúmeras reclamações no Portal da Queixa.

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O Portal da Queixa está a receber inúmeras reclamações relacionadas com a plataforma AforroNet. O site está inoperacional há várias semanas e vai continuar suspenso, sem data para voltar, segundo a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. Os problemas começaram quando a agência pediu aos clientes a alteração de passwords de acesso às contas, ação que justificou com a melhoria da segurança do serviço. Mais de 45% das reclamações registadas reportam a dificuldade de acesso e há relatos de contas de aforro que ficaram bloqueadas. 

 

A plataforma AforroNet está inoperacional há várias semanas, o que está a gerar uma onda de indignação entre os clientes que não conseguem aceder ao site, nem às contas de aforro. O serviço online está suspenso e não tem data para regressar ao funcionamento normal, avançou a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) no seu site oficial.

 

Desde o início de agosto – altura em que a IGCP enviou uma comunicação aos clientes a solicitar a alteração de password para acesso ao AforroNet –, que o Portal da Queixa detectou um aumento significativo do número de reclamações dirigidas ao instituto, sobretudo sobre as dificuldades de acesso à plataforma e na mudança de password, motivo que soma 45.5% das reclamações

 

Na plataforma, lê-se a seguinte justificação: “Estamos a melhorar as condições de segurança do serviço AforroNet. Esperamos ser breves. Todos os serviços associados às contas de aforro estão assegurados através da rede dos CTT. As nossas desculpas pelo inconveniente causado.”

 

Recorde-se que este serviço AforroNet serve para os utilizadores consultarem os seus Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro, assim como para fazer pedidos de subscrição e de resgate de certificados. De acordo com informação da agência IGCP, “qualquer assunto relativo a contas aforro e a produtos aforro pode ser tratado junto da rede dos CTT”.

 

Falha associada a um bug?

Vitor Mendes é um dos consumidores indignados que se queixou de o serviço estar inoperacional há demasiado tempo: “É inadmissível que uma entidade como o IGCP mantenha a sua principal via de interação com os clientes (Aforronet) inoperacional, durante tanto tempo. A escolha, pelos clientes, desta forma de aplicação das poupanças prende-se, entre outras, com a possibilidade de subscrição e resgate online.”

O “serviço inacessível” foi também o motivo de reclamação de Vitor Vilela no Portal da Queixa: “É lamentável que um serviço como o AforroNet, com todas as alterações e ênfase que foram efetuadas ao longo dos últimos meses, deixe de estar acessível e por tanto tempo. Não é possível efetuar consultas, subscrições nem levantamentos. Um péssimo exemplo de uso de recursos, financeiro e tecnológicos, públicos.” 

Sendo crescente a popularidade à volta dos Certificados de Aforro, tornam-se, por isso, um alvo apetecível para o cibercrime. Um outro cliente, João Lopes, alega ter sido informado ao balcão dos CTT que o problema terá sido espoletado com base em tentativas de burla com recurso à plataforma AforroNet. 

Segundo escreveu na reclamação: “Tal como muitos outros aforradores, também estou a ter problemas após o pedido de alteração de password. Nunca mais consegui entrar no site. Hoje, dirigi-me aos CTT e a explicação foi muito vaga e sem convicção "parece que tem havido uns bugs”; "houve tentativas de acesso para burlas" e pouco mais.”

 

De facto, a iniciativa da alteração do método de acesso partiu da CpC – Cidadãos pela Cibersegurança, que considera que a crescente popularidade dos Certificados de Aforro pode atrair a atenção do cibercrime para a plataforma AforroNet.

Neste sentido, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública quis melhorar o sistema de autenticação do AforroNet, solicitando a alteração para uma password mais complexa. As novas senhas deveriam ter entre oito a 12 caracteres, obedecendo a requisitos específicos, no entanto, a utilização de certos caracteres parece estar a resultar no bloqueio imediato da conta. A situação foi agravada pelo facto de a plataforma permitir apenas uma alteração por dia. 

 

De referir que, em relação à performance da entidade na resposta e resolução das reclamações dirigidas pelos consumidores, o IGCP possui o 6º melhor Índice de Satisfação na sua categoria (Administração Pública), pontuado de 54 em 100. 

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